Capítulo 31 - Dura realidade

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Akeelah

Sabe, aquela sensação agoniante de estar caindo durante o sono? Pois, essa sensação tem me atormentado nesses últimos 2 dias que estou nesse hospital, esperando Athena acordar. De acordo com a teoria espírita, isso deve-se a acumulação de stress, mas nem sei porque estou pensando nisso, uma vez que não sou espírita, embora seja bom ter conhecimento de um pouco de tudo.
Deixaram-nos ver a Athena, faz 2 dias, e nesses 2 dias eu e Levi temos vivido nesse hospital, com esperanças de que ela acorde rápido, e que sejamos nós, seus amigos, e mais que isso, sua família, as primeiras pessoas que ela veja assim que despertar. As feridas em seu rosto já não estavam tão assustadoras como antes, pelo menos na cara não, mas Athena acabou ainda tem uma grande ferida no tecido de suas costas, uma vez que o doutor disse que ela foi perfurada com algum objecto cortante, e que aquilo pode vir a deixar marca para o resto de sua vida. Graças a Deus, ela não corre nenhum risco, mas o doutor aconselhou-nos a procurar um psicologo para ela, assim que sair do hospital, pois muitas vítimas de estupro tendem a desenvolver alguns traumas, estes que podem ser carregados por toda a vida.
Deito-me instantaneamente na paltrona ao lado da cama de hospital de Athena, e tento lutar contra o sono que a dias pede permissão para que eu ceda, mas é sempre rejeitado. Acordo logo e me assusto com a cena que vejo. Surpresa.Alegria?? Não sei oque pode me definir nesse momento...meu Deus, ela acordou!!A ATHENA ACORDOU! Levanto-me num pulo e vou até ela dando a um abraço forte, mas paro quando ela solta um gemido de dor, devido ao exagero realizado por minha parte.

- Desculpa! - peço - nossa, você acordou! - digo alegre e fico parecendo uma tonta sem saber oque fazer! - eu vou chamar alguém, espere aí - digo e saio da sala as pressas, em busca de alguma enfermeira, até mesmo do doutor responsável pela Athena, eis que o vejo, falando com um homem, provavelmente seu paciente.

- Doutor, doutor - digo com euforia, enquanto caminho até ele com passos largos. - E-ela , ela acordou! - digo ofegante, e o doutor pega meu ombro, como um sinal para que eu me acalme, e chama 2 enfermeiras, dando-me assim a perceber que ele entendeu sobre oque eu estava falando. O doutor e as 2 enfermeiras vão rapidamente até o quarto onde Athena está e eu os sigo, adentrando no mesmo.

- Vê a respiração e os batimentos - orienta o doutor a uma das enfermeiras, esta que segue rapidamente com o que foi dito. - Bem-vinda de novo senhorita! - diz o médico gentil. - consegue falar? - pergunta, mais tudo oque responde é nada, ela não disse nada, somente olha para uma parte qualquer na parede, como se estivesse em um pensamento infinito. Franzo a testa.

- Doutor, oque se passa com ela? Ela está bem? - pergunto enquanto o doutor vai analisando a Athena.

- Não se preocupe, é normal esse tipo de reação em pessoas que passaram pelo que ela passou, provavelmente precise de um acompanhamento.

- Porque ela não fala? Athena - chamo-a - por favor, me responde! Sou eu a Akeelah - falo carinhosamente, mas ela não demonstra nenhuma reação. - será que ela não está me reconhecendo? - pergunto em desespero - a probabilidade de ela ter adquirido alguma amnesia, sei lá!? - pergunto ao doutor.

- As chances disso ter acontecido são médias, depende do impacto que ela teve em relação ao ocorrido. O cerebro dela pode ter deletado tudo oque aconteceu desde o dia do estupro, para trás, como forma de auto-protecção, ou também pode ser devido a acumulação de traumas passados. - diz ele, me fazendo recordar do seu antigo trauma.
- Nós temos uma ala para esse tipo de acompanhamento, se vocês precisarem de algo..

- Eu agradeço doutor, acho sim que ela vai precisar desse acompanhamento! - digo logo, e o doutor assente. Assim que eu olho para porta, vejo levi estáctico, e com a boca levemente aberta, olhando para a Athena.

[PARADO, E POR REVISAR] Como o inverno do seu olharOnde histórias criam vida. Descubra agora