Capítulo 9 - A perda

12 1 0
                                    

Duas horas se passaram e Amélia estava em casa novamente, tinha ido ao hospital mas, infelizmente, não pôde fazer nada, não pôde conforta-la e dizer que a ama, nem dar-lhe o último adeus, pois chegou tarde demais, os médicos tentaram reanima-la, mas de nada adiantou, há aqueles que dizem que nunca é tarde de mais, porém, isso não se aplicou à Amélia. Ela permaneceu ali, em prantos, ao lado do corpo magro e pálido sem vida de sua amada avó por horas, se lembrando de que em meio todas suas dificuldades e problemas de saúde ela era a pessoa mais alegre que Amélia conhecia, lembrou da última boneca que ela havia ganhado da avó, lembrou de tudo que elas amavam fazer juntas, de ir no shopping, brincar com as vasilhas que ficavam na última gaveta do armário, justamente para Amélia poder alcançar, se recordou de todas as gracinhas que sua avó fazia, e esboçou sorrisos com as lembranças. Mas Amélia começou a ficar tonta e então sua mãe a lembrou que ela não tinha tomado o café da manhã, sua mãe se encontrava aos pedaços, vermelha e inchada de tanto chorar e então, contra sua vontade mas sem retrucar, fez sua tia leva-la para casa. A garota estava sentada no lugar que mais gostava do quarto, o sofá que ficava em baixo da janela, ela somente não queria comer e nem fazer nada, todas suas forças tinha ido embora junto com a sua perda e que deu lugar ao luto.
- Méli ? Posso entrar querida ? - disse tia Lu, que tinha batido na porta e estava entrando com suas torradas e seu café.
Ela olhou para sua tia, que também estava devastada mas mesmo assim estava juntando forças para cuidar da sobrinha, Amélia esperou a tia colocar seu café na escrivaninha e então se levantou e correu para abraçar a tia. Elas não perceberam o tempo que ficaram ali juntas, chorando mas a campainha tocou e sua tia foi atender. A garota, por consideração ao esforço da tia, comeu seu lanche, que já estava completamente frio, e logo após adormeceu com o coração dilapidado. 

***

Henry estava próximo a escola já, olhando para os lados e arredores procurando por Amélia. Quando chegou no pátio, procurou ela até suas pernas cansarem e o sinal bater, não era possível descrever a sensação de solidão e desapontamento do garoto, até a luz acender no cérebro de Henry e ele ficar preocupado.
"Por que ela faltaria no segundo dia de aula?"
"Ela concerteza ainda tem coisas pendentes no cadastro dela."
"Aconteceu alguma coisa para ela ter faltado, sera que ela se machucou? Ou, será que ela não quer mais me...CHEGA! Henrique, você não sabe oque aconteceu, não se Torture antes da hora."
Quando o menino parou de discutir com si mesmo, e levantou a cabeça já estava em sua sala, agradeceu por ter conseguido se guiar mesmo sem sua mente prestando atenção, ele dirigiu-se para a cadeira mais afastada na sala, e assim sentou lá trás, na janela, coisa que o professor logo ao chegar, notou e alarmou-se, Henry nunca sentava lá trás, e sempre permanecia em sala de aula não deixando-se divagar durante a aula, e assim, o professor percebeu que seu aluno se encontrava perturbado e preocupado com algo, então deixou-o lá.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 15, 2018 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Além das barreiras do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora