Vamos sair | parte II

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"Já sabes o que vais pedir?"

"Não, estou indeciso entre massa ou pizza e tu?"

"Esperava que me desses alguma sugestão," sorri timidamente "é a primeira vez que venho aqui."

"As massas são fantásticas, não te vais arrepender."

"Acho que vou para a massa à bolonhesa então!" O meu amor por massas é enorme. A minha mãe passa a vida a queixar-se que cozinho massa com tudo, mas, para além de ser a coisa mais fácil de fazer, o aspeto que ela tem também é magnífico. A dos lacinhos é muito provavelmente a minha preferida.

"Já escolheram?" o empregado não parecia uma pessoa muito simpática, possivelmente devido à quantidade de horas de trabalho. Não o julgava, aliás, até o compreendia. Aturar tantas pessoas, algumas das quais difíceis de lidar, e andar de um lado para o outro a correr cansa qualquer pessoa.

"Carolina o que vais beber?" a pergunta do Diogo acordou-me dos meus devaneios.

"Água, por favor." o Diogo olhou-me com um sorriso de troça "Eu bebo sempre água, mantém-me hidratada." senti que devia justificar a minha escolha.

"Não julgo ninguém," riu "eu vou querer uma coca-cola."

O Diogo acabou por escolher o mesmo que eu e o empregado saiu da nossa mesa.

"Então como foi a tua semana?" Ele iniciou a conversa.

Já tinha passado uma semana desde o nosso encontro inesperado. As minhas emoções andavam ao rubro, talvez seja por isso que não dei pelo tempo passar. De certo modo ter a mente tão ocupada, não me deu tempo para me reorganizar tanto fisicamente como psiclogicamente.

"Ocupada e a tua?"

"Foi divertida... podemos assim dizer." disse rindo-se. Em que estaria a pensar?

"Divertida?" a minha curiosidade aumentou.

"Sim, foram dias preenchidos por pranks, futebol e amigos."

Será que também tem muitas amigas femininas? Parte de mim não quer nada com ele, mas a outra parte deseja fazer parte de mais dias dele. Acabei de sair de uma relação, de modo algum me vou atirar para outra! A menos que o meu coração me guie para tal, que será o mais provável de acontecer.

"Qualquer dia devias aparecer lá por casa e fazer uma prank comigo." Isto foi um convite?

"Não sei onde fica a tua casa." ri.

"Posso sempre levar-te lá." piscou-me o olho.

A nossa conversa foi interrompida quando a nossa comida chegou. Tinha um ar divinal e um cheiro ainda melhor. O Diogo olhava para o seu prato como quem nunca tinha comido na vida e chegava até a ser engraçado.

O jantar estava maravilhoso. A lareira, a comida, o ambiente e, principalmente a companhia. Não pensava que me fosse divertir tanto. Com o Henrique costumava ser algo aborrecido e estranho, não que os nossos encontros românticos fossem frequentes, mas aqueles que tínhamos ficavam a desejar. Já com o Diogo era diferente, sentia-me especial... Não que vá ter algo com ele, mas as energias que ele me transmite são positivas!

"Estou tão cheia!" acabei por dizer assim que terminei a minha massa.

"Eu avisei para não comer tanto gelado como sobremesa." parecia a minha mãe neste momento...

"Eu gosto de correr riscos." desta vez foi a minha vez de lhe piscar o olho. Ele riu-se com a minha tentativa de ser engraçada.

"Bem, vou só ali pagar e depois podemos ir passear." Eu não quero ter a discussão do quem paga de novo. É sempre a mesma coisa!

Depois de insistir intensivamente, o Diogo deixou-me pagar a meias.

"Já te disse que estás linda?"

"Não." eu corei intensamente. Aposto que a minha cara estava mais vermelha que um tomate, eu sentia o rubor das minhas bochechas e isso só me fazia ficar mais envergonhada.

"Não precisas de corar miúda." Ele envolveu os meus ombros no braço dele e senti o meu corpo a relaxar. Ele acima de tudo dava-me paz de espírito.

"Não costumo receber esse tipo de elogios apenas." ri timidamente.

O nosso passeio foi algo calmo. As ruas estavam desertas devido ao frio de que se fazia sentir, e a lua estava cheia, iluminando assim a cara do Diogo, parecia um anjo. O nosso passo era lento como quem queria que aquele momento durasse para sempre, não existia dor nem preocupação pela primeira vez nesta semana e isso é algo que pretendia guardar na minha memória.

"Está a ficar tarde..." quebrei o nosso silêncio.

"Também está a ficar mais frio, queres ir para casa?" os olhos dele mostravam o cansaço que devia estar a sentir apesar de não o querer admitir.

"Se não te importares..." Se ele se importar tenho de ir a pé ou de táxi, mas eu não confio na segunda opção.

"Vamos," disse enquanto virava o meu corpo com a força do seu braço "foi uma noite divertida."

Enquanto nos dirigíamos para o carro apareceram um grupo de adolescentes que pediram para tirar uma foto com ele. Seria o Diogo alguém conhecido? Não me importava com a resposta a essa questão agora, estava tão cansada que só queria deitar-me na minha bela cama e dormir o resto da noite.

Espero que estejam a gostar! Agradeço muito todos os votos e comentários do fundo do coração. Beijinhos e obrigada de novo ❤️

CarolineOnde histórias criam vida. Descubra agora