Londres, Inglaterra
Século XXI
Estava um dia nublado, mesmo tratando-se de Londres. O sol mal era visível através das nuvens que cobriam todo o céu. O som dos carros e do movimento das pessoas chegava até o apartamento que Remus Lupin dividia com mais três amigos. O mesmo encontrava-se jogado em uma poltrona na sala principal olhando animadamente seu celular, enquanto mandava mensagem para seus amigos avisando da festa que aconteceria naquela noite.
Jogando o aparelho no sofá ao lado, o garoto se dirigiu para o corredor enquanto passava a mão pelos cabelos, deixando-os arrepiados. Remus era inegavelmente atraente. Com ombros largos, andar casual, cabelos castanhos rebeldes e olhos avelãs, o jovem era a perdição em forma de pessoa.
Chegando ao final do corredor o moreno se deparou com uma porta de madeira pintada de branco- O quarto de James- que o garoto abriu sem cerimônia.
O ambiente no interior do quarto estava escuro e gelado. A pouca luz do sol que entrava pela parede de vidro incidia diretamente na cama onde um rapaz de mais ou menos 19 anos dormia com uma perna jogada para fora da cama e os lençóis enrolados no corpo dele.
— JAMES POTTER, LEVANTA DESSA CAMA- Remus gritou acendendo a luz do quarto e jogando um travesseiro no amigo.
Gemendo e rolando para proteger os olhos da claridade repentina, James pegou o travesseiro e usou para cobrir a cabeça.
— Vai se foder, Remus- Resmungou o moreno- Por que você não enche o saco de outra pessoa?
— Por que encher o saco de outra pessoa se eu tenho você?- O amigo respondeu risonho- Se eu fosse você levantaria logo, o porteiro me avisou que tem uma certa morena de olhos azuis querendo falar com você.
— O QUE?- James sentou-se na cama imediatamente olhando para o outro surpreso- Que diabos a Emmeline está fazendo aqui?
— Acho que isso você vai ter que descobrir sozinho.
— E por que você não disse a ela que eu, sei lá, fui devorado por um tubarão enquanto surfava.
— Por que você não surfa e sabe disso.
— A questão é que ela não sabe- O jovem respondeu levantando-se da cama e começando a procurar suas roupas.
— Cara, se você não quer mais ver ela é só falar.
— Como se fosse fácil.
— Bom, não posso te ajudar com esse problema, a não ser que você queira que eu termine com ela por você, o que eu com certeza não vou fazer- Apresou-se a acrescentar ao ver o olhar esperançoso do amigo- Só passei aqui pra te dizer isso e avisar que hoje a noite vamos para uma festa a fantasia, sua irmã nos convidou.
— Que bela ajuda você é- Resmungou enquanto se dirigia ao banheiro.
— Alice disse para estarmos prontos as oito da noite- Remus falou dirigindo-se para a saída do quarto- Boa sorte com a loira, você vai precisar.
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Do outro lado da cidade uma morena de belos olhos castanhos e pele branca andava apressadamente pelas ruas apertando o casaco azul- claro contra o corpo.
Virando uma esquina, a garota se deparou com uma construção antiga. Sem se preocupar em ser cuidadosa, ela subiu os lances de escada correndo, abrindo a porta de entrada com brusquidão.
— Posso saber o que você ainda está fazendo aqui, Lily?- A morena falou entrando na sala- que mais parecia uma construção mal acabada, com paredes e chão de cimento queimado- e olhando para a ruiva jogada em um sofá cinzento.
— Lendo?- Lily respondeu sem levantar os olhos do livro- Não precisa ser um gênio para descobrir isso, Marlene.
— Há há, hilária você. O que eu quis dizer é por que raios você não está, sei lá, procurando uma fantasia para a festa hoje.
— Eu já tenho uma fantasia, Lene.
— Ah é? E vai fantasiada de que?
— É uma surpresa. Agora, por que você não vai procurar a Dorcas? Ela me disse para te avisar que precisa de ajuda, algo sobre estar tendo uma hemorragia nasal ou sei lá.
— O QUE?- Marlene sobressaltou-se espantada- E por que você não me ligou?
— Por que eu estou lendo— A ruivinha falou como se fosse obvio.
— VOCÊ É... IMPOSSÍVEL!
— As pessoas normalmente terminam essa frase com desalmada, então obrigada pelo elogio- Lily respondeu vendo a morena sair da sala apressadamente.
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— Pensei que fosse passar o dia comigo- O garoto de olhos claros falou encarando a morena a sua frente com malícia, os braços apoiando a cabeça na cama e o corpo nu coberto pelo lençol perolado.
— Pensou errado- A garota respondeu sem sequer olhar para ele enquanto colocava o casaco roxo em seu corpo.
— Você tem coisa melhor para fazer?
Mary revirou os olhos enquanto buscava um maço de cigarros em sua bolsa. Odiava quando os rapazes com que dormia achavam que tinham algum tipo de direito sobre ela.
A garota só queria voltar para casa, tomar café e depois passar o resto do dia na praia observando o mar, sem ter que se preocupar com nada nem com ninguém. Será que isso era pedir demais?
— Nada que mereça ser falado.
— Então porque não fica? Prometo que valerá a pena.
A garota pegou o celular, vendo que Marlene havia lhe mandado uma mensagem avisando de uma festa a fantasia essa noite. Revirando os olhos novamente, prendeu os cabelos escuros em um coque malfeito.
— Ah, meu querido Roy, não faça promessas que não pode cumprir.
E lançando para ele um sorriso irônico, Mary fechou a porta do quarto do garoto com força não sem antes ouvir uma exclamação exasperada vinda dele. Antes de sair do apartamento a moreninha olhou mais uma vez para a sala, checando se não esquecera nada.
Uma coisa ela tinha certeza, não voltaria ali por um bom tempo.
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Accidentally in Love
Teen FictionUma festa. Um beco escuro. Uma ruiva misteriosa. Naquela noite, James só queria um pouco de diversão e, quem sabe, uma garota para levar para a cama. Em vez disso, conseguiu um maço de cigarros, lápis de cor e a companhia de uma ruiva drogada. Como...