Ainda podemos ouvir os gritos,
Sentir o sofrimento,
Ver a tortura,
Gravada no sentimento.
O ódio é controlado,
Palavras e olhares são escolhidos,
O tronco la parado,
É lembrete de tanto sangue escorrido.
A chibata canta.
Quase ao ritmo do atabaque.
São os males que não se espanta,
Nem ajudam a agüentar o baque.
Acorda cedo, dorme tarde,
Varre a casa do patrão,
Sofre o assédio e todo tipo mais de agressão,
É a rotina diária que quase não para.
Comemora quando pode repousar na senzala.
Hoje pagam com cota, acham muito,
Mas ignoram o nosso rancor.
Reclamamos e não nos calamos,
Por que através dos séculos ainda sentimos a dor.
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Rima Popular Periférica
PoetryPoesias, rimas ou RAP escrito, chame como preferir. Neste livro trato de racismo, machismo, homofobia, intolerância e, acima de tudo , empoderamento!