Capítulo 4

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                        K A T R I N A

Já em meu quarto, abro a caixa e vejo o que tem nela. Tem livros de magia, um diário e um álbum de fotos. O nome da guardiã de quem George falou, era Amberly Smirnov. Porém, o álbum pertencia a Katherine Griffith, meu nome de batismo e a minha data de nascimento. O álbum era meu. Abro e vejo fotos de quando eu era bebê, fotos que eu nunca tinha visto. Tem uma foto minha com duas mulheres e eu uma menina, todas desconhecidas. O que fazia um álbum meu na "casa" de Amberly Smirnov? Levanto da cama e ando pelo quarto intrigada. De quem era a voz? Qual era o interesse dessa pessoa? Dessa vez, começo a folhear o diário de Amberly Smirnov. Leio algumas folhas que não tinham nada demais e pulo algumas páginas. Porém, uma me chama a atenção.

Rio de Janeiro, 5 de abril de 2010.

Querido diário,
Hoje conheci alguém muito especial, eu não sabia o nome dele, só sei que ele é um vampiro. Eu acabei me perdendo na cidade, já que se trata de uma cidade grande, diferente do interior. O moço acabou me ajudando a achar a aldeia das bruxas. O que me chamou a atenção é que ele era diferente, bem diferente de sua raça. Os vampiros costumam ser maldosos e metidos a superiores, mas ele era diferente. Foi gentil comigo e me ajudou, mesmo sendo eu, uma bruxa.

Alguém bate na minha porta, interrompendo a minha leitura. Era Damien.

— Kat, os vampiros estão brigando entre si. George não está aqui, faça alguma coisa. — Olho para a minha cama e fecho a porta.

— Que droga está acontecendo aqui? — Na mesma hora a gritaria acaba.

— Você não é mais nossa líder, Katrina. Pare de achar que tem alguma autoridade sobre nós ainda. — Alex, o idiota que eu odiava, diz e alguns concordam.

— Eu tenho autoridade sobre vocês, então eu acho melhor a diversão acabar. Enterrem os mortos e limpem a minha casa. — George aparece na porta da sala.

— Que?! Sua casa? — Digo baixo.

— O acampamento é meu, isso quer dizer que a casa também é. — Ele pisca.

— Que seja... Vou para o meu quarto.

Quando subo, a porta estava aberta. Corro para dentro do quarto e não encontro a caixa. Reviro o quarto todo, mas é em vão, alguém havia pegado a caixa. Sento no chão e respiro fundo.

— O que houve, pequena leoa? — George se senta perto de mim.

— Pare de me chamar assim.

— Ok, pequena leoa. — Reviro os olhos.

— Roubaram a caixa.

— Como?

— Eu também não sei. Eu fechei o quarto antes de sair, quando voltei, estava aberto.

— O que tinha lá dentro?

— Um livro de magia, um diário de Amberly e um álbum de fotos meu.

— Por que Amberly tinha um álbum seu?

— Eu não sei. Estava com o meu nome de batismo e a data do meu nascimento, no álbum havia fotos de quando eu era criança, e uma que eu estava com duas mulheres, eu nunca as vi na vida.

— Estranho. Nós temos que recuperar essa maldita caixa. — Ele levanta, pronto pra sair do meu quarto.

— George?

— Diga.

— Eu li partes do diário de Amberly, ela disse que quando chegou aqui no Rio, ela se encontrou com um vampiro e ele a ajudou.

— Ela disse o nome dele?

— Não. Você acha que esse vampiro pode ter tido algo a ver com a morte dela? Ela parecia... Encantada.

— Uma bruxa encantada por um vampiro? Interessante, se não fosse mórbido.

— Acho que o diário poderia nos ajudar. Acho que a voz me mandou ir lá para nos ajudar, e não era uma voz qualquer.

— Iremos descobrir.

                                 ***

No dia seguinte, saio para caçar em uma cidade próxima.

— Vá para a direita. — Mais uma vez, escuto a voz. Obedeço novamente as suas ordens, o que me faz chegar perto de uma aldeia de bruxas, a atual aldeia das bruxas.
Olho para a pequena aldeia e lembro-me da semana anterior. Eu sempre vinha aqui para caçar, a última vez foi na semana passada. Lembro que havia trailers ali, mas não tinha ninguém. Pensei que eram humanos acampando, mas não, são bruxas. Ou seja, o acampamento já estava pronto, elas já estavam prontas para o ataque. Observo de longe e vejo algumas mulheres que estavam no dia, e que foram mortas, tudo estava armado. Volto pra casa, e corro para o quarto de George. A porta estava aberta, mas entro sem fazer barulho. George estava deitado no chão, na frente do espelho.

— George? O que houve? — Aproximo-me dele.

— Minhas costas... AH! — Ajudo-o a levantar, e examino as suas costas. Havia um grande círculo por toda as suas costas, como uma queimadura. Quando coloco a mão nelas, elas desaparecem.

— Elas desapareceram.

— A dor também. — Ele diz ofegante. — O que você fez?

— Eu apenas toquei nelas.

— Eu estou perdendo a paciência com essas malditas.

— Eu descobri onde elas estão. Agora, faremos um ataque verdadeiro.

Katrina Onde histórias criam vida. Descubra agora