"Foda-se" eu grito no terraço do prédio do meu eterno melhor amigo, onde o mesmo fez a mesma coisa que eu vou fazer daqui a poucos segundo: Voar.
O vento frio da madrugada faz com que meu cabelo voe livre; o vento está realmente forte e frio, afinal estamos no início do inverno, fazendo com que eu quase feche meus profundos, frios e sem vida olhos, que um dia quando criança teve um brilho sem igual.
Meu olhar se direciona uma última vez a maravilhosa cidade onde nasci e cresci tentando gravar essa imagem na minha mente; volto meu olhar para baixo, uma única e solitária alma caminha pelas ruas, sinto pena dessa pessoa, ela está prestes a presenciar um corpo morrendo na sua frente, e também está solitária, eu sei o quanto isso dói...
Respiro fundo, me viro de costas e deixo meu corpo cair do parapeito do arranha-céu que me traz tantas lembranças; Meus olhos admiraram as estrelas enquanto voo sorrindo, elas, me parecem acolhedoras, a lua parece sorrir para mim, o céu parece me dizer que sou bem vinda; enquanto sinto meu corpo cortar o vento admiro o céu que esta muito mais estrelado nessa madrugada de agosto.
Com um sorriso verdadeiro (o primeiro em anos) no rosto, sinto meu corpo entrar em contato com o chão.
"Finalmente" é meu último pensamento antes de mergulhar na grandiosa e silenciosa escuridão que muitos chamam de morte, eu particularmente, sempre a chamei de Liberdade.
Eu estava finalmente livre de tudo e de todos.
Eu estava finalmente em paz.
17-08-2015
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Caixa de Pensamento {CONICAS E POEMAS}
ŞiirDa série: Como escrever salva minha vida. (são textos desconectados, não há necessidade de serem lidos em ordem) Apenas palavras podem acalmar a minha alma poeta, esse mar de sentimentos que teima em transbordar para o papel. Não escrevo apenas meus...
