12: Querida vovó!

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Ela estava com o diário aberto, olhando para mim.

Eu não sabia o que pensar!

- Me devolve o diário agora.

- Allison, tudo o que tem aqui é verdade?

- Me devolve! Eu gritei.

Olhei para os lados procurando algo para eu usar contra ela.

- Sua mãe verá isso, você é uma criança doente. Você pode se curar.

- Não vou deixar você mostrar isso a minha mãe. Ameacei com minha voz doce.

- Ela saberá! Vai me matar também?

- Não seria nada difícil eu me livrar de você vovó.

Pulei em cima dela, ela era mais forte e me empurrou.

Derrubei um vaso que tinha no meu quarto na queda, ele virou pedaços no chão. A vovó se levantou e foi andando.

Quando ela deu as costas eu pulei em cima dela, eu segurava um pedaço do vaso, bem afiado, comecei a rasgar seu rosto, ela tentou se livrar de mim, quando vi estávamos na ponta da escada, feri ela novamente e então para escapar dos meus golpes, ela perdeu o equilíbrio e caímos escada abaixo.

Me machuquei feio, minha perna estava quebrada, fratura exposta.

Me arrastei para perto da velha com o pedaço do vaso ainda nas mãos, e rasguei sua jugular.

O sangue espirava no meu rosto como um torneira.

Ela agonizava, colocava as mãos no ferimento, fiquei observando ela morrer.

Era o fim! Todos saberiam que eu a matei. Perdi meu controle. Serei presa ou coisa pior!

A vovó se levantou ainda sangrando e me agarrou, eu gritei.

A boca dela foi abrindo, abrindo, abriu tanto que rasgou. Mais sangue em cima de mim! Eu já estava repleta de sangue.

Ela colocou as mãos no meu rosto e afundou os dedos nos meu olhos.

Gritei, gritei alto.

Abri os olhos, eu tinha pego no sono sem perceber, eu gritava e minha avó tentava me acalmar, achei que tinha morrido.

- Allison! Querida, está tudo bem.

Ela falava sem parar.

Percebi que tinha sido outro daqueles terríveis pesadelos. Eles estavam ficando bem piores.

- Querida vamos descer! Estou preparando um prato delicioso. A sua mãe chega em breve. Ela falou.

- Desço já vovó. Deixa eu despertar.

- Certo!  Não demore muito, estou lhe esperando lá em baixo.

Ela me deu um beijo na testa e saiu.

Procurei pelo diário, ele estava exatamente no mesmo lugar.

Respirei fundo e desci tranquila.

Lá estava minha avó, cantando alto as músicas de velha dela.

Sabe o que é pior do que a Anitta cantando? É ouvir a minha avó cantando.

Nada contra quem gosta, mas minha avó sabe muito bem como ensurdecer uma pessoa. O bom era que o cheiro da comida estava muito bom!

Então a mamãe chegou, sentamos na mesa e jantamos, o clima continuava pesado por conta de todos os acontecimentos.

Inocência.Onde histórias criam vida. Descubra agora