Ultimatum | l.h.

Capítulo 9

Eu não conseguiria ficar aqui por nem mais um segundo sequer. Eu precisava ir embora custe o que custar. 

"Hey, o que aconteceu?" Minha mente estava girando tanto, que nem tinha percebido que já havia corrido até a porta da frente da casa de Ashton sem dizer absolutamente nada.

"Luke, ele..." As palavras não queriam sair, por mais que eu tentasse. Devo estar confundindo Ash por beijá-lo e agora querer ir embora mas tudo parece um grande erro.

"Ele está bem?" Ash segurou minhas duas mãos e olhou-me com a testa franzida, demonstrando preocupação. Eu só consegui balançar a cabeça em resposta Tomara que nada tenha acontecido com ele. Nada pode ter acontecido. Nada.

"Ele está no hospital?" Assenti com a cabeça, querendo que nossa conversa acabasse logo para que eu pudesse finalmente correr até onde ele está. "Eu te levo até lá." Senti meus olhos começarem a arder, mas lutei o máximo que pude para que as lágrimas não rolassem pelo meu rosto.

"Não, Ash,"

"Não é uma opção, vamos." Ele pegou as chaves do carro que estavam em cima da mesa perta da porta, e segurou a minha mão, me guiando até o veículo.

Fomos em silêncio o caminho inteiro. Eu me sinto mal por ter saído de sua casa tão subitamente, mas a causa é importantíssima. Chegamos no hospital, que a mulher ao celular tinha me passado, em um curto tempo. Ashton dirigiu na velocidade limite por todo o percurso.

Ao estacionar, abri a porta do passageiro o mais rápido que pude e pulei do carro, correndo em direção da entrada, sem nem me preocupar se Ashton me seguiria ou não.

Fui até a mesa da recepção e bati as minhas mãos na superfície, chamando a atenção da atendente.

"Posso ajudá-la?" Ela me perguntou com uma voz irritante, enquanto mexia em alguns papéis de formulários.

"Preciso ver o paciente Luke Hemmings." Eu disse praticamente gritando.

"Deixa eu procurar nos registros." Ela começou a  digitar  no computador, mas muito lentamente.

"É meio urgente." Eu disse impaciente, enquanto batia a ponta dos dedos na mesa.

"É o seu namorado?" Ela perguntou, desviando a atenção da tela por um instante.

"Procura logo!" Eu elevei minha voz fazendo com que ela arregalasse os olhos em espanto.

"Não consta nada nos registros." Lancei à ela um olhar,  incrédula.

"Como não!?" Eu estava literalmente me segurando para não empurrá-la da cadeira e fazer a pesquisa eu mesma. Olhei para a tela e percebi que o nome dele estava escrito errado. "Hemmings é com dois 'm's!" 

"Aah."

"Mas que merda!" Xinguei e soquei a minha própria perna em um ato de indignação.

"Esse nome não está cadastrado, senhorita." Ela olhou para mim, mas ao perceber o meu olhar para ela, a moça focou nos próprios pés. "Descreva-o, talvez eu o tenha visto por aqui."

"Com certeza você se lembraria dele." Pensei em quando nos conhecemos e nas primeiras coisas que notei. "Ele é alto, ombros largos, cabelos loiros arrumados em um topete, e os olhos azuis maravilhosamente lindos." Parei por um segundo ao perceber quais as últimas palavras que haviam deixado a minha boca. 

"Ah sim, o rapaz bonito com camisa de banda."

"Isso ele mesmo." Concordei com a cabeça em esperança de que ela soubesse onde ele está.

"Os olhos dele são realmente sensuais." Virei-me de olhos fechados e punhos cerrados ao lado do meu corpo ao ouvir uma voz. Ao abri-los encontrei Luke brincando com seu piercing com a língua. Não tiraram uma foto minha nesse momento, mas se tivessem, com certeza estaria vermelha de tanta raiva.