Seven Sins

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Will

Fico olhando para o copo  estilhaçado no canto da sala, e a mancha de Whisky na parede, me faz lembrar que acabei de desperdiçar uma dose de Glenfarclas 1955, porra, culpa daquele bastardo que tenho como irmão. Eu sou o filho mais velho, o mais competente, e ele quem acaba ficando com a presidência? Sinto meu celular vibrar ao meu lado no sofá, penso em não atender mas quando vejo que é Christopher  mudo de ideia, ele me convida para sair e beber alguma coisa  do jeito que estou hoje acabo concordando. Cheguei em casa faz meia hora e a primeira coisa que fiz foi ir a adega pegar uma bebida forte, o stress do dia de hoje me fez voltar para casa mais cedo do que  o normal, mas não ia suportar ficar olhando para cara de felicidade do meu irmão. Aquele ar de deboche como se fosse melhor que todos.

Para  não ficar  pensando demais pego minhas chaves do carro a carteira e saio.
Estaciono em frente ao Drake hotel o qual meu amigo é sócio entrego as chaves da minha lamborghini ao manobrista, e sigo para o bar do hotel. Meu amigo já me espera com um copo de Whisky na mão me sento ao seu lado e peço ao barman que me traga um igual ao dele, mas duplo.

Ficamos em silêncio, até o garçom me entregar o copo. Viro o líquido de amber quase todo em um único gole.

– Dia difícil? –  Christopher me questiona sem desviar o olhar da  sua bebida

– Nada que eu não resolva – falo tomando outra dose

– Vai devagar cara, desse jeito vai sair daqui em coma  – me viro para encará-lo e  nem assim ele me olha

– Virou minha babá? – pergunto e ele sorri de lado

– Só garantindo que o grande  senhor McAlister não faça nenhum escândalo no meu hotel

– Grande amigo filho da puta você é
– Eu sei mas me conta. O que houve hoje para te deixar tão bem humorado? – fala sarcástico

– Dim é o novo presidente da empresa – falo com um gosto amargo na boca

– Porra Will  era para ser você – ouvir suas palavras me irrita  eu deveria ser o presidente não aquele  fraco que  não consegue dá conta nem da barbie falsificada que se titula sua noiva não é a toa que  ela sempre termina na minha cama.

– Me fala uma novidade.

– E você não vai fazer nada? – pergunta  com a sobrancelha franzida

– Foi decisão unânime – falo frustrado

– Seu pai tem a maior parte das ações.

– Por isso seu voto foi decisivo a favor dele.

– Porra Will, sinto muito cara.– ele coloca a mão em meu ombro e aperta  de leve.

Aos 35 anos sou um dos empresários mais bem sucedidos de Toronto, modéstia  a parte o mais bonito também, com um corpo de deixar qualquer mulher de pernas bambas. Não é a toa que todo mês meu rosto  está estampado nas melhores revistas como o ricaço mais cobiçado do Canadá.

Nunca me prendi a ninguém gosto de ser solteiro, odeio dar satisfação e gosto de ter  a minha disposição a mulher que eu quiser, uma por noite que atenda as minhas necessidades e que depois vá embora sem esperar nenhum compromisso. Porém não sou um homem  complicado me acho até simples demais basta as coisas serem do meu jeito e tudo estará perfeito.

Duas da manhã estou entrando em casa exausto porém menos estressado. A casa está totalmente escura nem me dou o trabalho de  acender as luzes, vou para o meu quarto já tirando as roupas tudo que eu  preciso é de um banho e dormir. Entro debaixo do chuveiro e tento não pensar no dia de merda que tive nem na porra da presidência que deveria ser minha. Saio do banheiro e acendo as luzes para pegar uma cueca me viro para jogar a toalha na cama e me surpreendo ao ver um envelope preto ao lado de um guarda chuvas. Olho o exterior do envelope atrás e na frente e a única coisa escrita com letras desenhadas é meu nome Willian McAlister.

O deixo em cima da mesinha de cabeceira sem dar muita importância se fosse algo sério teria ao menos um remetente. Termino de me vestir e deito na cama, meu corpo protesta de cansaço porém me viro várias vezes  mas não consigo dormir.

Acho que a ansiedade de como será o dia de amanhã na empresa me faz ficar frustrado, todos me olhando como se eu tivesse perdido. Foi uma surpresa tanto para mim quanto para os membros do conselho, eles não precisavam votar um único voto era o suficiente para tirar de mim o lugar que me pertence por direito.

Eu dou meu sangue por aquele lugar, não deixo que nem as piores crises atinja nosso pessoal, somos a empresa que menos demite no país e tudo isso graças a mim. Nunca foi surpresa para ninguém o Dim ser o preferido do nosso pai, porém da presidência a ele foi a coisa mais estúpida que meu pai poderia ter feito. Ele afundará a empresa que lutei tanto pra deixar no topo.

Me levanto irritado e pego o envelope, talvez o que esteja nele seja finalmente uma boa notícia para me compensar pelas merdas que vem me acontecendo. O abro  e começo a lê , fico intrigado com o conteúdo escrito.

Estou sendo convidado para uma noite em uma boate em Las Vegas, onde só poderei entrar com uma chave que tudo indica ser esse trambolho de guarda chuvas deixado ao lado do convite. Uma noite na cidade do pecado não me parece nada mal, talvez seja disso que eu precise para esquecer os problemas nem que seja por uma noite. No convite tem o endereço e a hora, e como sou um homem que não gosta de atrasos estarei lá na hora certa.

Meu pecado - DEGUSTAÇÃO - DISPONÍVEL NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora