Capítulo 1

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        Começando aqui o quarto romance dessa minha série, e como me comprometi, antes de acabar de postar o anterior. Vamos conhecer melhor essa mulher de sangue quente chamada Milly. Lembrando que Voto é bacana, mas seus comentários são muito mais importantes pra mim, beijocas estaladas e bom entretenimento!


Milly;

     O que posso dizer? Depois de tantas tentativas frustradas, é lógico que desta vez eu fiquei bem quietinha, só contei para meu irmão Noa porque sabia que sempre teria nele um grande amigo e ele jamais iria trair minha confiança, mas nem foi por isso que eu não contei a mais ninguém da família. Eu amava a Linda minha mãe pequenina e o pai do qual herdei mais que sobrenome, amava aos meus irmãos também e sabia que era amada por eles. Talvez por isso que preferi poupá-los e também a mim caso mais uma vez não desse certo. E eis que com a passagem de mais um ano em nossas vidas estava eu linda e leve, ainda, mas grávida de dois para três meses e indo para minha última consulta com Dr Vasques. Demorei, mas consegui, meu bebê estava firme e forte dentro de mim e só sairia quando tivesse que sair para a vida e a outra boa notícia é que eu nem precisava mais estar à frente daquela filha da puta de secretária siliconada que não havia passado na minha garganta. Em seu lugar havia uma simpática moça de seus vinte e poucos anos que realmente sabia lidar com as pessoas com carinho, e não trocava nome de ninguém.

– Dona Milly, bom dia. O Dr Vasques teve um contratempo, mas já vai atendê-la, aceita um café ou um chá?

– Só água, por favor. – pego uma revista e mal começo a folheá-la sinto certa eletricidade percorrendo a minha coluna.

    Nem tive tempo de ver o rosto, mas o corpo do homem que saíra do consultório ao lado e passa por mim feito tufão, era gato e tinha uma bunda de dar água na boca, impossível de não olhar. Uma pena ser branco, penso e volto minha atenção para a revista em minhas mãos a lembrar de Gusmão. Gusmão também tinha um corpão lindo e na cama era 'o cara', mas bastou contar que estava grávida e meu encanto se partiu ao que me mostrara a sua verdadeira face, e o que ele me dissera volta a poluir minha mente.

    "Nunca disse que queria filhos, você embarcou nessa porque você quis." – fora o que ouvi dele quando lhe contei.

    Só que era comigo que ele não queria ter filhos, tanto que menos de seis meses após eu perder o nosso bebê nos reencontramos num evento que fiz para o pai dele e só soube tratar-se de comemoração ao noivado dele com a filha de um figurão tarde demais para voltar atrás e recusar o serviço. E a moça que estivera pendurada no braço de Gusmão contara a todos no evento estar grávida dele, e a loira sim era epítome da perfeição para alguém como ele.

    "Não me leve a mal Milly, mas meus pais jamais aceitariam como herdeiro um filho nosso" – e isso fora só o começo, mais tarde nesse mesmo dia eu o flagrei confabulando com seus amigos na garagem sobre 'nossa' vida sexual, que eu era gostosa sim, mas nem conseguia imaginar-se comigo no dia seguinte, brigando com o pente na minha juba e sem maquiagem, quanto mais tendo filhos que iriam passar por situação similar.

    Acho que em toda minha vida eu jamais havia me sentido tão mal quanto naquele momento, e nem fora só pela cor da minha pele ou o crespo do meu cabelo – que nem era tão crespo assim –, mas pela minha intimidade ter sido exposta de forma tão vil pelo homem que até conseguir me levar para sua cama dizia me idolatrar e depois...

    Bem, ele não teve uma segunda chance de me ferir, de ter o que falar de mim, ninguém tinha chance de me machucar se eu não o permitisse e ficara a experiência, ainda que amarga, de quanto um homem pode ser cruel quando o que queria já não seja mais o que ele queira.

Aprendizes do Amor - MillyOnde histórias criam vida. Descubra agora