Ema
-Está tudo bem contigo, Ema?- pergunta Jota parando o carro à porta do meu prédio.
-Não, mas vai ficar. Obrigada, Diogo- digo sincera.
-Quem era aquela? Porque é que discutiram? O que é que o André tem a ver com isso?- pergunta visivelmente confuso.
-Um dia eu conto-te, prometo. Agora tenho ir. Obrigada por tudo, Diogo- digo dando-lhe um beijo na bochecha e saindo do carro, entrando no meu apartamento.
Mal entro na minha habitação o meu telemóvel toca, dando indicação de que recebi uma mensagem.
Número desconhecido: Olá, Ema.
Eu: Quem és? Como é que tens o meu número?
Número desconhecido: Parece que afinal não trocaste de número.
Eu: Quem és?
Flashback
2 anos atrás
-Tenho que ir para o treino, amor- diz André dando-me um último beijo antes de sair de minha casa.
-Bom treino- digo acenando-lhe, fechando a porta, no entanto em vão, pois logo tocam à campaínha- Deve-se ter esquecido de alguma coisa- falo para mim mesma, abrindo a porta- Rita? Por aqui?- pergunto abraçando a minha melhor amiga.
-Vim saber como é que correu a ecografia?- diz enquanto vamos até ao meu quarto.
-Não muito bem- confesso.
-Então porquê?
-O médico disse que eu tenho uma gravidez de risco. Tenho que estar em repouso total- digo deixando cair algumas lágrimas, abraçando-me a Rita.
-Então quer dizer que não posso fazer isto- diz dando-me uma cotovelada muito forte na parte de baixo da minha barriga, causando-me uma enorme dor.
-Porque é que fizeste isso?- pergunto a chorar, apercebendo-me que comecei a sangrar- O bebé vai morrer, Rita.
-E??????- pergunta irónica.
-Liga para o 112- digo, ficando tudo preto depois.
André
Vou o mais rápido que posso até ao hospital, assim que recebo a notícia de que a Ema foi para lá. Mal lá chego vou a correr ter com o médico que se encontra juntamente com Rita.
-Como é que eles estão, Doutor?- pergunto desesperado.
-Lamento, André. O bebé não aguentou. Só conseguimos salvar a mãe- diz e nesse momento consigo sentir o meu coração a ser estilhaçado em pequenos fragmentos.
-Como é que isto aconteceu?- choro sentando-me numa cadeira.- Como é que pudeste fazer-me isto, meu Deus?- pergunta totalmente desesperado à entidade que acredito governar a nossa vida.
-Tem calma, André- diz Rita- Ao menos a Ema está bem.
-E o meu filho morreu. Sabes o que isso é?- pergunto aos berros.
-Eu disse-lhe para parar, mas ela não me ouviu- diz Rita.
-Não parou de quê?- pergunto sem perceber nada.
-Quando eu lá cheguei a casa, a Ema estava a beber alcoól descontroladamente. Eu tentei avisá-la, mas ela não quis saber, André. Foi ela que matou o vosso filho.
Atualmente
Número desconhecido: Já não reconheces uma velha amiga, Ema?
Eu: Rita?
Número desconhecido: Sabes onde é que eu estou agora?
Eu: Deixa-me em paz. Não percebes que eu não quero saber de nada relacionado contigo?
Número desconhecido: Achei que quisesses saber que o teu querido André, mais uma vez, não me resistiu.
Número desconhecido: Isso mesmo. Mais uma vez ele reconheceu que eu sou melhor que tu.
Número desconhecido: Sempre fui.
Número desconhecido: Parece que bastou ver-me outra vez para me levar para a cama.
Número desconhecido: Sim. É onde estou agora.
Número desconhecido: Ganhei.
Número desconhecido: Mais uma vez.
Mensagem visualizada à 01:21 h.
-Odeio-te- grito o mais alto que posso, atirando o telemóvel para cima do sofá e desfazendo-me em lágrimas.
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Lies- André Silva
FanfictionAfter all, we all have our own secrets and we all have our own lies, even if it is for our own good. André Miguel Valente Silva, jogador do Futebol Clube do Porto. Ema Aguiar dos Santos, jornalista de desporto. Entre eles, muitos segredos, muitas me...