K A T R I N A
Havia se passado 3 dias, e não tínhamos nenhuma notícia das bruxas depois do ataque. George estava bem, lendo os livros dele e acabando com a nossa paciência com o sarcasmo.
- Meu doce, você acredita que Capitu traiu Betinho?
- Não, ele era neurótico.
- Mulheres... São as piores! - Ele volta a ler o livro.
- Como você está? - Ele para de ler e olha para mim.
- Estou péssimo. - Ele suspira.
- Elas continuam fazendo bruxarias?
- Estou péssimo porque neste lugar não tem piscina, em pleno verão. Eu tenho mais de 900 anos, olha a minha cor. Preciso pegar um solzinho para me bronzear, essa cor de vampirão é deprimente. As mulheres não gostam disso, meu doce. Precisa providenciar uma piscina, urgentemente! - Respiro fundo.
- Eu estou falando sério, não quero saber da sua cor. Você deveria se conformar que é um morto. Mortos não têm cor.
- Por acaso você vê algum morto aqui? O único morto aqui é o seu senso de humor.
- Não aguento mais ouvir tanta asneira! Enfim, o grupo que fazer uma festa para comemorar a primeira vitória contra as bruxas.
- Acho que isso não é motivo para comemoração. - Seus olhos ficam escuros, e dessa vez, sua expressão é séria.
- Você é o rei das festas. - Ele ri, sem humor.
- Vou continuar lendo o meu livro, a história está interessante. - Ele volta a ler, ignorando minha presença. Ao sair, vejo de longe Edward e Rachel conversando. Aproximo-me lentamente, sem que eles notassem minha presença.
- Ninguém pode saber disso, ouviu? Precisamos ir embora.
- Eles precisam de nós, Rachel.
- A paz está comprometida, não há nada mais a se fazer aqui. Nós iremos morrer se continuarmos aqui, as bruxas não vão desistir assim, elas são mais fortes. - Decido me aproximar agora.
- As bruxas são mais fortes? Ir embora? Isso quer dizer que está abandonado sua família?
- Que família? Eu gosto muito de você, Katrina. Mas você sabe que vampiros apenas pensam em neles mesmos, ninguém é família. Eu não vou ficar aqui pra morrer, sinto muito por isso.
- Você está de acordo, Edward? - Ele respira fundo, olha pra janela.
- Estou.
- Que seja. Vocês não são mais bem vindos. Eu dou 2 horas para estarem bem longe daqui, caso contrário, morrerão.
***
Hoje a casa estava em festa, eles realmente organizaram a festa do ano, com um grande banquete. Nosso banquete eram humanos criminosos da cidade. Como ninguém sente falta de bandidos, eles se tornavam presas fáceis. Depois da conversa com Edward e Rachel, eu não os vi mais, nem procurei saber. George desce as escadas com duas mulheres nuas, parece que os livros ficaram pra depois. Bebo um whisky ouvindo a música e observando o movimento.
- Kat? Por que não está dançando? - Damian se aproxima. Ele era o mais novo, foi transformado com 18 anos. Lembro-me de quando o conheci, ele estava fraco, havia sido baleado e estava quase morrendo. Eu o transformei, desde então ele era como um filho para mim.
- Eu não estou em clima de festas.
- Sinto muito por ter ido a favor de George... - Interrompo.
- Foi o melhor a ser feito. Agora, aproveite, sei que adora uma diversão barata, a casa está cheia de mulheres e de homens.
- Você parece ter entendido o meu gosto. - Ele ri.
- Eu sou uma vampira esperta. -— Pisco. Damian some e fico sozinha novamente.
- Katrina... - Olho para os lados, mas não vejo de onde vem a voz. Era uma voz suave, de uma mulher. -Venha, Katrina, não tenha medo.
Não consegui falar com ninguém, eu já estava distante de todos. Parecia um tipo de hipnose, eu apenas obedeci a voz e fui, sem conseguir responder por mim. Quando despertei, percebi que estava na antiga aldeia das bruxas.
- O que vocês querem? O que você quer comigo? - Grito.
- Eu não lhe farei mal, Katrina. Só me obedeça e vá para um trailer azul. - Embora estivesse em um território perigoso, e eu não soubesse de quem era a voz, eu não estava com medo. Então, novamente, obedeço a voz. Entro no tal trailer azul, estava vazio praticamente e escuro. Porém, havia uma caixa perto da janela, atrás da cortina. Se o vento não tivesse levantado a cortinha, ela passaria despercebida.
- Pegue a caixa. - Obedeço novamente e pego a caixa. De repente, ouço um barulho vindo lá de fora, rapidamente me escondo atrás da cortina. Ouço alguém entrando no trailer, e começo a entrar em desespero. Porém, eu conhecia o cheiro, era um vampiro.
- Achei você, pequena leoa. - George abre a cortina e suspiro, aliviada. - O que você está fazendo aqui?
- Eu... Eu não sei. Eu ouvi uma voz me chamar pelo nome.
- Você está no trailer da guardiã. - Coloco a mão na boca, soltando a caixa. - Que caixa é essa?
- A voz me mandou pegá-la. - Ele tira a caixa da minha mão e abre.
- Aqui tem vários feitiços, não serve pra nada. Venha, deixe esta caixa aqui. - Tiro a caixa da mão dele.
- Não, eu achei a caixa e ela vai comigo.
- Eu sou o líder e eu te ordeno...
- Eu te ordeno a me deixar em paz, e não se meter onde você não é chamado. - Saio andando com a caixa. George não vem atrás de mim, retorno para casa sozinha.
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Katrina
VampirosHá 200 anos, um tratado de paz foi feito. Desde então, vampiros e bruxos viviam tranquilamente, sem guerras. Todavia, o assassinato de uma guardiã muda esse cenário, trazendo caos e segredos a tona. Katrina é a líder dos vampiros. Ela precisa salvar...