CAPÍTULO 21

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   Katie

O som da campainha tocando faz-me arrastar até a porta para abri-la e me deparar com um Arthur sorridente em pleno uma terça de manhã.

— O que o traz aqui? — disparei.

— Vim tirá-la dessa caverna. — disse.

— O quê? — franzi o cenho.

— Um passarinho me contou que não faz nada além de trabalhar há dias. — gesticulou.

— E esse passarinho tem nome? — rebato.

— Não. — passa a mão na parte de trás dos cabelos meio sem jeito. — Na verdade, eu imaginei que estaria assim e parece que eu estava certo. — apontou para a minha sala. Meu notebook estava aberto sobre a mesinha de centro, haviam papéis por toda a parte e o lugar não tinha iluminação, pois todas as cortinas estavam fechadas e eu... olhei-me e percebi que eu vestia calças de moletom e camiseta velha, os meus cabelos estavam despenteados e um espelho não precisava estar à minha frente para saber que uma panda estava parada à sua frente.

— Eu te conheço bem, mas confesso que passei aqui uma ou duas vezes e tudo estava sempre fechado. Da última vez, apenas dei de cara com o motoboy que havia vindo fazer a entrega de uns papéis da editora.

— Estava me espionando, Arthur Davis? — coloquei a mão na cintura.

— Não, não. — negou com a cabeça. — Eu só estava esperando a hora certa para te chamar pra um passeio. Você aceita?

— Eu... — mordi o lábio, pensativa.

— É um lugar publico, prometo que vou me comportar. — disparou.

Não evitei o riso.

— Então? — seu tom era esperançoso.

— Você me convenceu. Espero que o lugar seja bom mesmo, hein. — abri espaço para ele e o mesmo entrou. — Eu vou me arrumar. — bati a porta atrás de mim.

— Ok. — assentiu.

**
Eu estava me sentindo linda pela primeira vez em dias. Coloquei um vestido florido e sapatilhas confortáveis nos pés, fiz uma maquiagem leve para esconder as olheiras e deixei os cabelos soltos para senti-lo voando contra o vento como há muito não sentia.

— Já descobriu aonde estamos indo? — Arthur perguntou. Caminhávamos juntos, mas eu apenas seguia os seus passos, pois ainda não sabia aonde ele estava me levando. — Está bem perto.

— Eu realmente não sei, desculpa. — murmurei.

— Um sorvete. — disparou.

— O quê? — soei confusa.

— Você me paga um sorvete e eu te desculpo. — apontou para um carrinho onde uma senhora vendia.

— Vamos lá. — tomei à frente. — Um sorvete de baunilha e um de... — olhei para ele.

— Menta com chocolate. — ele disse.

— Por favor. — falei por fim. A senhora assentiu antes de preparar os sorvetes e nos entregar. Tirei o dinheiro da bolsa e dei para ela.

— Vamos fazer mais negócios como esse no futuro. — Arthur exbiu o seu sorvete com um sorrisinho nos lábios.

— Perdeu alguma oposta para o seu namorado? — a senhora, que contava o que seria o meu troco, nos olhou sorrindo.

— Nós não...

— Não somos namorados porque ela não quer. — Arthur disparou ao me cortar.

— Seja persistente, você não pode perder alguém tão linda quanto ela. — a sonhara depositou o dinheiro na minha mão, mas o seu olhar era direcionado a Arthur.

Uma Chance [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora