DEPOIS DAQUELE BEIJO... (CONCLUÍDA)

39 - IT MUST HAVE BEEN LOVE

"Make-believing we're together

That I'm sheltered by your heart

But in and outside I've turned to water

Like a teardrop in your palm"

It Must Have Been Love - Roxette

POV Megan

Quando eu entrei pela porta do estúdio e me deparei com aquela cena pavorosa, o chão se abriu sobre os meus pés e senti uma dor dilacerante me rasgando o peito. Ela estava sentada no colo dele, praticamente nua. As pernas envoltas em sua cintura... e as mãos dele pelo corpo dela... Não podia ser! A dor era indescritível. Um sentimento agonizante, que me destruía por dentro.

Eu o amava. Amava com tanta intensidade, como nunca pensei que pudesse amar alguém. E ele me devastou com essa mesma intensidade. Estraçalhou o meu coração e já não me restava nada a não ser um imenso vazio.

Eu tentei ir embora, não tive coragem de falar absolutamente nada quando flagrei os dois. Mas quando saí do estúdio, a dor se transformou em raiva, em ódio. Eu queria matar o Taylor. Depois de todas as coisas que ele me disse, como teve coragem de fazer isso comigo? Também precisava enfrentar a Haley! Ela insistiu para que eu contasse o que tinha acontecido entre mim e o Taylor, eu estava tão vulnerável, tão frágil, que acabei desabafando com ela. Como uma pessoa podia ser tão falsa a esse ponto?

Subi a escada tão alucinada que quase caí ao esbarrar com ele. Não podia acreditar que ele teve a coragem de ir atrás de mim, mesmo depois do que fez! Eu estava fora de mim. Não conseguia processar as coisas que ele me falava. Via tudo embaçado... O nervoso, a adrenalina, a raiva... Estava tudo tão à flor da pele que pensei que fosse desmaiar.

Taylor insistia em dizer que eu interpretei errado o que vi, mas era impossível. Aquela imagem dos dois juntos ficaria gravada na minha memória para o resto da minha vida. Seria como um eterno aviso de que eu deveria confiar nos meus instintos, porque desde que o conheci, meus instintos gritavam que ele era perigoso e sinônimo de encrenca.

Eu estava tão despedaçada por dentro que já não fazia sentido ficar ali escutando o que ele tinha a dizer. Olhei para ele como se nunca mais fosse vê-lo de novo e decidi partir, deixá-lo de uma vez por todas. Seus lábios tocaram desesperadamente os meus, quando ele tentou me impedir de ir embora e o seu toque, que antes me fazia sentir a mulher mais desejada do mundo, só me deixou enojada. Eu não queria sua boca suja tocando a minha. A boca que provavelmente estava no corpo dela há minutos atrás...

Por todo o caminho, eu chorei. Soluçava incontrolavelmente. Não tinha forças para andar, perdi o fôlego, não conseguia respirar. Peguei o primeiro táxi que apareceu na frente. Eu estava arcando com as consequências das minhas escolhas. Mesmo com tantos sinais de que Taylor era um mulherengo mentiroso, eu ainda escolhi me entregar. Me sentia humilhada e desrespeitada. Não fazia ideia de como faria para superar o que aconteceu naquela noite.

Ao chegar ao hotel, a única coisa que fiz foi subir para buscar a minha mala que estava no quarto que eu dividiria com Lucy e Haley. Não consegui nem encarar a Lucy, não queria ver ninguém, apenas desaparecer, sumir daquele lugar, ficar o mais longe dele possível.

Já estava quase na porta de saída do hotel, quando ouvi a voz de Zac gritar o meu nome. Ele estava ofegante, deu para perceber que havia corrido. Eu estava com o rosto inchado de tanto chorar, com o coração dilacerado, a última coisa que queria era que ele me visse assim por causa de Taylor. Mas, ao se aproximar, ele apenas segurou o meu braço e me encarou por alguns segundos antes de falar.