CAPÍTULO 28

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   Katie                

Mordo o lábios inferior ao fitar o documento em minhas mãos. Na certidão de nascimento de Benjamin havia apenas o meu nome constando como responsável por ele. Era o que eu tinha em mente desde o início, porque, mesmo com todas as mentiras, dar o nome de outra pessoa ao nosso filho é algo que eu não posso fazer. Apenas ele tem o direito de assumi-lo quando chegar o momento.

— É hora de comer, mamãe. — Dana atrai a minha atenção ao entrar no quarto com Benjamin nos braços. — O que é isso? — ela perguntava sobre o papel em minhas mãos.

— A certidão de nascimento do Ben. — digo.

— Você não colocou...

— Eu não faria isso. — a corto já sabendo o que ia falar. — Sei exatamente o erro que estou cometendo em escondê-lo do pai e em mentir para todos, mas fazer isso seria como afirmar que o Benjamin não é filho dele e eu não quero isso.

— Que bom. — notei o seu alívio.

— Em algum tempo, o nome do verdadeiro pai dele estará aqui. — ergo o papel antes de colocá-lo sobre a cômoda. — Se assim ele desejar. — as últimas palavras escapam dos meus lábios.

— É claro que ele vai querer. — afirma.

— Você tem razão. Apenas lembrei do dia em que fui lhe falar a verdade e ele não quis ouvir. — confessei.

Benjamin choraminga em seus braços.

— Está na hora de amamentar. — diz ao me entregá-lo.

O seguro com cuidado em meus braços e me sento na poltrona em seguida. Abaixo um pouco a parte de cima do vestido e, no segundo seguinte, ele está se alimentando insaciávelmente.

— Você estava faminto. — deixo um riso escapar ao passar a ponta do dedo na sua bochecha.

— Eu vou pedir algo para almoçarmos. — avisa ela antes de caminhar até a porta e sair do quarto.

Sorrio boba fitando o rostinho lindo do garoto em meus braços. Seus olhinhos estavam entreabertos lutando para não adormecer. As bochechas gordinhas e rosadas me davam vontade de apertá-las. Seus lábios finos, como os meus, trabalhavam enquanto ele se alimentava. O pouco de cabelos castanhos que tinha e os olhos grandes verdes, lembravam-me dele.

Toda vez que ele me olha com esses olhos pergunto-me se será difícil quando Bryan o vir pela primeira vez reconhecê-lo como seu filho.

Dana mandou várias fotos dele para o pessoal de Londres e todos afirmam que ele se parece comigo. É ruim admitir, mas a essa altura, saber que eles pensam assim me deixa aliviada.

Me perdoa, filho. — meus olhos queimam ao murmurar.

Como se pudesse entender, seus dedinhos tocam a bochecha juntando-se ao meu.

Comecei a cantarolar uma canção que minha mãe costumava cantar para mim enquanto o balançava levemente em meus braços. Não demorou muito para ele adormecer. O tiro do meu seio e subo a alça do vestido. Me levanto com cuidado para não acordá-lo e caminho até o berço, coloco-o dentro do mesmo.

— Que cena linda. — Arthur me surpreende ao falar.

Me viro e o vejo recostado na porta.

— Shh... ele está dormindo. — minha voz é baixa ao caminhar até ele.

— Trouxe algo para você. — ele coloca a mão no bolso da camisa e tira uma caixinha de veludo preta dali.

— Não é o meu aniversário. — contrário os lábios.

Uma Chance [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora