49 - THE KILL

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"Come break me down

Bury me, bury me

I am finished with you

Look in my eyes

You're killing me, killing me

All I wanted was you"

The Kill (Bury Me) - 30 Seconds To Mars


POV Taylor

Eu estava vivendo um pesadelo. O meu pior pesadelo. Minha visão estava embaçada e sentia meu corpo pesado enquanto caminhava pelos corredores da emergência. 

Durante o trajeto para o hospital, o trânsito estava lento demais, meu nervosismo me paralisava, como se eu estivesse fora do meu próprio corpo, assistindo a tudo sem poder controlar os acontecimentos. Foi então que eu vi. E quando entendi o que estava acontecendo, o medo apoderou-se de mim.

Avistei as luzes ao longe, o barulho infernal das sirenes. Um policial rodoviário sinalizava, exigindo que os carros desviassem para a outra pista. Reconheci o meu carro completamente destruído sendo removido pelo reboque: o carro que a Megan estava dirigindo. Tremi da cabeça aos pés ao constatar o estado do lado do motorista, totalmente devastado. Observei as ferragens distorcidas e entendi que provavelmente haviam utilizado uma serra para conseguirem abrir o metal e retirá-la dali.

Imediatamente levei a mão ao peito. "Ela não sobreviveu! Meu Deus!"- pensei, desesperado. Eu queria morrer com ela. Como meu coração podia continuar a bater, se o dela tinha parado? Parecia impossível, afinal nossos corações eram um só, o meu deveria ter parado também. Eu sentiria se ela tivesse partido. Certo? Ela estava viva! Tinha que estar!

Senti a mão de meu pai pousar em meu ombro. Ele nunca conseguiu me perdoar pelo que eu fiz no passado, mas mesmo assim me envolveu em seus braços, enquanto minha mãe corria em minha direção para fazer o mesmo. Eu não conseguia falar. Fiquei agarrado a eles como um garotinho assustado.

- Ela está em cirurgia no momento. – minha mãe falou com a voz trêmula - Nós não temos muitas informações, querido! Me desculpe! – meu choro ecoou pelos corredores da emergência, chamando atenção das outras pessoas que estavam aguardando no local. Eu caí no chão. Não conseguia sustentar todo o peso que sentia.

Algumas pessoas me reconheceram e apontaram as câmeras de seus celulares em minha direção. Ouvia ao longe os gritos do meu pai exigindo respeito, me defendendo como nunca mais achei que veria. Mas nada daquilo importava agora.

Os enfermeiros se aproximaram e me ajudaram a levantar, nos acompanhando até uma sala afastada.

- Qual é o estado dela? — perguntei, confuso, antes que eles pudessem deixar a sala.

- Desculpe, não dispomos dessas informações. Assim que o médico sair da cirurgia, vocês terão notícias.

O tempo arrastava-se vagarosamente, os segundos viravam minutos, os minutos horas, e nada de notícias sobre a minha esposa e a minha filha. Meus irmãos chegaram de viagem e foram direto para o hospital. Recebi um abraço sincero e inesperado de Zac.

- Eu sinto muito, Tay! Eu sinto muito, meu irmão! – ele repetia como se estivesse se desculpando por todos os maus momentos que passamos nos últimos anos. Eu chorei em seus braços, aceitando o seu amor e o seu perdão. Não tinha percebido o quanto precisava daquilo até aquele momento.

DEPOIS DAQUELE BEIJO... (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora