Capítulo 28 - O problema da Athena II

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Akeelah

Avisto a placa com a numeração 213, e corro em direcção. Paro bruscamente quando vejo Athena na cama hospital, coberta de ferimentos, tantos que está quase irreconhecível - Ai meu deus - falo com os olhos encharcados enquanto tento abrir a porta da sala onde ela está. - esta trancada, alguém abre essa porta - grito enquanto tento abrir a porta - Athena.. por favor, abram a porta - falo em um fio de voz, por favor - tento falar, e vejo Davon correndo em minha direcção, e atrás dele está o detective Huard, o médico, e a enfermeira que me indicou a sala, visivelmente confusa com oque está acontecendo. Assim que chega perto de mim, Davon me abraça fortemente, enquanto tenta me acalmar.

- shiu, fica calma - diz Davon - ela vai ficar bem, tudo vai correr bem - fala Davon, e em seguida sinto algo picar meu braço, e em poucos segundos, só vejo o escuro.

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Davon

Sinceramente falando, eu acho que nunca vi alguém tão teimoso quanto Akeelah. Acho até que em um confronto com ela, quem ganhara a última palavra, sempre será ela, embora nem sempre as coisas terminem bem, o acontecimento de hoje comprovou o facto.
Talvez se ela tivesse escutado o médico, e tentasse fingir que tudo corre bem, nada daquilo teria acontecido, mas aí não seria a Akeelah que eu conheço.
Assim que o enfermeiro de porte esqueléctico e de cabelos puramente ruivos a injectou aquele calmante, eu me ofereci prontamente a ficar com ela, até que ela acordasse, e aqui estou eu, vendo a Akeelah descansando na maca de uma das salas, provavelmente os últimos vestígios do remédio que nela injectaram. Fiquei apreciando cada detalhe seu, e até uma tatuagem com o formato de um infinito,junto do nome "Noah" que situava-se em sua nuca, embora um pouco para baixo, oque a tornava impossível de perceber.
Seus traços faciais eram simples, embora marcantes. Akeelah era uma perfeita amostra de uma beleza natural, e tudo em sí, tinha um contraste perfeito, e um dos melhores, era o tom da sua pele que sempre me fazia lembrar um chocolate, e seus cachos volumosos lhe davam um ar de leoa, e sinceramente, Akeelah era uma deusa do ebano. Os seus lábios carnudos que possuiam um delíneado natural, encontravam-se semi-abertos, oque fez minha imaginação querer rolar a outros universos, coisa que impedi rapidamente. Nesse meio tempo, percebi que por mais orgulho que ela inclua em suas decisões, eu não consigo ficar a mercê da raiva em relação a ela, Ok, eu foquei com bastante raiva, e demasiado magoado quando descobri que ela havia me escondido um filho, e sem esquecer que foi por 14 anos. Por mais borradas que eu possa ter cometido no passado, e por outras mais merdas, não existe nenhuma explicação que aprove as razões dela. Ela tinha raiva de mim, ok, mas e o Noah, em que momento ela pensou do lado do Noah, "meu filho". Ainda é um pouco estranho pronunciar essas 2 palavras, "meu filho", estranho ainda porque a dias atrás, eu nem imaginava que seria pai, quer dizer, que sou pai, e não de um menino, mas de um mini-homem,  e olhando bem, talvez eu tenha sido super-burro por não perceber o quanto que Noah e eu eramos parecidos, ele praticamente é uma versão minha na adolescência, e caralho, eu sou PAI.
Devo admitir que a dias atrás eu estava realmente disposto a conquistar Akeelah novamente, sem me importar com a existência de alguma "parede, murro ou montanha", mas agora? Agora eu não sei se volto com aquela ideia, ou continuo a minha vida.
Percebi que Akeelah começava a acordar, e ajeitei-me na cadeira. Ela passou os olhos por toda a extensão da sala branca, e quando pousou os olhos em mim, quase caiu da maca.

- Olha, eu não sabia que a minha presença possuia tanto impacto assim para você! - ironizo e ela arqueia uma sombra.

- Eu quero sair daqui, onde está o Noah? - pergunta ela levantando-se, mas senta-se novamente após não conseguir equilibrar-se, provavelmente fosse o efeito do calmante.

- Acho melhor você descansar, não tente com sua teimosia novamente, da última vez que tentou vê-la, acabou aos prantos. - digo com certa frieza mas me repreendo psicologicamente assim que vejo as suas expressões faciais mudarem para um expressão entristecida. - desculpa, eu.. - tento falar mas ela me interrompe.

- Eu me lembro perfeitamente do estado da minha amiga se é isso que quis insinuar. - diz dura, e percebo rapidamente que esse momento só serviu para eu falar merda. Merda!

- Como está se sentindo? - pergunto tentando abafar o meu constrangimento.

- Eu sei qual é seu truque Davon! - diz olhando-me indiferente, deixando-me mais constrangido ainda, mas responde a minha pergunta. - estou me sentindo tonta, e porque a minha cabeça está doendo? - pergunta e eu dou de ombros.

- Efeitos colaterais do calmante talvez! - digo, e ela olha-me seriamente. - Porque me olha tanto? - pergunto.

- Desculpa mais uma vez, por ter estragado o seu dia com o Noah, acredita, não estava nos planos - diz ela

- Não se preocupe, não foi algo previsível - digo simplesmente, e o silêncio se instala na sala, provocando um ambiente constrangedor.

- A sua mãe foi a primeira saber - diz ela - ela me deu um tempo para te contar, eu é que fui covarde - diz ela. O tom de celular começa a tocar, preenchendo cada canto da sala silenciosa, e Akeelah tira seu celular de carteira, a mesma que eu havia levado da sala do doutor.

- Alô? - diz ela falando com o atendente misterioso. - ok... mais ou menos..... agradeço pela preocupação... não Adam, eu estou bem! - A SÉRIO QUE ELA ESTAVA FALANDO COM ESSE IDIOTA? - ok, nos vemos... beijos - A Sério??? - até logo! - fala ela, e encerra a chamada.

- Olhando bem, você não combina com esse tipo aí - falo com sarcasmo, e ela revira os olhos.

- E porquê dessa conclusão? - pergunta

- Vejamos, as vossas alturas não são tão compatíveis - desculpa horrível, eu sei - e é sério, a quanto tempo ele não toma um banho de sol, o tipo é branco pra caramba. - falo, e pela primeira vez em que me encontro com Akeelah, vejo ela rir para mim, naturalmente. Que saudade daquela risada.

- Vejamos, você também é alto pra caralho, e naquela época eu nunca havia reclamado de nada. - diz ela.

- Mas vamos admitir que o senhor aqui leva mais pontos - falo dando um sorriso de lado, e ela nega com a cabeça.

- Acho que esses anos não serviram para você crescer, continua convencido. - fala ela, e eu me pergunto como saímos aquela tensão toda, e começamos uma conversa tão natural e..agradável?

- Para se amar não tem idade tigresa - falei e ela calou-se, e olhou para as mãos, foi quando percebi o porquê, eu a chamei de tigresa, era como eu a chamava quando ainda estavamos juntos. Por algum motivo, eu aproximei-me dela, peguei o seu queixo e o levantei de modo que o seu olhar se fixe no meu. Comecei por passar os meus dedos por sua bochecha, me fazendo lembrar o quão macia, a sua pele era, e terminei contornando seus lábios com meus dedo. Ai que vontade de... - Os meus pensamentos param quando a porta da sala abre-se, e Akeelah tira rapidamente minha mão de face. Noah nos olha por um momento, mas não comenta nada acerca.

- Ahm, mãe - diz ele - o seu...ahm.. está aqui - diz assim que Adam entra. PORRA, LOGO AGORA? - penso.

- Hey - diz ele sorrindo, mas seu sorriso seca quando o mesmo olha para mim. - Oque ele está fazendo aqui? - pergunta irritado.

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Uuuuuuuuuuuiiii, me xinguem, me matem ( só que não, v6 ainda precisam de mim para ver o final do livro, HAHAHAHAH), mas é necessário uma coisa em todo escritor, e quem escreve vai me entender, inspiração, isso é muito importante na criação de um capítulo, e eu acho que dessa vez não atingi essa inspiração, mas do fundo do meu "CORAZÓN" espero que gostem!!!

BJS

- JENNIE

[PARADO, E POR REVISAR] Como o inverno do seu olharOnde histórias criam vida. Descubra agora