SOLITÁRIA IV, The Walking Dead

01) Uma promessa

   Tudo que conseguia ouvir eram passos e minha respiração ofegante.

— Já fazem horas... estou cansada — resmunguei.

— Estamos perto, se pararmos agora vai demorar mais para chegar lá — Carol respondeu, séria como sempre.

Tyreese me entregou uma garrafa de água, bebi como se fosse a coisa mais preciosa nesse mundo depois joguei o resto que sobrara em minha cabeça para aliviar-me do calor. Já faziam dias que estávamos caminhando eu já não aguentava meus músculos doloridos, apoiei-me em meus joelhos e assim que recuperei o fôlego corri para alcançar Carol e Tyreese.

— Acha que vão estar lá? — Perguntei ansiosa, já podia imaginar o calor do abraço reconfortante de Rick e principalmente de Carl.

— Não é o que esperamos, mas, se estiverem lá vai ser mais sorte. — Respondeu, ela estava séria, aflita com tudo que tive que fazer horas atrás.

Apertei o passo esperançosa, não podia ficar triste e pensar no pior... sei que Carol não conseguia ter esperança e muito menos Tyreese, eles à perderam com as irmãs então tinha que manter a minha pelos dois, se nós escapamos todos devem ter feito o mesmo, mesmo que fosse difícil fazer isso sem Judith, Carl continuou... por mim. Ele não é burro para morrer desse jeito, sabe que o futuro depende dele. Depende de nós. Juntos.

— Estamos perto, vou levar vocês três lá, mas não vou ficar. — Carol disse, quebrando o silêncio.

Estava prestes a questionar quando um morto saiu da floresta, Carol o matou e veio até nós aflita.

— Tem mais mortos vindo! — Avisou num sussurro abaixada.

Corremos para a floresta e nos escondemos, haviam realmente muitos mortos mais do que podíamos contar.

— Estão vindo! Eles vão nos ver! — Sussurrei assustada, Carol me puxou para trás dela.

— Fique quieta! — Respondeu aflita — se continuar falando aí eles vão nos ver!

Tiros vieram da floresta, senti meu coração acelerar tão rápido que poderia pular pela minha boca, os mortos passaram por nós e voltamos para os trilhos.

— Os tiros vieram de Terminus? — Disse preocupada, só podia ser.

— Pode ser... — Tyreese respondeu.

Seguimos os trilhos até chegar em uma cabana aonde havia um carro estacionado, seguimos devagar, avistei um homem conversando com seu rádio comunicador.

— Eu falei que aquela mulher da espada era encrenca, quando matarem o garoto eu quero ficar com o chapéu dele — disse e riu.

Carol encostou a arma na nuca do homem, de que garoto ele estava falando? Carl? A mulher com certeza era Michonne. Eles estão vivos!

— Não faça nada de quê se arrependa depois — dizia tentando dialogar com ela.

— Eu não me arrependo.

— A mulher da espada, como ela é? — Eu dizia tentando descobrir, Carol o guiou para dentro da cabana e me impediu de continuar.

— Eu faço as perguntas, quero que fique aqui de guarda pra mim.

Pisei forte no chão mas concordei, queria poder descobrir algo, extrair alguma informação dele mas ela estava certa e ia fazer isso por mim então puxei minha arma e Carol saiu da cabana.