Capítulo 2

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                       K A T R I N A

Faz 1 semana que não volto pra casa, segundo as notícias, vampiros e bruxas estão se matando. A guerra está declarada.

— Já que a montanha não veio até mim, eu vim buscar a montanha. — George diz.

— Eu não vou pra lugar algum.

— Não está na hora de ser uma filha rebelde. Acredito que você não gostaria de ficar trancada no porão, tendo a solidão e a fome como companheiras.

— Você está perdendo, não é mesmo? — Começo a rir e vejo o pescoço de George sangrando.

— Tem sangue no seu pescoço. O que é isso? — Ele passa a mão na região e olha para o sangue em seus dedos. Olho em volta e vejo duas bruxas, elas estavam do lado de fora, sorrindo. Saio da mesa e pego as duas, que param de sorrir na mesma hora.

— Por que pararam de sorrir? A diversão só está começando! — Arranco a cabeça das duas. Pego as cabeças pelo cabelo e volto para a mesa.

— Muito bem, pequena leoa! Precisamos entregar estes dois presentes para o duendes, depois voltaremos para casa. — Ao se levantar, George quase se desiquilibra, seguro em sua cintura e o ajudo a sair dali.

— Achei que bruxaria não pegava em vampiros. O que está acontecendo? Primeiro foi comigo, agora é com você.

— Isso é um código da lei de convivência, não algo impossível.  Eles querem se vingar olho por olho, dente por dente. Do mesmo jeito que machucaram a guardiã deles, querem me matar. Eu tenho mais anos de vida, e acredite: essas bruxarias não são nada! Foi por isso que tirei você da liderança. Você é a mais ágil dos vampiros, não pode perder a sua força.

— Você pode morrer? — Digo perplexa.

— Não, mas eles irão me torturar para o resto da vida. Eu até que gosto de um sadomasoquismo... — Ele pisca e eu reviro os olhos. Por que ele não pode levar isto a sério?

— Eu não concordo. Você é um vampiro mais ágil do que eu.

— Confie em mim, querida. Agora só temos que entregar dois difuntos.

                                  ***

— Fico feliz que tenha voltado. — Rachel diz ao aparecer no meu quarto.

— Por acaso a minha casa virou albergue? — respiro fundo.

— Obrigada pela parte que me toca!

— George contou para todos o porquê dele querer voltar a ser líder?

— Sim, ele estava preocupado com você. Além disso, se o líder vai sofrer bruxarias, alguém forte tem que assumir o poder por trás. No caso, você.

— Ele não é de fazer bondades, ainda mais quando ele será o prejudicado.

— Ele disse que há um traidor na casa, você acha que é ele?

— Não, ele foi/é um líder. A ligação com o grupo vai além de qualquer coisa, uma ligação sobrenatural. Ele não daria tiro no próprio pé.

— Você desconfia de alguém? — Estreito os olhos, desconfiada pela pergunta.

— De todos vocês.

— Eu sou a sua amiga, não seja neurótica. — Dou risada.

— Não desconfio de ninguém, caso contrário, essa pessoa já estaria morta. — Sorrio. — Eu adoro sangue de traidores, você sabe.

— Como eu sei... — Rachel sai, deixando-me sozinha.

— Rachel está fazendo algumas perguntas estranhas, não acha? — George diz sentado na árvore em frente a minha janela, sugando o sangue de um homem.

— Será que não posso ter privacidade?

— Você pode ter tudo que quiser, meu doce. Só deixe de ser neurótica e enfrente o problema de frente, não há tempo para pensamentos mirabolantes.

— Tipo o verdadeiro motivo de você ter pegado a liderança de volta?

— Já falei. — Ele pisca e sai.

                                  ***

A aldeia das bruxas estava em festa, parecia que era algum tipo de ritual.

— Sejam invisíveis, por aqui tem muito alho espalhado, elas usam isso para alertá-las sobre a nossa presença, tenham cuidado. George, você está sob a minha proteção, você vai ficar do meu lado.

— Eu gostaria de ler sobre o meu futuro, não seja chata. — Reviro os olhos. — Além disso, não sou o seu filhote. Você é a minha filhote.

— Você está fraco! — Seus olhos ficam vermelhos novamente.

— Nunca mais volte a me chamar de fraco.  — Ficamos em silêncio, observando a luta. As bruxas não esperavam o ataque repentino, por isso tivemos vantagens. Elaboramos um plano para que nada fosse explanado. Saio do meio do mato e fico no meio, com a cabeça das duas bruxas que eu havia matado.

— Esse é o meu recado para quem atacar o nosso líder novamente. — Jogo as duas cabeças no chão, e logo uma mulher aparece chorando, pelo visto, as garotas eram filhas dela.

— Nós vamos acabar com vocês. Malditos! — Ela grita e olha para George, na mesma hora, o mesmo se ajoelha no chão e começa a gritar. Ela tenta jogar um feitiço em mim, que não funciona. Quando me aproximo, ela me olha assustada.

— O mesmo olhar das suas filhas antes de morrer, lamentável. — Arranco sua cabeça. Havia muitas bruxas mortas, assim como alguns vampiros, as outras bruxas fugiram.

— Recolham os corpos dos nossos, vamos para casa. — Ajudo George a se levantar, seus olhos estavam sangrando. — Você está melhor?

— Sim, estou.

— Precisamos elaborar um plano, algo precisa ser feito.

— Você tem muitos planos, meu doce. — Ele pisca e sorri. Seu sorriso não era sarcástico, era um sorriso fraco e isso me preocupa.

Katrina Onde histórias criam vida. Descubra agora