Ultimatum | l.h.

Capítulo 19

Devo lembrar de na próxima vez que vier em uma festa sugerida por algum desses três, eu devo trazer tampões de ouvido.

Acho que literalmente podiam ouvir a música alta a três ruas dali, e nem era música boa. Era o tipo de festa que eu esperava encontrar na faculdade em uma casa de fraternidade, e não quando eu tenho 17 anos e estou em um lugar qualquer. Mas francamente o que eu esperava de uma festa em que temos que trazer drogas para entrar?

"Agora entendi porque você cortou o meu vestido." Eu disse para Luke o mais alto que pude e ele acenou como se dissesse 'eu sei'. Eu me sentiria como um peixe fora d'água com um vestido daquele comprimento, já que todas as meninas aqui não pareciam nem usar roupas de tão curtas que eram.

Calum e Michael logo saíram de perto de nós e entraram na casa sem nem olharem para trás. Será que eu fui tão boba de pensar que ficaríamos todos juntos nessa festa? Olhei para Luke boquiaberta.

"Vem." Luke segurou a minha mão e com a outra ele segurava uma garrafa de bebida, e assim ele nos levou até a frente da casa. Óbvio que não seria sensato bater, portanto simplesmente entramos como se a casa fosse nossa.

No corredor de entrada, um rapaz que devia ter uns 20 e tantos anos, porte físico do Hulk e mais alto que Luke até, nos parou e cruzou os braços como se esperasse por alguma coisa. Luke levantou a garrafa a ponto de que ele visse e então entregou-a para ele, que logo sumiu da nossa frente como se nem tivesse parado em primeiro lugar.

Michael estava realmente certo sobre quando disse que trazer isso seria nosso ingresso para a festa.

"Prometa que não vai aceitar nada de ninguém." Ele disse subitamente e me pegou meio de surpresa.

"Tipo drogas e bebidas?"

"Exatamente isso." Eu acenei com a cabeça e ele pareceu relaxar um pouco. Posso não ser a pessoa mais inteligente do mundo mas também com certeza não sou tão ingênua.

Luke soltou a minha mão e pânico tomou conta de mim quando percebi que ele me deixaria sozinha pelo resto da noite. E do dia seguinte, considerando que já são mais de onze horas.

"Não suma." Ele sussurrou no meu ouvido e assim fez o que eu temia. Ele diz para eu não sumir, mas ele pode ir para onde bem entende.... lógica pra quê?

Comecei com a exploração pela casa, já que não conhecia ninguém ali, pelo menos saberia para onde correr caso policiais chegassem.

Fiz questão de pular o andar de cima onde eu imagino que sejam os quartos, pelo menos por enquanto. Ver um casal em um momento íntimo nunca é uma boa escolha.

Passei por uma sala onde tinha uma grande massa de pessoas dançando sem parar e ao lado era apenas outra sala com um sofá onde mais pessoas estavam tentando conversar por cima do som absurdamente alto.

Mesmo eu tendo uma certa paixão por dança (dado o meu grande vício por Just Dance), não achei prudente entrar naquela sala e me sentir como uma sardinha enlatada no meio de tanta gente suada. Segui em frente.

Ao final do corredor haviam duas portas. Fui primeiro na cozinha e um cara que estava lá não demorou dois segundos para preencher minha mão com um copo cheio do que eu presumo ser cerveja. Com certeza estava misturada com algo, então a primeira coisa que fiz depois de observar por alguns segundos e notar que era uma bebida bifásica e provar que estava certa, foi deixar o copo de lado e fazer meu caminho até a última sala restante.

"Coragem sua ficar em uma festa sóbria." Ouvi uma voz dizer. Girei e encontrei um menino moreno sentado ao balcão com um copo bem maior que o que eu tinha previamente, e bem mais vazio.