Capítulo 10/ Azarada

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Me sinto mole, anestesiada pelo corpo inteiro. Meu estômago dando cambalhotas que deixariam qualquer ginástica olímpica morrendo de inveja. Corria de forma cambaleante naqueles saltos de 15cm somente por obrigação. Odeio saltos, mas precisava usá-los para não parecer tão baixa em meus 1,65m de altura, além do mais perto de alguém como Anahí que tinha quase um e setenta de altura, Mai não era tanto já que era somente uns dois centímetros mais alta que eu. Meu pulso estava acelerado bombeando sangue mais rápido em minha veias, eu me obrigava a não olhar para trás porém a mer/da de um dos salto se partiu ao meio me fazendo tropeçar e cair de joelhos no chão semelhante a alguma coisa podre caindo do pé.

— Inferno! — praguejei, ajoelhada em meio a lama. Ouvi os passos dele no chão molhado logo atrás de mim, não parecia nem um pouco apressado, estava calmo e passivo. Segurei a vontade que tive de chorar. Xinguei-me de todas as formas possíveis. Por que nada na minha vida parecia certo, por que sempre falhava? Eu pensei em modo acusatório.

— Você se machucou? — Christopher agarrou meus ombros na tentativa de me levantar, mas eu o empurrei para longe. Não queria que me tocasse ou que fingisse se importar comigo.

— Não toque em mim! Nunca mais faça isso novamente! — disse de forma grossa e rudimente me levantando e afastando de forma rápida até para uma mulher com um salto só "bom". Principal tentando tirá-los dos pés. Me sentia um pouco zonza por causa do gosto da boca dele ainda na minha — mesmo que não fosse uma sensação propositalmente ruim. Ele não era o meu namorado tinha que me focar somente nesta questão.

Tenho namorado!!

— Por que você esta chorando? Foi só por que beijei você? — continuei a andar, arrancando os sapatos do pé furiosa. Só então notei estar chorando — caramba! — praguejou passando os dedos pelos cabelos úmidos. — foi só um beijo...Não tem motivos para tanto drama.

Parei de supetão assim que o ouvi dizer todas as idiotices. Babaca! Lancei meus sapatos para longe e os vi quicarem perto aos pés dele cobertos por um tênis casual de corrida — Só um beijo! É isso que você acha?! Que foi...Argh! Você é um grande cara de pau, idiota! Não foi só um beijo para mim e se foi para sua opinião então que se exploda você!! E nada disso que estou fazendo é drama. Nunca diga para mim que estou fazendo drama ou cena se não o monstro que vive dentro do meu estômago sairá e destruirar seu rostinho de bonequinha de porcelana!

Eu realmente fiz um homem que era o dobro da minha altura recuar como um cãozinho assustado. Foi bom vê-lo tão vulnerável assim em relação a minha presença. Ele tinha razão em dizer que tudo que fazia era um temível drama, mas isso somente eu poderia deduzir não ele. Era e sempre seria eu a única a me apontar o dedo e não deixaria barato alguém como ele o fazer. Meu pulso estava cada vez mais acelerado que cheguei a achar que enfartaria a qualquer instante. Meu sangue correndo mais rápido nas veias. A chuva a nossa volta só crescia cada vez mais.

Um...respira...dois...respira...três...respira...quatro...respira...cinco...respira...

A técnica de respirar a medida que contava até o número de vezes que fosse preciso para que sua cabeça não estoure de pura raiva aprendi com dona Blanca Savinon que até poderia parecer um poço de calma e equilíbrio, mas eu estaria mentindo se tivesse a coragem de dizer isso. Minha mãe era assim impulsiva como eu, na verdade eu sou assim como ela, sempre esquentando a cabeça fácil a cada um dos atos desagradáveis de meu pai e era quase todos os dias que a havia respirando e contando para controlar a louca vontade de atirar um vaso na cabeça de alguém com toda força. Esta não é minha primeira experiência com esta técnica, mas não me parecia tão eficaz e a vontade de que um raio rasgasse o crânio de Chris ao meio ainda estava ali.

Now (Vondy) Livro 1 - Original VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora