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Depois que conversamos na varanda, eu e o Vitor voltamos para sala aonde seus amigos estavam. Uma das meninas segurava uma garrafa de tequila e nos chamou para brincar de vira vira. Aceitamos e começamos.

Depois daí tudo saiu do controle.

Eu virei três doses de tequila e um calor imediatamente subiu no meu corpo. Prendi o meu cabelo curto com um elástico que eu levei na bolsa, e limpei o suor que estava se formando na minha nuca. Os rapazes começaram a jogar baralho e eu fui também. Era um jogo em que jogávamos as cartas no centro da mesa e quem tivesse a mesma carta do topo, roubava o monte que se formava. Quem tivesse o maior monte, ganhava. Simples, idiota, mas engraçado. Todos já estavam bêbados o suficiente para gritar e brigar com quem roubasse o monte. Vitor ficou puto por que um dos seus amigos estava ganhando e jogou todas as cartas que tinha na mão no rosto do amigo. O amigo gargalhava tanto que estava ficando vermelho igual um tomate, Vitor também estava vermelho, mas era de raiva. Eu ri tanto da cara dele que fiquei com dor na barriga. Levantei do sofá, limpando as lágrimas do canto dos olhos, de tanta risada que dei, coloquei as minhas cartas na mesinha e fui até a cozinha pegar uma cerveja.

Quando voltei, Saulo me puxou pelo braço e me levou em frente ao home theater.

- Vamos por uma coisa pra dar uma animada! – Gritou e pegou o celular e conectou no aparelho. Clicou algumas vezes e um funk bem alto começou a tocar.

- Vamos dançar! – Gritou de novo com as mãos para o alto e começou a fazer sarrada no ar. Bom, tentou fazer. Eu comecei a rir e quando iria me afastar para ele dançar, as meninas me puxaram para eu dançar também.

Tentei acompanha-las e rebolar, mas não conseguia me movimentar do jeito que elas faziam. Ríamos e dançávamos ao mesmo tempo e eu esqueci todos os problemas que eu tinha. Os trabalhos e as provas da faculdade se aproximando, a surra que o Kadu levou, a indiferença do Rafael... Esqueci tudo isso e apenas curti o momento.

Eu dormi apenas duas horas.

Eu me diverti tanto na casa do Vitor que esqueci completamente da hora. Quando me dei conta já era quatro horas da manhã e eu precisava acordar às sete. Me despedi rápido de todos e peguei carona com os rapazes. Não morávamos perto, mas eles se habilitaram a me levar e eu fiquei muito agradecida. Uma merda pegar Uber a essa hora.

Quando eu cheguei em casa ia dar cinco horas, tomei um banho e me joguei na cama sem roupa mesmo.

E duas horas depois meu celular despertou. Tive vontade de jogar ele longe, mas não podia. Não se eu não quisesse ficar sem celular. Levantei contra a minha vontade e morrendo de sono, eu não dormi nada. Parecia que tinha dormido só cinco minutos.

Coloquei uma calcinha e um sutiã quase chorando por que eu tinha que sair de casa, e catei um jeans largo e uma camiseta preta no guarda-roupa e fui escovar os dentes. Olhei meu rosto no espelho e parecia que eu tinha saído de um filme de terror. Minha maquiagem borrada, pois não limpei direito quando eu tomei banho e meu cabelo todo desgrenhado e sujo, por que eu também havia esquecido de lavar. Resmunguei e lavei o rosto, tirando todo o resquício da maquiagem. Enfiei a cabeça debaixo da pia e tentei lavar meu cabelo, mas não deu muito certo. Bufei de raiva e peguei uma escova, penteando-o e prendendo num rabo de cavalo.

Dava para ver que estava sujo? Dava. Mas, não 'to nem aí para o que vão pensar.

Escovei os dentes, passei uma base para disfarçar a cara de ressaca e depois o pó. Fui até a cozinha e tentei comer alguma coisa, mas o embrulho no meu estomago não permitiu. Então, apenas bebi um café forte para acordar e terminei de arrumar as coisas para sair de casa.

Estou torcendo para que o dia passe rápido e eu não durma em cima da mesa.

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O Que Nos Espera (Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora