Capítulo 6

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                       K A T R I N A

Um mês havia passado... As bruxas se tornaram aliadas dos lobos, o que fazia delas mais fortes. George estava mais sanguinário que o normal, recorreu à outros grupos de vampiros, de todas as partes do mundo. E eu... Eu estava presa em mim mesma. Faz dias que não me alimento, nem saio do quarto. O peso da imortalidade, sem dormir, tornava tudo pior. Lidar com a sua consciência 24 horas por dia é um castigo.

— Eu preciso de você. — George entra no meu quarto desesperado.

— Eu não vou matar mais ninguém.

— Não seja tola! Somos vampiros, nós matamos para sobreviver. — Fecho os olhos e respiro fundo. — Mataram 300 vampiros nesta madrugada.

— Cada uma dessas pessoas mataram mais de 300 pessoas durante suas vidas.

— Katrina, sem sentimentalismo. A nossa raça está em perigo. Volte ao normal ou eu te juro que vou matar aquelas crianças bruxas.

— Como pode ser tão mau? Por que não liberta toda dor que tem dentro do peito? — Seus olhos ficam mais escuros.

— Você não sabe nada sobre isso. Volte a ser vampira, e nada de ruim vai acontecer com aquelas crianças. — Ele sai.

— Elas não podem ganhar, faça alguma coisa, Katrina. — A voz aparece.

— Eu não sei se você me escuta ou se estou ficando louca, mas eu não posso fazer nada.

— Elas estão armando, sabem que você pode vencer a guerra. Só você pode acabar com a guerra e impedir que o mal se expanda. Você precisa impedir que Dália seja a nova guardiã.

Levanto da cama com dificuldade, estava fraca e precisava de sangue. Primeiro, faço as minhas higienes e desço para me alimentar.

— Parece que alguém mudou de ideia. — Damien diz.

— Sabe alguma coisa sobre a bruxa Dália? — Digo colocando um pouco de sangue no copo.

— A futura guardiã?

— Isso.

— Nada sei, mas o George colocou espiões no alojamento delas, humanos. Dizem que ela é uma bruxa que adora mexer com a magia proibida.

— Temos que impedir que essa mulher seja a nova guardiã. 

                              ***

Algo que aprendi foi: conheça o seu inimigo antes de atacá-lo. Comecei a ler alguns livros de bruxas. Segundo um livro que eu li, uma guardiã não pode usar a magia proibida, apenas a pura. O ritual deve acontecer em um ano ímpar, isso atrasa o ritual de Dália, ou seja, um ponto para nós. E a guardiã deve ser escolhida pela guardiã anterior, caso contrário, recorrer às almas.

— Não sabia que estava interessada em ser guardiã das bruxas, pequena leoa. — George entra no meu quarto, sem bater.

— Se você quer lutar contra o inimigo, você deve conhecê-lo.

— Desde quando decidiu perseguir Dália?

— Eu ouvi novamente aquela voz. Ela disse que eu deveria impedir que Dália se tornasse guardiã, a voz nunca erra.

— Intrigante. Não desconfia dessa voz? Talvez seja alguma bruxaria dessas mulheres.

— Qual era a intenção dela me entregando aquilo? Qual era a intenção dela ao me levar ao acampamento delas? Não foi algo armado, naquela noite, morreram quase 1000 bruxas e bruxos.

— Sim, mas tome cuidado. ARGH! — George coloca a mão na cabeça, e começa a se contorcer no chão. — Essas malditas fazem isso com frequência agora, a cada 2 horas. Ahhh...

— Fique calmo!  — Seguro em seu rosto e ele me olha.

— Parou. — Estreito os olhos. — Toda vez que você toca em mim, isso para.

— Estranho.

— É a segunda vez... — George se levanta e começa a andar pelo quarto.

— Pode ter sido coincidência.

— Vamos testar. Você vai passar o dia do meu lado e quando essas malditas começarem, você vai tocar em mim.

— Eu não sou a sua enfermeira, nem a sua babá.

— Ficarei aqui do seu lado, enquanto você lê essas bruxarias.

George passou o dia ao meu lado, me irritando.

— Você é um porre. A próxima vez, eu vou te deixar morrendo sozinho.

— Não faça isso comigo, minha pequena leoa. — E faz beicinho.

— Você parece uma criança. — Jogo um travesseiro em sua cara.

— Bruxa maldita! — Ele sobe em cima de mim, fazendo cócegas. Paramos por alguns instantes e ficamos encarando um ao outro, ele vai se aproximando de mim, lentamente.

— O que você está fazendo? — Digo ofegante.

— Preciso fazer algo. — Ele me beija intensamente. Tento afastá-lo, mas eu não conseguia parar de beijá-lo, o beijo era bom. Os beijos vão ficando mais intensos, até que tiramos a roupa um do outro.
Quando terminamos, ele se levantou e foi para a janela. Sua nudez parecia não envergonha-lo. Sento-me na cama, com dificuldade e tentando assimilar o que acontecera. Há anos eu não sentia, o que ele acabara de me fazer sentir. Porém, ele era o George. Esperei alguma piada vinda dele, algo sobre as pensamentos pervertidos e sobre a minha vida sexual parada, mas nada veio. Ele apenas se vestiu e saiu do quarto em silêncio.

Katrina Onde histórias criam vida. Descubra agora