"Querido diário, minha mãe já sabe dos acontecimentos chocantes, ela tentou conversar comigo, eu não disse nada.
Fingi não saber de nada.
Ela ainda não acredita que meu pai pode ter me tocado, ou mesmo pensado nisso.
A mamãe chora muito, eu sei que o que estou fazendo com o meu pai está machucando ela também. Agora tenho que conversar com a Annabelle, ela tem novidades para me contar.
Até logo diário!"
Eu estava pronta, vestindo preto e ainda coloquei uma maquiagem pesada.
Era o velório da minha tia.
A mamãe estava cheia de problemas,
tudo o que estou fazendo está atingindo a mesma severamente.
Eu não queria isso, mas o faria se fosse necessário. Ainda teria que lembrar a ela sobre nossa conversa de não voltar para a psiquiatra, odiava aquele lugar e me dava mais vontade de matar.
Acredito que na situação que estamos vivendo, eu passarei um bom tempo longe de lá.
Ouvi minha mãe me chamar, hora de fingir sofrimento pela perda da minha titia querida.
Estávamos lá, o pastor já estava em seu devido local, familiares que nunca vi antes, todos calados.
Ninguém chorando, ninguém gostava dela mesmo.
Então um carro da polícia chegou,
trazendo meu pai, algemado.
Ele foi liberado para ir ao enterro.
Minha mãe o viu, ela pediu para eu ficar sentada. Sim! Sentada.
Tinham cadeiras e uma tenda nos protegendo para ouvirmos o sermão do pastor e fazer as últimas condolências.
Fiquei sentadinha, fiquei olhando para ver se aconteceria algo.
Então minha mãe acertou um tapa na cara do meu pai. Ele nem esperava.
Ficou com a maior cara de:
"o que foi isso?"
Ela estava falando algo mas eu não conseguia ouvir, queria ser uma mosca
para consegui chegar até lá.
Ela voltou até mim, chorando, me abraçou, o pastor anúnciou o início
da chatice, e ali ficaríamos por duas horas, até chorei! Todos me consolaram.
- Mãe quero ir para casa. Eu avisei.
- Vamos agora amor, deixa só a mamãe resolver uma coisinhas.
- Certo mamãe.
Levantei e fui em direção ao nosso carro.
O meu pai estava voltando para o carro da polícia, ele me viu e falou algo para o policial, que concordou.
Ele me chamou, eu não fui.
Me chamou de novo então eu tive que ir.
- Mocinha, o seu pai quer falar com você.
Disse o policial negro e careca.
Ele era bem charmoso, usava um óculos escuros, parecia ter uns 30 anos.
- Eu não quero falar com ele.
Eu respondi.
- Não precisa ter medo, estou de olho.
Ele me encorajou. Ele se afastou e nos deixou a sós.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Inocência.
TerrorO mal não tem idade, a inocência mata... Não deixem de conferir essa trama totalmente baseada em casos reais de crianças psicopatas, conhecidos como "Os Anjos da Morte". O livro conta a história de Allison, uma garota de 7 anos capaz de atrocidades...