Capítulo 16

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Ao voltarmos para casa, de longe podemos ver uma fumaça, como uma chaminé. Era a minha casa. Eu e George corremos pra ver o que estava acontecendo e vemos alguns vampiros mortos e os vivos, brigando com as bruxas.

— Não é possível. Fique aqui. — Digo para George e ele me segura.

— Você é quem precisa de proteção agora, lembre-se. — Antes de prosseguir, uma ventania se instala, as bruxas fogem e o fogo se apaga, parece o fim da bruxaria. Todavia, uma olha pra mim antes de ir. Eu não podia ver seu rosto, porque ela estava com capuz, mas podia ver seus olhos amarelos sobrenaturais e isso me causa ânsia.

Fuja. —  Era Amberly, novamente. Fujo pela floresta e ouço os chamados de George, mas não tinha tempo. Podia ouvir os passos da Bruxa atrás de mim, cada vez mais perto. Subo em uma árvore e pulo de árvore em árvore, dificultando-a. Ela começa a gritar e começa a fazer uma bruxaria, lançando flechas de feitiços, mas consigo desviar. Por fim, não havia mais árvores, apenas um rio, não tinha pra onde eu correr. A bruxa solta uma gargalhada.

— Não adianta mais correr, sanguessuga. — Peço mentalmente a ajuda de Amberly, mas nada vem. Respiro fundo tentando achar maneiras de sair da situação.

— O que você quer? Me matar? — Começo a rir.

— Acha que não posso? — Lembro do aviso de Rebecca. Rebecca disse que sempre estaria por perto, cadê ela?

— Pelo visto, você é o projeto de feiticeira Dália. A que usa magia proibida, não é?

— Como sabe da magia proibida?

— Apenas sei.

Njax norobi exalm ashala... —  outra ventania se instala e a mulher começa a gritar, como louca e sai correndo.
Respiro fundo aliviada, não sei quem fez isso, mas agradeço. Logo após, aparece George.

— O que aconteceu?

— Ela quase me pegou, era Dália.

— Pra onde essa maldita foi?

— Não sei. Ela fugiu com um feitiço, correu como louca. Enfim, vamos pra casa, se ainda tivermos uma.

                              ***

A casa estava destruída, pela contagem, uns 300 vampiros foram mortos e isso era ruim pra nós. Os lobos ofereceram abrigo e ajuda pra colocarmos a casa de pé novamente, mas isso seria rápido de consertar, não era um problema.
George estava inconsolável, como líder, estava se sentindo fracassado.

— A culpa não é sua. — Digo.

— Talvez você fosse melhor como líder mesmo. Francamente, o que eu estou fazendo? Tenho sido levado pelas emoções de Amberly e não tenho feito um bom trabalho.

— Amberly está sendo a nossa guia, isso é normal. Você não pode se desestabilizar agora. — Pego em sua mão e ele não se afasta.

—  Eu não sei o que seria sem você... — Nós nos beijamos e ele me olha nos olhos. — Amberly... Desculpa.

— Não foi nada. — Saio. Mas por que isso me deixou tão frustrada? Respiro fundo e me sento com os demais vampiros e lobos, iríamos ter outra reunião.

— Como você está, Katrina? — Wanda pergunta.

— Cansada, frustrada e triste.  Mas e você? Depois de tudo isso?

— Estou melhor. O Damien está me ajudando a superar. — Sorrio.

— Finalmente ele escolheu a pessoa certa, dessa vez. Espero que vocês sejam felizes, vocês merecem. — Ela sorri.

— Você e George também. — Respiro fundo e fecho os olhos.

— Impossível.

George sobe no pequeno palco improvisado no jardim do acampamento dos lobos, nossa casa atual. Diferente dos outros dias, ele não fez uma piada e nem sorriu, segurava uma garrafa de cerveja.

— Não vou desejar "boa noite" porque essa é a noite mais triste da nossa vida, mais uma vez fomos atacados por bruxas. Essa guerra está tomando proporções gigantescas, mas não podemos desanimar agora. Por isso, eu proponho... — Ele dá um gole na bebida — a sairmos pela cidade a procura dessa malditas. Quem me trouxer mais cabeça de bruxas, ganhará um prêmio.

Ele enlouqueceu. Os vampiros vão a loucura e eu enfrento a multidão até chegar no palco.

— Isso é loucura! O líder está bêbado, não podemos perder a cabeça, as bruxas estão mais fortes agora. Elas querem justamente isso. Acha que não estão esperando o próximo ataque? Da última vez, tivemos cuidado pra informação não vazar. Todavia, agora elas estão espertas e vão matar vocês. Sejamos racionais!

— O líder sou eu. Volte para o quarto.

— Não. Eu não vou deixar você matar mais vampiros, isso é uma missão suicida. — Ele tira o microfone da minha mão.

— Sabe por que ela está dizendo isso? Porque ela veio da família dessas malditas. Talvez, ela esteja mudando de lado. Você está mudando de lado, Katrina? Por acaso está colhendo informações? Bom, aquele ataque ocorreu enquanto estávamos fora. Seria uma armadilha pra me afastar de casa? — As palavras dele atingem o meu estômago, como porradas. Eu poderia partir pra cima dele, mas eu estava decepcionada demais, traída demais, humilhada demais...

— Você sabe que não. — Eu não tive forças pra falar, eu só queria correr pra longe e foi o que fiz. Eu não conseguia respirar, apenas gritava, não sabia explicar o que estava acontecendo. A ventania aparece novamente, trazendo raios e trovões. Uma árvore é partida ao meio. Eu não tinha controle do meu corpo, nem pensava em nada. Eu não era eu. Então, olhei pra lua.

Noite de lua nova.

Katrina Onde histórias criam vida. Descubra agora