O que poderia ser?

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 18 de Janeiro, século XV.

Depois da noite passada com o rei, Jungkook estava logo de manhã, ainda deitado em seus aposentos de sua antiga casa de infância, agora, habitada somente pelo mesmo. Era tudo tão calado, calmo e quieto que chegava a irritar os ouvidos do Jeon, mesmo vivendo próximo ao mercado central, tão movimentado. A morte de seus pais de alguma forma ainda era meio recente, seus pais haviam falecido há um ano atrás, ou um pouco mais e o garoto ainda era “sensível” em relação o assunto e ainda se punha inquieto ao ouvir alguém mencionar os pais. Os pais cujo ele havia crescido e pelos mesmos, foi criado. Ele nunca soube como seus pais haviam morrido, simplesmente recebeu a notícia, e foi como um soco na boca de seu estômago. Ele se abalou, ele chorou, ele desabou, mas como um bom comandante, nunca notaram seu abalo ou desgaste, o que o deixava cada dia mais cansado de viver. Nesse silêncio, ele recordara as boas lembranças com seus queridos pais, tão bondosos consigo e que dariam a vida pelo próprio filho. E tudo foi piorando nos últimos meses de guerra, onde viu seus cavaleiros, seus amigos, seus companheiros, sendo mortos e ele só conseguia pensar “Não fui de honra o suficiente para esse posto de comandante”. Ele matou crianças, mulheres e a culpa morava em seu interior, o corroendo.

Mas, ele por algum motivo do acaso, começou a lembrar-se da noite de dois dias atrás, que passou com o Kim. O garoto que sempre ouvia o nome passar de boca em boca dos moradores de Seoul. Um garoto tão elegante, sorridente, alegre e trazia consigo a felicidade que espalhava para quem olhasse teu sorriso. Ele era encantador. Não era simplesmente um rei, simpático por obrigação, ele tinha um coração quente e sua bondade era amável e adorada. O Kim conseguiu acender algo dentro de Jungkook. Mas…

O que poderia ser?

Toda vez que ele lembrava do olhar de Taehyung, seu peito se aquecia, seu coração acelerava e suas mãos ficavam inquietas. Ele queria ter o mesmo ao seu lado a todo momento mas, porque? O que seria isso que Jeon sentia? Nem mesmo o próprio sabia. Era algo tão distinto, mas tão oculto, era algo que Jungkook podia sentir, mas, parecia tão distante é tão confuso. Pensamentos de qual ele achava completamente errado e impróprio para um dos líderes do reino, começaram a se reproduzir em sua mente. Mas, isso não era comum… Isso era diferente.

Em quanto seus pensamentos levados pelo sentimento elíptico iam e vinham, algo corta o silêncio que o concentrava. Alguém estava batendo em sua porta.

O mesmo se levanta, saindo de seus aposentos e passando por todos os cômodos, chega a porta de madeira, onde a abre e se depara com um dos serventes reais. Isso era óbvio até mesmo de vista distante, estava bem vestido, com roupas que apenas um servente utilizaria, contia em seu peito o brasão da família Kim, atual dona do trono como já era do conhecimento de todos, e um bracelete representando o símbolo da corte. O homem bem mais baixo que si e um tanto idoso também, reverencia demonstrando respeito e retira uma carta com o selo real, na qual agora, apresenta em mãos.

-Comandante Jeon, estou aqui em nome da realiza. Lorde Kim Dong Ryul enviou uma carta. - Complementa o que já não era de muita utilidade e estende a carta ao mais novo. O mesmo agradece e fecha a porta atrás de si, se dirigindo a mesa e sentando em sua cadeira, laçando o abridor de cartas com os dedos e abrindo o envelope de cor creme e textura crespa.

“Comandante Jeon, eu e a realeza gostaríamos que nosso fiel líder, pudesse passar algumas semanas conosco, para debatermos em relação aos conflitos e para que sir Jeon possa conhecer melhor nosso rei, Kim Taehyung, que tanto lhe admirou em tempos.

Enviarei uma carruagem em vossa residência ao entardecer do dia, por favor esteja pronto.

Esperaremos ansiosos por vossa chegada.

The Era of War (TaeKook)Onde histórias criam vida. Descubra agora