Capítulo VII - Emma

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Estou deitada em uma cama macia com lençóis azuis escuros. Meu corpo está dormente, como se eu tivesse sido anestesiada. Pisco os olhos lentamente enquanto sinto o meu peito subir e descer com minha respiração longa e constante.

Onde eu estou?

Essa era uma pergunta cuja resposta eu não possuia.

Fechei os olhos por um milésimo de segundo e inesperadamente senti o colchão afundar.

Assustada, eu abri-os novamente e então percebi que não estava mais sozinha.

Sobre mim havia alguém bastante familiar, com os olhos transparecendo luxúria e um sorriso mais do que provocador.

- Anthony. - Consegui murmurar após certo esforço.

Seu sorriso se alargou e então eu senti o seu toque entre as minhas coxas. Meu corpo saiu do clima anestésico quase que imediatamente e logo se esquentou.

Seus dedos longos e ágeis adrentaram meu interior com rapidez no instante seguinte, movimentando-se sem qualquer receio.

Me senti sem ar com cada dedada que recebia, era profundo e intenso, e o melhor era que eu não sentia qualquer dor, apenas um prazer que acumulava-se cada vez mais.

Eu queria gozar, era fato, mas quanto mais ele me masturbava, mais eu ansiava por mais.

Era um ciclo sem fim. Eu me sentia frustrada por não alcançar o meu ápice, porém Anthony não pareceu notar o meu triste pesar e apenas continuou a salientar o meu sofrimento.

Eu estava em combustão de dentro pra fora, meu corpo implorava por libertação apesar do fim ainda parecer estar longe.

O que está ocorrendo?

Por que eu não me satisfaço?

Minhas costas se curvaram involuntariamente e então percebi que não havia mais uma cama sob mim e que o meu corpo estava flutuando pelo quarto. Era curioso, mas eu não achei aquilo anormal.

Olhei para Anthony que ainda estava sobre mim instigando o meu corpo, e tentei perguntar o que estava acontecendo. Mas da minha boca não saiu uma sílaba sequer. Eu estava muda, e sem querer me peguei encarando os profundos olhos azuis de Anthony.

Por um breve segundo eu me senti adentrando a imensidão cristalina da sua íris, e quando dei por mim nós dois estávamos no fundo de um oceano.

Arregalei os olhos imaginando que logo nos afogaríamos, porém Anthony sorriu e em seguida colou os seus lábios nos meus. Continuei a respirar normalmente e após relaxar o meu corpo, percebi que seus dedos já não estavam dentro de mim e que seu corpo estava encaixado sobre o meu.

Seu rosto foi tomado por uma expressão selvagem como se ele fosse um predador e eu a sua presa. Sabia que ele me queria e por incrível que pareça eu também o queria. Pisquei excitada com a descoberta e então inesperadamente voltamos para a cama de lençóis azuis.

Meu corpo se eletrizou de vontade de me entregar para ele, então impaciente eu mordi os meus lábios com força e comecei a me preparar psicologicamente para recebê-lo.

Anthony contraiu os seus fortes músculos do abdômen enquanto seu corpo avançava sobre o meu, aquilo era a visão do mais puro pecado. Ansiosa, eu inspirei profundamente o ar para os meus pulmões, quando percebi que o seu membro estava no início da minha entrada. Fechei os olhos com força esperando enfim que ele me possuísse, porém antes que o sentisse dentro de mim, um irritante som agudo e contínuo invadiu o quarto.

Trim...trim...trim...

Abri os olhos atordoada.

Olhei ao redor e percebi que estava sozinha no quarto enrolada entre os lençóis que não eram de um tom azul escuro, e sim de um amarelo opaco e sem graça.

Descendente do PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora