O Recomeço

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POV CHARLOTTE

1 mês depois....

Um sofrimento e uma apreensão, que percorria meu coração e todo o meu ser. Não havia um dia se quer que eu permitia-me enxergar a esperança nas coisas.

No amanhecer triste de um dia chuvoso, decidida a dar uma volta pela cidade de Londres, vesti-me com uma capa de chuva cor de salmão e sai sem rumo aos redores das ruas. Todo o meu ser estava repleto de ódio e desconfiança, ao mesmo tempo perdida, eu não fazia mais parte de nada destes lugares.

Rapidamente, cheguei no centro da cidade, com suas construções maravilhosas, o indiscutível relógio Big Ben, sendo olhado por inúmeras faces com expressões felizes, surpresas e alegres, todos amavam. Isso só me fez me sentir mais inutilizada e desorientada.

Voltei aos prantos para a enorme casa. Nada mais realmente me importava, as flores me matavam um pouco mais a cada dia que se passava desde o ocorrido. É como se eu sentisse cada espinho daquelas rosas que costumavam ser belas, perfurando acerca de meu corpo todo.

Só nesse momento de tamanha angústia, consegui aperceber-me de que o dinheiro, os relacionamentos e o status que a grande e famosa família Brown não mais me importavam. Meu coração pedia-me desesperadamente para correr em uma nova direção, me libertar de algo que nunca fiz questão de permanecer.

Num instante de precipitação, envolvi minhas belíssimas malas de bolinha com as minhas roupas favoritas. Eu estava em êxtase, finalmente havia uma luz de esperança para mim. Corri desesperadamente para o carro, era um Jaguar, confesso que fiquei apreensiva, era jovem e tinha tido pouquíssimas chances de dirigir, principalmente algo tão rápido assim. Todos estavam com olhar duvidosos em mim, principalmente o mordomo, este que era praticamente minha sombra, porém nada nem ninguém iria me fazer desviar do meu objetivo.

A caminho do aeroporto, inúmeros lugares passavam-se pela minha cabeça. Me sentia eufórica. Brasil com sua diversidade e cultura, New York, uma cidade de tamanha beleza e França, com sua beleza natural que era de cair o queixo. Com tantas escolhas, decidi que o primeiro voo seria o que eu pegaria.

Do tormento que se pendurava em mim horas antes, agora me sentia frágil e tênue, porém com certa desconfiança. Não obstante de ter me tornado retraída nesse curto período de tempo, havia em mim a sensação de que qualquer passageiro ali abrigava um segredo ou algo que pudesse machucar alguém. Presumi que meu coração ainda estivesse machucado e só o tempo e bons momentos pudessem me ajudar agora.

Neste exato momento, estou indo a caminho de uma nova vida. Assim como o inverno que é frio, triste e melancólico transforma-se na primavera cheia de alegria e flores agraciadas, estou convicta de que posso me permitir um recomeço para descobertas. Se talvez eu fraquejar, continuarei a tentar para finalmente encontrar minha felicidade, tal como o verão dá uma segunda oportunidade para quem não viu a primavera. 

As Quatro EstaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora