Essa história não é um conto de fadas.
Ela não é a mocinha magra e rica.
Ela é Plus Size e trabalha duro em sua confeitaria.
Dona de uma imensa beleza, se envolverá no mais puro sentimento, O Amor.
Ele é fechado e bruto.
Marcado pela vida e pela dor...
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Eu não acredito em tudo que ouvi, minha própria mãe. Me devastou ouvir isso. A mulher que devia me amar e querer o meu bem foi a que mais me fez mal. Foi a que mais me prejudicou nessa vida. Meu pai vai ficar muito mal por isso, ela sempre foi assim mas sempre andou na linha dura com ele. Sempre o amou ou pelo menos pareceu, mas ele a amava, independente do seu carácter.
Ouvir a voz de minha filha e de minha mulher me tranquiliza eu sei que elas estão bem.
Um silêncio na linha e isso me perturba. Não sei o que possa estar acontecendo.
Mamãe? MAMÃE. Ouvi Manoela gritar.
O que poderia ter acontecido coisa boa eu sei que não era. Lia era teimosa e faria qualquer coisa para proteger seus filhos.
─ Pai.... Chamou ela na linha. ─ Manoela o que está acontecendo agora? ─ Você ouviu papai está nos acompanhando? Começou a chorar. ─ Filha preciso que se acalme. Papai está chegando ai daqui a dez minutos. ─ Corre pai a Lia não está bem. ─ O que houve. ─ A bruxa da minha tia tentou me matar com uma faca, e Lia não deixou, ela tentou enfiar na barriga dela mas acertou no braço que tá sangrando. Elas lutaram e quando a bruxa foi enfiar na barriga da mamãe de novo ela torceu o braço dela e enfiou na própria barriga. Ela caiu e mamãe bateu nela até ela desmaiar. Mas a mamãe não tá acordada também, tem muita água e sangue na mamãe pai.
Lia entrou em trabalho de parto, meu filho vai nascer e Manoela está em choque. Meu filho vai nascer.
Não conseguir dizer mais nada, apenas pensar no risco que minha mulher e meus filhos estavam correndo.
─ Manoela é o titio, nós estamos chegando. ─ Não demore tio. ─ Não vamos.
Não vamos não, minha família precisa de mim.
─ Reaja porra! Bradou Lucca a mim. ─ Não posso perdê-los. ─ Não vamos. ─ Não posso perder a mulher da minha vida de novo Lucca, eu não conseguiria mais. ─ Você não vai meu irmão, precisa ter fé.
Liguei para a ambulância que nos seguia e soube que um helicóptero já estava a caminho. Lia precisava ir pro hospital imediatamente. Doutora Liliana já estava ciente do que havia acontecido. E aceleramos ainda mais o carro.
Dez minutos depois paramos e eu corri para dentro. Era uma casa simples de três cômodos apenas corri até onde os encontrei.
O delegado prendeu minha mãe e eu não me importei, depois de tudo o que eu ouvi. Prendeu Laura mas disse que precisa primeiro ir até o médico estava mal. E então eu a vi. E eu não estava preparado para isso. Minha filha chorava ao seu lado. E Lia não reagia. Lucca a puxou e a inspecionou. Tinha um corte mas nada profundo em seu braço. Ela disse que foi na hora que a empurrou, seu rosto estava vermelho e inchado, e também estava cortado. Ela correu para me abraçar e choramos juntos.
─ Salva ela papai, salva a mamãe e meu irmão. ─ Será feito o possível minha filha. Eles vão ficar bem.
Seu tio a levou dali e eu o agradeço por isso. Sai do meu estado de transe e corri até a Lia. A bolsa já havia estourado a pouco mais de dez minutos. Vi seu pulso e estava fraco, precisava a tirar dali rapidamente.
Doutora Liliana já entrou com a maca e a pôs na mesma, a ajeitou e a preparou para que a qualquer hora o bebê nascesse.
Cinco minutos depois o helicóptero chegou e nós entramos. Manoela não estava mais aqui e agradeço a meu irmão por isso. Entrei no mesmo e partimos.
─ Quanto tempo até pousarmos? ─ Cerca de quarenta minutos. ─ Ok Luiz a conecte as bolsas de sangue, urgentemente. Vou ver como o bebe está.
A doutora mandou e assim o enfermeiro fez.
─ O bebe está bem mas precisa sair logo. Sua esposa não está em condições de ter um parto normal Logan, eu vou retirar. ─ Salve os dois doutora. ─ Eu vou.
Ela deu a injeção na costas da Lia e a preparou. Não larguei sua mão. E mesmo que não estivéssemos totalmente preparados a fazer um parto.
Foi ali que meus filhos nasceram.
E minha mulher não acordou.
(xxxxx)
Meus filhos nasceram de sete meses, para a surpresa de todos nasceram um casal. Um que nunca tinha sido visto nas ultras pois estava escondido atrás do outro.
Thea e Royal são as crianças mais amada desse mundo junto a Manoela. Essa não sai de perto de seus irmãos pra nada.
Meus filhos já estavam completando 2 meses e temos lutado um dia atrás do outro pois agora somos só nós. Thea ficou internada no hospital ainda por 1 mês pois estava um pouco abaixo do peso e eu tive que me desdobrar pra cuidar de Manoela e Royal em casa e Thea no hospital. Meu irmão e Mariah tem me ajudado bastante, mas quem mais me ajudou foi meu pai. Ele se mudou lá pra casa e tem me ajudado em tudo quanto pode. Se culpou pela mamãe ter feito o que fez, mas a culpa não era sua. Os pais de Júlia também tem me ajudado bastante.
Minha mãe foi presa e Laura também, por sequestro qualificado, homicídio culposo, cárcere privado e muitos outros crimes. Ninguém as foi visitar.
Hoje meus bebês completam dois meses, também dois meses que minha vida se complicou, mas eu não desistir, eu jamais desistiria de minha família, de minha mulher.
Lia entrou em coma profundo depois do parto, foi tomado todo cuidado possível com ela e meus bebês no helicóptero, mas ela havia perdido sangue demais. E até hoje eu me desdobro pra cuidar de todos.
─ Meu amor, já se passaram dois meses, nossos filhos estão completando dois meses de vida, e me dói muito não lhe ver com a gente. Digo a ela.
No primeiro mês comemoramos a vida de meus bebês aqui no hospital perto da Lia e dessa vez não será diferente.
Eu sei que ela vai voltar pra mim, pra nós. Minha vida está meio desorganizada, mas eu não me importo, tenho feito tudo quanto pude. Não estou mais atendendo no hospital por enquanto, e não voltarei até que Lia acorde.
─ Como ela está? Perguntou Mariah.
Mariah tem se mostrado uma ótima amiga, tem cuidado direitinho da CupCruz, mas sem minha garota é tudo tão diferente.
─ Na mesma. ─ Ela vai voltar.
Eu não respondi, eu acredito nisso mas às vezes é tão complicado. Às vezes me sinto fraco por isso. Choro todas as noites ao ter que me deitar só, depois de cuidar das crianças. Isso me lembra muito quando Júlia morreu, mas dessa vez será diferente eu sei que vai.
─ Pai? ─ Oi filha entra. ─ Tio Lucca já trouxe os gêmeos. ─ Tá bom filha. ─ Mas eu queria conversar com a mamãe primeiro. ─ Vem amor.
Minha filha se aproximou e disse apenas uma frase.
Eu te amo e meus irmãos também!
Lhe beijou a testa e saiu. Manoela não quis ter sua festa de 14 anos, estava triste por não ter sua mãe ali, mas disse que ano que vem sua mãe faria. Uma baita festa de debutante.
Tudo o que nós queríamos era que ela estivesse aqui com nós, com nossa família.