Capítulo 3 parte 2

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Milly;

     Ele não tinha o direito de me dizer o que disse, não sabia nada de mim, tá bem eu também não sabia nada sobre ele pra dizer o que eu disse dele, mas já tinha ideia de que com ele bateu levou e isso não era ruim, era?... Droga, porque eu tinha a sensação de que nada seria mais do jeito que eu queria?

    Que bosta de vida! Eu não sou controladora! Um pouquinho sim, talvez... Mas quem era ele pra mexer comigo assim? Um comedor de criancinha que só porque tem grana acha que pode tudo? Vai se ferrar!

– Eu não vou me apaixonar por você! – digo em trânsito, mais para eu mesma ouvir e solidificar em minha mente que Enzo era encrenca e eu vacinada com calhordas gostosos como ele, como Gusmão!

    Sigo para meu apartamento, adorava meu espaço na casa de meus pais, mas sabia que se chegasse lá nervosa assim ia sobrar pano para manga e tudo que eu precisava nesse momento era de um pouco de solidão para pensar na vida e cuidar de mim, mas ao por meu carro na garagem já prevejo que hoje eu definitivamente estava sem sorte.

    Gusmão fecha a porta do carro dele e vendo que vinha em minha direção nem saio do meu.

– Milly, eu estava te esperando. – me diz na maior cara de pau – nós precisamos por o papo em dia. – abro o vidro só o suficiente para ele me escutar.

– Não temos nada a conversar, Gusmão. – digo a ele ciente que seu casamento com a filha do figurão falido estava desmoronando, mas isso era problema dele, fora escolha dele e não minha.

    Dou a ré com meu carro e pelo retrovisor vejo que ele me segue afora do prédio pareia comigo na pista a gritar e abro o vidro mais um pouco a escutar;

– Pare Milly, me deixa explicar. – volto a fechar a janela e sigo em frente com ele na minha cola, mais adiante pego a pista e quando chego ao contorno quase bato meu carro, mas o perco de vista.

– Que cara mais insistente! – digo ao descer na calçada para avaliar meu carro e vejo que fora só um grande arranhão na lateral.

– Você nem imagina o quanto, ma cher. – o sangue congela minhas veias quando Gusmão segura meu braço e rapidamente lanço a outra mão na cara dele, mas ele esquiva e me prende contra meu carro – A gatinha quer brigar, sabe que gosto mais de brigas na horizontal, mas posso fazer sua vontade...

    Juro que não sei de onde Enzo saiu, mas vi o exato momento em que Gusmão é praticamente arremessado à frente na calçada e Enzo senta em cima dele a socar a cara dele sem dó.

– Volte a por as mãos nela sem a autorização dela e acabo com a sua raça filho da puta. – a cada palavra um soco era desferido na cara de Gusmão. Ele nem se move rendendo-se e Enzo mantém a guarda, mas sai de cima dele e se aproxima de mim.

– Você está bem?

– Claro que não estou bem! – digo sem pensar – Você me seguiu?

– Segui sim e que bom que te segui! De onde conhece esse babaca covarde?

    Gusmão voltava trôpego para o carro dele em mesmo tempo que uma viatura de polícia passa devagar perto de nós.

– Ele não é ninguém e eu estou bem graças a você. – estava vendo a hora de acabarmos todos na delegacia mais próxima, mas Enzo vai até à viatura e aponta o carro de Gusmão saindo, não sei o que disse aos policiais, mas pela forma que eles arrancaram com o veículo eu podia imaginar.

    Enzo volta e me pergunta;

– Qual o seu nome?

– Milly. – digo sem piscar.

Aprendizes do Amor - MillyOnde histórias criam vida. Descubra agora