63 - EVERYBODY HURTS

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"Now it's time to sing along

When your day is night alone (hold on, hold on)

If you feel like letting go (hold on)

If you think you've had too much of this life

To hang on"

Everybody hurts - R.E.M


POV Taylor

Voltando para casa, tudo o que pensava era na última visão que tive de Megan antes de partir. O rosto corado, olhos sonolentos, o cabelo solto e espalhado no travesseiro e o sorriso tão caloroso que podia derreter o meu coração. Aquela mulher era o meu porto seguro.

Tentava me concentrar apenas na imagem dela, na nossa vida juntos, na nossa menininha... mas não conseguia esquecer do meu filho. Da expressão de decepção em seu rosto. Eu morria um pouco a cada lembrança. Ezra se recusava a me ver. Por mais que eu insistisse, ele nunca cedia.

Com o tempo, eu parei de tentar.

Sacudi a cabeça tentando afastar os pensamentos sombrios e os meus demônios pessoais. Voltei a me lembrar da imagem dela na cama naquela manhã. Imediatamente me senti mais leve.

"Precisamos de outra lua de mel!" – pensei, sorrindo pra mim mesmo. Lembrei-me do nosso casamento e da rápida lua de mel em Las Vegas e meu coração doeu de saudade. Saudade da minha Megan, que era parte da minha alma.

Movi rapidamente a cabeça tentando não pensar nisso, eu devia ser grato por tê-la comigo, mesmo que ela não se lembrasse das coisas que tínhamos vivido juntos. A sua recuperação física tinha sido relativamente rápida, no entanto, o mesmo não se podia dizer de sua mente. Apesar dos flashes de memória, seu cérebro ainda era um quebra cabeça incompleto.

O táxi parou em frente à casa. Achei estranho o portão da entrada social estar aberto. Megan era muito cuidadosa com a segurança. Ela ainda se assustava com a quantidade de fãs que rondavam a residência. Chegou até a conversar comigo sobre a possibilidade de nos mudarmos para um lugar mais reservado.

Passei o portão e imediatamente uma sensação estranha atingiu a boca do meu estômago. Havia algo errado. A porta da casa também estava escancarada.

Diminuí o passo com intenção de ser cuidadoso. Por precaução, tirei celular do bolso e liguei para a polícia. Fui orientado a esperar ajuda, a não entrar na casa. Mas como poderia? Elas estavam em perigo. Eu sabia. Eu sentia.

Entrei.

O silêncio me deixou ainda mais preocupado. Continuei caminhando devagar, incapaz de controlar a própria respiração.

Então escutei o choro de Sophia e logo em seguida a frase que fez meu coração gelar.

- Por favor, não!!!! Faça o que quiser comigo, mas deixe minha filha em paz.

Parei de pensar. Corri até a cozinha. A imagem de Haley segurando a minha filha, acariciando seu rostinho com o cano de uma arma parecia ter saído dos meus pesadelos mais assombrosos.

Ela olhou pra mim. Haley olhou pra mim e sorriu. Não era o sorriso diabólico da última vez. Era pior. Era um sorriso louco.

Megan estava no chão da cozinha com o rosto machucado. Minha vontade era de avançar em Haley e matá-la com minhas próprias mãos, mas ela carregava a minha menininha nos braços. Não podia ser inconsequente a ponto de colocá-la em um perigo ainda maior.

– O que está fazendo aqui? Achei que estivesse presa! - perguntei, tentando ganhar tempo e analisar a situação.

- Não mais. Eu voltei. Por você.

DEPOIS DAQUELE BEIJO... (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora