Eu não quero subir mas minha cabeça grita que eu preciso e meus pulmões gritam por ar mas eu continuo deitada no fundo da banheira com a sensação de que minha cabeça irá explodir.
Eu sinto a paz, a mesma paz que eu procuro faz anos; ela vem chegando devagar enquanto meus sentidos vão sumindo.
Talvez assim eu consiga mostrar para as pessoas o que elas realmente estão fazendo; as coisas que elas falam, digitam, os boatos que elas espalham, as risadas, os cochichos, tudo isso mata.
Eu lembro, umas semanas antes quando inseri vários remédios tentando encontrar a paz, eu tomei um remédio para cada ano de sofrimento... fiquei desmaiada por dois dias e ninguém me procurou, feliz 17 anos querida!
Meu corpo luta por ar mas eu me recuso a dar de debaixo d'água, meus olhos pesam a abrir mas eu quero ver o mundo uma última vez, quero que a última coisa que eu veja seja as paredes que viram meus anos de sofrimento, elas nunca me julgaram.
Ouço passos de pequenos pezinhos indo até a porta, é minha pequenina irmã, ela bate na porta mas eu não abro; consigo ouvir vagamente ela chamando sua mãe mas é tarde de mais, a paz eterna já tomou conta de mim.30/07/17
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Caixa de Pensamento {CONICAS E POEMAS}
PoetryDa série: Como escrever salva minha vida. (são textos desconectados, não há necessidade de serem lidos em ordem) Apenas palavras podem acalmar a minha alma poeta, esse mar de sentimentos que teima em transbordar para o papel. Não escrevo apenas meus...