As Quatro Estações

Paris

Desço do avião e o vento suave se encarrega de me dar as boas vindas, assim como o sol, que brilha acima de mim, e me dá forças para seguir meu novo caminho. Respiro fundo, o ar gélido de Paris entra em meus pulmões.

Assim que deixo o aeroporto tento apagar todas minhas lembranças do passado, minha vida irá mudar, e, a primeira coisa que vem em minha cabeça para a nova fase começar é ir atrás de um bom lugar para ficar.

Caminho pelas maravilhosas ruas dessa cidade, não consigo deixar de observar todos os parisienses. Há pais tomando sorvete com seus filhos, homens de idade mais avançada tomando café e rindo na companhia de seus amigos. Também pessoas de minha idade fazendo piqueniques e se divertindo, um casal em especial chama minha atenção, o moço - que aparentava ter seus 20 anos - sorri para uma dama - provavelmente da mesma idade - e a entrega um buque de rosas. Ela sorri e, no momento que encontra uma aliança no meio das flores cor de sangue, pula nos braços de seu novo noivo. No mesmo instante direciono meus olhos para minha mão, especificamente para onde minha aliança costumava ficar. Minha cabeça começa a girar e todas as lembranças a voltar. Uma a uma, como um lento flash back.

Antes que qualquer lagrima ouse cair, balanço a cabeça, agora pensando na minha nova vida. Torno então a minha primeira meta... Encontrar um bom lugar para ficar.

Após uma curta caminhada encontro um lindo apartamento, e, sem pensar duas vezes, entro no delicado local.

- Olá. Me chamo Louise. Gostaria de ver nossos aparamentos, senhorita? - A mulher diz educadamente, e eu me controlo ao máximo para não rir de seu sotaque.

- Sim, obrigada. - Sorrio para a mesma.

Depois de alguns minutos encontro um belo apertamento para morar. Logo após de ficar sozinha, organizo minhas roupas e vou direto tomar um banho. O segundo passo agora é arrumar um emprego.

                                                                                       ***

No outro dia levanto cedo. Vou diretamente procurar um emprego. A diversos estabelecimentos por qual passo, mas minha atenção e entusiasmo fica dividida entra a biblioteca e a floricultura. A primeira me atrai por conta de suas enormes estantes, onde uma enorme diversidade de belíssimos exemplares espera para serem abertos e folheados. A segunda me faz ter uma sensação diferente, as lidas flores, com suas pétalas vibrantes e seus perfumes preenchendo o ar, convidando qualquer um a entrar. 

deligo-me do passado e entro sorridente na floricultura. Um homem alto me da as boas vindas, em seu crachá esta escrito Raphaël.

Após um longo tempo de conversa tenho meu primeiro emprego garantido.

                                                                                   ***

Duas semanas se passa e minha vida em Paris está cada dia melhor. Raphaël é o melhor chefe que alguém poderia ter. Todas as mulheres e homens que vem neste pequeno estabelecimento comprar algo, eu acabo por me conectar com eles, e, agora, todos os dias que saio na rua, sou cumprimentada e recebida com um sorriso. Louise também se tornou uma grande amiga, conversamos as manhas e tomamos cafe a noite juntas. 

Eu e meu pai mantemos um grande contato ainda, mesmo que ainda ele não aceite minha súbita vinda a um país diferente.

Fecho meus olhos e inalo o perfume de uma Jasmin. O sino da porta mostra que alguém acaba de entrar, mas fico ali, com os olhos fechados pensando em como tudo está indo conforme o esperado, tudo esta caminhando como sempre sonhei.

Uma voz chamando por me nome faz-me despertar de meus devaneios, sei que não é Raphaël me chamando, então respiro fundo por uma ultima vez e me viro para descobrir quem me chama.

No mesmo instante que meus olhos vão de encontro com aos do homem parado em minha frente sinto meu coração gelar, o ar para por um breve momento de circular por meus pulmões.