Filhos da Rebeldia

Casamento Ideal... Balela

Claro que ter se casado em Las Vegas, logo depois de encher a cara em um bar com strippers não era a forma mais ortodoxa de fazer a coisa acontecer.

Mas Severus e Dominic não eram pessoas lá muito ortodoxas.

Quando retornara para a Inglaterra, aos quase 22 anos, a Guerra já estava mais do que instaurada. Lilian tivera um filho com Potter, e sua esposa foi compreensiva com sua dor por mais aquela "traição" daquela que chamava de melhor amiga.

A dor de perder Lilian, por duas traições de Rabicho, o consumiu por anos. Mas isso não incomodava Dominic. Sua loira sempre esteve lá, como sua melhor amiga, como sua esposa, como sua amante...

Era em tudo isso que o pocionista estava pensando naquela noite.

-Vejo um marido bastante tenso. Que não se decidiu se está triste, nervoso, saudoso ou seja lá o que for.-A voz rouca se fez ouvir, baixa. Dificilmente Dominic perturbava o ambiente. Apenas se algo a estivesse incomodando muito profundamente.-O que tem meu marido?

A mistura perfeita dos cheiros do sabonete e do shampoo impregnou o lugar, fazendo Severus soltar um forte suspiro de prazer. O nariz do pocionista era extremamente sensível, acostumado com suas poções e ingrediente. Ele amava o cheiro da loira. Tanto o cheiro natural quanto aquele artificial.

Snape não se dignou a virar de barriga pra cima na cama, mas dedicou um tempo a olhar sua mulher.

-Estava pensando... Nada muito grave.-Concluiu, vendo-A acender algumas velas, antes de apagar a luz do quarto.-Eu gosto desse robe.

-Claro que gosta. Você me deu de dia dos namorados.

Enquanto organizava as velas, a loira aproveitou para pegar um hidratante de textura aveludada em sua penteadeira, antes de voltar para a cama, se sentando ao lado do pocionista, na beiradinha do lado dele da cama.

-Hum... Não acredito que vou ganhar uma dessas...

Snape sentiu o hidratante fazer uma linha em sua coluna, antes qe sua esposa se sentasse sobre suas coxas.

Começando pela nuca, Dominic ia do centro de suas costas para as laterais de seu corpo, massageando hora com os dedões, hora com a ponta dos dedos, as vezes fazia pressão com o fim da palma das mãos... Severus se sentia no céu quando a esposa fazia massagem. Não era um mimo frequente, e talvez por isso fosse tão gostoso e especial.

No geral, eles nunca conversavam nesses momentos. As vezes Dominic contava, e outra ele se permitia chorar baixinho, murmurando. Mas nunca conversavam. Não havia uma troca de argumentos e pontos de vista.

Quando os papéis se invertiam, o que era mais frequente, eles conversavam bastante. Severus gostava massagdar sua mulher. Mas não era porque pretendia ganhar algo em troca. Ele apenas via naquilo uma maneira simples de agradar sua loira. Era um mimo.

Mas havia algo naquele dia. Ambos tinham coisas a dizer. Haviam problemas sérios rondando suas vidas, e eles estavam se aproximando cada vez mais.

-Não quero viver outra guerra.-Ela comentou baixinho, sem parar a massagem.-Eu fugi dos meus pais porque eles não conseguiram deixar a Segunda Guerra Mundial no passado. Não quero ter outro maníaco preconceituoso e com complexo de superioridade se metendo com a minha família.

-Sua família cometeu erros, Dominic. Fiz escolhas extremamente erradas.

-É, você fez. Mas não teve culpa alguma por escolher esse caminho. Nós dois já conversamos sobre isso, Sev. Achei que tivesse parado de se martirizar por isso.

-Você tem uma marca no braço... Feita por um homem igual àquele que eu escolhi seguir quando era mais jovem. Essa marca faz você sentir nojo, faz você chorar. Eu prometi proteger você, mas não posso mudar o passado e sair completamente dessa confusão. Se não fosse a marca que eu carrego, nós dois poderíamos voltar aos Estados Unidos, onde nos casamos... Poderíamos escolher um lugar diferente para morarmos...