Anastasia acordou no susto e deparou-se com o teto branco acima de seu corpo, os olhos buscaram qualquer tipo de sinal humano, mas não havia nada. Nada. O lugar onde estava era totalmente branco e não havia uma cadeira. Sozinha naquele recinto, Anastasia levantou-se e caminhou até a porta. Além de sozinha, Anastasia estava com frio.
As risadas e conversas que rolavam eram evidentes, Anastasia começou a gritar por ajuda e dissera também algo que não deu para entender. Os toques na parede foram tão fortes que por um momento Anastasia pensou ter aberto a porta. Que sonho. Anastasia voltou para o colchão onde acordou e deitou-se, as risadas ficaram cada vez mais altas e Anastasia estava atingindo o seu limite. Quando pensou em voltar a chamar por ajuda, a porta abriu-se em um só toque.
- Bom dia. Dormiu demais, não acha? - o homem de terno e gravata, feio, debochou.
- Que dia é hoje? Quem são vocês? Onde é que eu estou? Me deixa sair, porra. - esbravejou.
- Pode parar. Você não vai a lugar nenhum - dois homens surgiram atrás dele, os dois com máscaras - Vou te apresentar o lugar.
Anastasia por um momento estava em êxtase. Não sabia o que fazer. Seria esse o preço por todas as coisas ruins que já fizera? Não tenho a mínima ideia de onde estou, mas também não me preocupo. Não é como se alguém fosse notar a minha ausência.
- Vamos? - perguntou o homem careca de novo.
Anastasia cambaleou para o lado ao levantar-se. Porra de labirintite. Ao sair pela porta sentiu o odor forte e tentou respirar somente pela boca, mas falhou.
- Que cheiro é esse? Aliás, qual seu nome?
- Me chamo Elias, muito prazer.
- Tá, mas não me respondeu. - ela o ignorou.
- Você ao menos sabe onde estamos, Anastasia?
- Não, se eu soubesse não teria te perguntado antes.
- Todas as drogas que você consumira, elas são feitas aqui. Está surpresa?
Anastasia levou um choque de realidade porque já ouvira histórias sobre aquele lugar antes. Ah, claro, leitor você não tem a mínima ideia, mas Anastasia tinha amigos que envolviam-se neste tipo de coisa. Not a big deal.
- Não. Já ouvi falar daqui antes, porém não sabia que era tão grande e tão...
Anastasia fora interrompida pelo homem.
- Formal? Sim. Nós levamos as coisas bem a sério por aqui. Você disse que não sabe porquê está aqui, estou certo? Nós ficamos sabendo que você roubou de um dos nossos, como posso dizer? Trabalhadores. Por fim, ou você paga pelo o que roubou com a vida ou você pode trabalhar para nós. O que acha?
É óbvio que você já tenha ideia do que Anastasia respondeu ao homem. Anastasia, então, teria que trabalhar para a empresa. Quando Elias contou a função que Anastasia deveria exercer no tráfico ela não pôde ficar mais receosa.
- Isso existe? Perdão, existe alguém que faz isso?
- Ora, claro. Como você acha que nós te pegamos? Mas é claro que com clientes homens nós não conseguiremos ser tão duros assim ou poderá ter efeito reverso. Como notamos o quão sútil e persuasiva você é, vamos precisar que use isso com clientes que não pagam. Pronto.
- Você sabe que não é tão fácil assim, né? Precisa haver envolvimento emocional.
- Sim, nós sabemos. Todo o pessoal sabe, Anastasia. Por isso te digo, pode usar o tempo que quiser. O seu trabalho será apenas com os clientes mais duros, os que não há chances de sair na mão. Você vai usar o seu poder. Ou morrer tentando.
E foi nesse momento que Anastasia sentiu o sangue correndo mais rápido pelo seu corpo. Gostava da ideia. Gostava da ideia de ser a chave mestra. De ser a solução. Mesmo sabendo que nunca seria.
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SPRING and all the other seasons
Misteri / Thrillerprimavera substantivo feminino 1. estação temperada e amena, entre o inverno e o verão [No hemisfério sul, estende-se do equinócio de setembro ao solstício de dezembro; no hemisfério norte, do equinócio de março ao solstício de junho]. Partindo da...