Capítulo 10

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                        G E O R G E

2 semanas depois...

A situação com a bruxas havia se tornado insustentável, embora me deixasse puto admitir, Katrina sempre tinha um plano. Além da guerra com as bruxas, os vampiros e lobos estavam brigando entre si. Minhas dores estavam se tornando cada vez mais frequente, e mais demoradas.

— Olha só, George. Não fizemos um acordo para perder, entramos nessa para vencer. Não seja fraco e faça alguma coisa. — Beto diz.

— Eu não posso fazer nada. Os vampiros já fizeram muito, vocês não se garantem? — Digo, tocando o meu velho piano.

— Liberte Katrina.

— Não! — Grito. — Por acaso você gostou dela? Tem interesse nela?

— Ela é uma linda mulher, mas não, não tenho. O único interesse que tenho, digamos que é "profissional". Não sei qual é a treta entre vocês, mas ela sabe o que fazer.

— Está dizendo que eu não sei o que fazer, peludinho? — Eu o encaro, e ficamos frente a frente.

— Sem briga, rapazes! Sem briga! — Wanda e Tom aparecem.

— Estou de saída. — Digo, pegando as chaves do meu carro e saindo.

Eu não estava preocupado com a guerra, nem com as bruxas, nem com a minha liderança.

                   | FLASH BACK  |

Rio de janeiro, 5 de abril de 2010

Eu estava andando tranquilamente pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro, uma ensolarada segunda feira.

—  Como você pode ter renunciado a liderança para aquela mulher? — Alex tagarelava em meu ouvindo, enquanto eu o ignorava e prestava atenção nas moças bela da cidade.

— Katrina vai fazer um ótimo trabalho, vai por mim. Além disso, eu estarei por trás dela, ela vai fazer o que eu mandar.

— Temos uma bruxa por aqui. — Olhamos juntos para bela jovem que parecia ter 20 anos, ela parecia perdida. Estava descalça e com duas malas.

— Parece que essa é a nova guardiã. — Digo irônico. A garota parecia nem saber o próprio nome, parecia totalmente deslocada. Fiquei sabendo que ela era uma das candidatas, pelos cartazes no alojamento das bruxas. Embora seja uma área restrita para os vampiros, eu adorava um perigo.

— Dizem que o sangue das bruxas são bem mais suculentos. — Alex diz e reviro os olhos.

— Somos sanguessugas, não cachorros no cio, recomponhe-se. — A bruxinha se aproxima de nós, e admiro sua coragem, ou burrice.

— Boa tarde! Eu sou nova, não conheço a cidade... — Interrompo.

— E é uma bruxa. Sabe o que somos? — Alex diz, mas eu o repreendo.

— Vampiros. — Ela diz com receio.

— Mas ao contrário do que dizem, somos gentis. O que deseja saber, jovem Sabrina? — Admiro minha cordialidade, pela primeira vez desde que nasci, e olha que faz muito tempo.

— Sabrina? Meu nome é Amberly. — Ela parecia confusa.

— Estava me referindo a um filme. Diga-me, o que deseja saber?

— Onde é o alojamento das bruxas. 

— Siga-me. Alex, por ir pra casa, acredito que já tenha falado tudo que tem pra falar.

— Sim, senhor.

Durante o caminho, Amberly conversa sobre seu sonho de ser guardiã, sobre a sua família e sua antiga escola. Eu digo quantas pessoas já matei, quantas pessoas já transformei e todas as maldades que cometi durante meus anos de vida.

— Você é muito doido! — Ele dá risada.

— Se eu falasse isso para suas "irmãs", elas já apareceriam com uma estaca e bastante alho.

— Eu estou sentindo falta de uma estaca e alhos, bastante alhos. Estou indefesa, desculpe-me. — Ela brinca. Depois de muitas risadas e conversas, chegamos ao alojamento. As bruxas já me olham com cara feia, e se juntam.

— Calma, gente! Eu fiquei perdida na cidade, por isso pedi ajuda a este senhor.

— Um vampiro? O senhor de todos os vampiros? — Diz uma garota que aparentava ter 15 anos, mas era bastante atrevida.

— Prima Dália, ele pareceu gentil. Além disso, não me fez nenhum mal, até me trouxe aqui com bastante altruísmo.

— Olha que dessa vez, o meu altruísmo foi de graça, uma raridade. — Pisco para as bruxas. Elas não dizem nada e voltam às suas obrigações.

— Obrigada, cavalheiro.

— Não há de quê, aprendiz de Sabrina. — Levanto o chapéu e saio.

                                ***

Dirijo com a velocidade alta, minha cabeça não parava de pensar em Amberly. Tomo mais um gole do meu whisky, enquanto as lágrimas caiam. Lembro-me de Katrina, ouço a sua voz, como se ela estivesse aqui, eu posso vê-la sentada ao meu lado, como um espírito.

Você não é nada sem mim. Você é um péssimo líder. — Ela ri e arregala os olhos. — Você vai bater!

                              ***

Abro os meus olhos e saio das ferragens do carro. Eu não sentia dores, nem se quer havia um arranhão em mim. Em frente ao carro, vejo um mulher de costas, com uma luz forte.

— Quem é você? — Ele se vira para mim e sorri. Era ela, a própria Amberly. — Que saudades de você, meu amor!

Tento me aproximar, mas ela dá um passo para trás.

— Não se aproxime, fique onde está. Primeiro, o que você está fazendo?

— Eu não quero viver sem você.

— Você é imortal e ainda tem muito o que viver, amor. Elas estão me chamando, preciso ir. Mas antes, prometa que vai me ajudar.

— Eu faço o que quiser, prometo.

— Liberte Katrina.

— Por que?

— Você saberá. Diga quem sou eu, entregue o que é dela e ela saberá o que fazer.

— Você é a voz? — Ela balança a cabeça positivamente.

— Eu estou do lado de vocês, confie em mim. Além disso, quero que saiba que vocês terão uma surpresa, mas eu não posso falar mais nada, estão atrás de mim. Adeus.

— Não, Amberly. Volte, meu amor... — Ajoelho-me, mas ela desaparece aos poucos.

Katrina Onde histórias criam vida. Descubra agora