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Fui acordada pelo barulho da minha campainha soando repetidamente. Levantei num pulo, assustada, pensei que estava acontecendo alguma coisa no prédio até ouvir a voz do Kadu gritar meu nome pelo o outro lado da porta. De assustada, fiquei irritada. O que esse garoto quer as nove horas da manhã de domingo?

Péssima ideia de deixar ele subir sem ser anunciado. Não sei por que fiz isso.

Fui cambaleando sonolenta um pouco mais rápido até a porta da sala, antes que os vizinhos colocassem meu nome na lista de reclamações do condomínio (mais uma vez).

- Anda logo Joana! Abre essa porta.- Ele repetia isso o tempo inteiro. Abri a porta num movimento rápido com cara de poucos amigos, antes dele começar a esmurrá-la.

- Nossa, até que enfim! Já estava criando raízes aqui. - Disse entrando no apartamento resmungando. - Que sono profundo é esse? Berrei pra caramba aqui.

- Eu estava com sono. Você não precisava ter feito esse escândalo, os vizinhos poderiam reclamar. - Respondi olhando para fora me certificando se ninguém já estava pronto para vir aqui.

- Eu estava ficando impaciente com a demora. Trouxe nosso café da manhã! - Disse mostrando uma sacola que até então nem tinha percebido. - Você está com fome? - Perguntou indo em rumo a cozinha.

- Estou. - Respondi ouvindo meu estômago roncar e fechei a porta. - Mas eu preciso de um banho antes e você vai me ajudar.

- Eu? Dar banho em você? - Se aproximou da bancada que separava a minha cozinha da sala. - Virou bebê agora, amiga? - Completou com ironia.

- Não, seu palhaço. Eu só não consigo tomar banho direito com essa porra de tipoia! - Disse irritada indo para o quarto. - Vem Kadu, me ajuda.

- Estou indo, estou indo. - Disse me seguindo.

Kadu me ajudou a tirar o pijama, me levou até o banheiro e ligou o chuveiro. Aproveitei para contar sobre a visita do Rafa ontem e ele surtou dentro do box. Enquanto eu contava, ele dava gritinhos e quase me afogou debaixo d'água.

- Eu não acredito que você recusou uma transa com aquele homem bapho, Joana Matos! - Disse indignado enquanto ensaboava minhas costas.

- Eu estou com uma tipoia no braço, Kadu. E ainda estava em choque com tudo que aconteceu. De manhã fui atropelada e de noite você queria que eu fizesse sexo com meu amigo de trabalho?!

- E o que tem? Seria uma ótima maneira de relaxar! - Respondeu agora lavando as minhas costas com o chuveirinho.

- Eu não estava com cabeça para isso. - Disse finalmente me virando para ele que já estava com a bermuda cheia de respingos. Ele tirou a camisa antes de entrar para não ser molhado completamente. - Quando eu estiver melhor, eu caio nos braços do Rafa. - Completei com um sorriso de malícia nos lábios.

- Você é danada, hein! Assim que eu gosto, mana, muito bem. - Falou rindo e batendo palminhas. - Agora lava essa sua coisinha aí e sai desse banho. - Disse secando os braços e o peito, saindo do box.

Lavei a minha "coisinha" e finalmente saí do box com ele me esperando sentado no vaso. Ele terminou de me secar aonde eu não conseguia e me ajudou a colocar minha roupa. Ainda bem que eu tenho ele comigo, não sei o que faria sem ele agora.

Fomos para cozinha e ele foi preparar nosso café da manhã, enquanto eu apenas observava tudo sentada na cadeira, apoiada na mesa. Em um certo momento ele começou a abrir e fechar as portas do armário, impaciente. Confusa, perguntei.

- O que você está procurando?

- Pó de café! Pelo visto não tem, né? - Respondeu virando-se para mim.

O Que Nos Espera (Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora