Muito prazer, Lord Voldemort

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Rabicho tremia no canto de sua cela. Não era o frio, não era os dementadores, não era Sirius. Era ela, aquela mulher demoníaca. Estava sentada displicentemente na cadeira, fumando um cigarro verde, de menta, com um copo de café na outra mão.

-Anda logo, rato! Me responda!

Já era a terceira vez que Sirius vociferava. Mas o outro animal não lhe dava a maior atenção. Black se irritou com isso e com a cara de tédio absoluto de Dominic Hoff.

-Vamos lá, Petter.-O homem se encolheu mais.-Tem certeza de que não que conversar com seu amigo? Sabe que nossa conversa vai ser muito mais intensa.

-No ce-cemitério... A-aquele onde o p-ai dele está enterra-do...

-E como pretendem levar Harry até lá?

-Pela chave de portal, seu tanso.-O homem se voltou para a loira.-Como você é incapaz de usar o cérebro. Vá para Hogwarts, e fique de olho na última prova. E em Crouch Júnior.

Os dois Marotos a olharam, surpresos. Dominic arqueou a sobrancelha, antes de dar uma gargalhada irônica e se levantar, parando de frente ao Auror, deixando a fumaça sair de seus pulmões calmamente.

-O que você...

-Aproveite, e avise meu excelentíssimo marido que chegarei a tempo para o jantar.

-Eu tenho de alertar o corpo de aurores!

-Você tem que ir cuidar da sua vida inútil, Black., os olhos dela ficaram inteiramente brancos.-Não ouse me atrapalhar.

•~♤~•

Harry sentou um calafrio intenso quando foi parar no cemitério, mas ainda estava desorientado. Não muito diferente de Cedrico. Chaves de portal eram decididamente desconfortáveis.

O lufano caiu desfalecido sem explicação aparente, e o grifino foi preso à estátua. Mulciber apareceu, trazendo o que era um tipo de "feto". Era Voldemort.

Harry o assistiu renascer, mas foi distraído por um perfume famíliar. O adolescente conhecia aquele cheiro marcante de menta, canela e nicotina de algum lugar.

A estátua o soltou com delicadeza, enquanto Voldemort desprezava seus comensais da morte. Mãos longas e um pouco ossudas o seguraram pelos ombros com carinho, antes de Cedrico ser levifaço até onde estavam. Harry foi forçado a segurar o rapaz, e a respiração do ser ficou seu rosto.

-Accio.

-Accio!-E a taça tribruxo voltou para suas mãos, diretamente para o pátio de Hogwarts.

•~♤~•

Voldemort deu um grito de fúria. O menino escapou diante dos seus olhos! Aquilo era um ultraje.

Uma gargalhada, ligimadamente divertida, encheu o ar.

-Oh, pelas diabruras de Loki!-A mulher sentada no ombro da estátua continuava gargalhando. Lucius estava horrorizado com isso, mas Voldemort não percebeu a reação de seu comensal.-Então isso é o grande Lord Voldemort?-Ela deu outra gargalhada.-Alvo Dumbledore tem medo disso aí? Ai, há anos não vejo uma piada tão maravilhosa!

Ela voltou a gargalhar e Voldemort pegou sia varinha.

-Quem você pensa que é, criatura desprezível?

-Desprezível? Eu? Ah, meu querido mestiço com complexo grave de inferioridade e estrelismo... Eu sou muitas coisas. Mas nem me esforcei o bastante para merecer um título tão gratificante.

A mulher ficou em pé sobre o ombro da estátua, e de lá saltou para o chão, pousando como um gato, antes de começar a assoviar, dando às costas a Riddle, seguindo para a porta do cemitério.

-Avada Ked...

Todos viram o Lord ser suspenso no ar, com uma das mãos da mulher em sua garganta, enquanto ela mantinha sua varinha na outra, com o feitiço preso à ponta do artefato branco, que estava direxatamente apontado para a garganta do dono.

-Termine de se pronunciar o feitiço, me faria um favor! Vou rir por meses com a notícia de Skeeter: "Lord Voldemort acerta uma maldição da morte em si mesmo! Uma clara demonstração de sua incompetência, asnisse e imperícia de um dos bruxos mais temidos do século. Mais sobre o tema na página sete."

Ela apenas o largou jogado no chão, e a carinha se apagou. A loira rodou o objeto nos dedos, guardou-o no sobretudo e voltou assoviar, disposta a sair de vez do cemitério.

-Sua...

-Ah, Lucius. Só em nível informativo: Draco passará as férias de verão na minha casa. Até mais ver.

E sumiu diante dos olhos de todos.

•~♤~•

Lucius não se tornou alvo de Voldemort naquela noite, nem em nenhuma outra. Então naquele dia, depois de seus afazeres no ministério, decidiu por rumar para a casa dos melhores amigos, onde seu primogênito estava hospedado até segunda ordem.

Draco estava ajudando o padrinho no laboratório. Desde pequeno costumava fazer isso, sempre que era autorizado a ficar com eles. Sua mãe era o impecilio majoritário.

O loiro se orgulhava de poder preparar o chá de Belladonna sempre que sua madrinha ficava mal. E aquele era um desses dias.

Serviu a xícara, sem açúcar era como ela gostava. Na bandeja colocou alguns cookies de chocolate branco e uma bela era azul, que encontrara caída no jardim. Domingo o ensinara que plantas se magoavam, e ficavam tristes, murchando sem razão aparente com o passar do tempo.

Então foi até o ateliê, andando com cuidado. Abriu a porta com magia, a encontrando sentada no divã. Estava observando o sol poente, com a cabeça apoiada na mão. Uma manta feopuda cobria duas pernas, até um pouco acima de sua cintura. Não era um dia frio, e para a Alemã seria quase um dia quente, se não estivesse com emchequeca.

-Madrinha? Trouxe seu chá.-Informou, colocando a bandeja no criado mudo apoiado na parede, de frente para ela. Pegou a xícara e lhe entregou em mãos, recebendo um lindo sorriso.-Se sente melhor?

-Sim, meu amor.-Ela puxou a coberta, convidando-o a ocupar a outra ponta do móvel, coisa que fez sem pestanejar, com o prato de cookies em mãos.-Obrigada, Dragão.

-Não por isso. Quer cookies?

A mulher abriu outro sorriso. Esse era triste, e Draco vou uma sentelha de raiva se acender nos olhos azuis, antes de ganhar um beijo na bochecha.

-Sabe que eu os fiz pra você, não sabe? E que pode comer sempre que quiser, tentando não comer demais para evitar dores dd barriga, certo?-O rapaz acenou positivamente, abaixando o olhar.-Eu não a sua mãe, Dragão.

Draco deixou o prato no divã, antes de se deitar, deixando a cabeça sobre a barriga da loira mais velha.

-Eu queria que fosse minha mãe, madrinha.

-Eu o tenho como filho, Draco. Desde o dia em que você nasceu. Agora coma seus biscoitos, enquanto eu termino meu chá. Logo seu padrinho virá reclamar que estou distraindo o ajudante favorito dele. E talvez eu tenha de amaldiçoar meu marido por sua inconveniência.

O jovem gargalhou, e apenas concordou com sua madrinha. Não era de se duvidar que ela o faria.

Filhos da RebeldiaOnde histórias criam vida. Descubra agora