Ema
São agora 14:15h e decido sair de casa pois não quero chegar atrasada. Eu quero mesmo conseguir este emprego. Desde que soube que queria ser jornalista de desporto sempre tive o sonho de trabalhar para o Porto Canal. É como dizem: escolhe uma profissão que ames e não terás de trabalhar um dia da tua vida. E é isso que eu quero fazer. Entro no carro e conduzo até ao Estádio do Dragão onde me encontro com um senhor, por sinal bastante simpático, que me faz a proposta de contrato, chamado Rui.
-Acho que encontrámos a pessoa com o perfil ideal. És portista, muito boa jornalista e lutaste muito para aqui chegar. Parabéns, o lugar é teu- diz felicitando-me.
-Obrigada, muito obrigada por esta oportunidade. Prometo que vou tentar não o desiludir. Obrigada.
-Não tens de agradecer, apenas tens que mostrar que realmente mereces aqui estar. Bem vinda à família Ema- diz o senhor Rui- Começas a trabalhar na segunda-feira.
Depois de todos os pormenores acertados, saio do escritório onde antes me encontrava e vou até à garagem do estádio entrando no meu carro. Começo a conduzir e de repente um carro passa à minha frente, vindo de sentido proibido e quase que bate no meu carro.
-Ó parvalhão, vê por onde andas que não estás a conduzir no meio do monte.- grito mas o condutor que me ignora e acelera ainda mais. Ok. Calma, Ema, que isto tem tudo para ser um dia bom, não o vais estragar por um estúpido que deve ter tirado a carta de condução pela Internet.
Passadas algumas horas começo a arranjar-me para o aniversário do Óliver. Tenho de estar minimamente arranjada porque é uma festa com vários jogadores e tenho de parecer que me esforcei, nem que seja só um bocado. Só espero que não esteja de mais.
Quando já estou pronta vou até casa do Óliver e toco à campaínha vindo o Jota abrir a porta.
-Ema, certo?- pergunta dando-me dois beijinhos.
-Sim. Preferes que te chame Diogo ou Jota?- tomo a iniciativa de perguntar.
-Pode ser Diogo. O Óliver falou muito bem de ti. E tu és muito bonita- diz parecendo envergonhado.
-Oh, não exageres. Vamos ter com o Óliver?- pergunto atrapalhada. Sim, eu sou o tipo de pessoa que não sabe lidar com elogios.
-Vamos. Ele já estava a pensar que não vinhas- diz rindo e vamos até à cozinha, onde se encontra o espanhol.
-Ema. Uau, estás uma brasa- diz com entoação de diva e eu apenas me rio.
-Não estás nada atrás Olli.
-Ó Jota, quem é que está melhor?- pergunta o espanhol ao português rindo.
-Eu sei que tu és o aniversariante, mas a Ema dá-te 10 a 0- diz fazendo-me corar.
-Esta festa está um bocado parada, o que é isto?- pergunto desta vez.
-Estão todos lá fora- diz o meu melhor amigo dando-me a mão e puxando-me lá para fora- Vamos.
-Vamos animar isto pessoal- grita o Diogo e põe uma das minhas músicas preferidas a dar. Quando Know no better começa a soar pelo jardim, o português vem até mim e ao Óliver e puxa-me para dançar.
-Sim, Jota. Podes dançar com ela- grita Óliver, o que me faz rir e virar a cabeça de repente para o lado parando o meu olhar na última pessoa que queria ver neste mundo. O André Silva, em carne e osso, aos beijos, quer dizer, se aquilo são só beijos vou a Lisboa e já venho, com uma rapariga e todas as memórias me vêem à cabeça.
Alguns anos atrás
A meio do 10 ° ano
Estou neste momento com o André em casa dele e não está mais ninguém. Temos que acabar o trabalho de pares sobre a segunda guerra mundial e ele ainda não parou de me fazer rir e de olhar para mim. Sim, tenho que admitir que desde o dia em que me sentei ao lado dele pela primeira vez que sinto algo por ele. Não é apenas uma atração física, apesar de ele ser extremamente atraente, é mais do que isso. Quando estou com ele sinto-me bem, sinto-me verdadeiramente feliz.
-Podes parar de olhar para mim e prestar atenção por uma vez que seja às porcarias que o Hitler fez?
-Desculpa, mas o Hitler não faz muito o meu género. Aquele bigodinho, não sei não. Já tu, fazes totalmente o meu género, Ema- diz fazendo-me corar violentamente.
-É melhor continuarmos com o trabalho- tento desviar o assunto.
-Quer dizer, eu declaro-me a ti e tu dás-me para trás. Eu gosto de ti, Ema. Desde o dia que não foste pontual a português que eu gosto de ti- diz aproximando-se de mim e pondo a mão na minha bochecha.
-André...Eu não sei o que dizer- susurro sentindo a sua respiração.
-Não digas nada- diz o moreno e beija-me calma e apaixonadamente, dando assim início ao nosso primeiro de muitos beijos.
Atualidade
Mal os meus olhos se cruzam com os olhos do moreno viro-me para o Diogo começando a dançar a música que estava a dar.
-Está tudo bem, Ema?
-Sim. Está tudo ótimo.
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Lies- André Silva
FanficAfter all, we all have our own secrets and we all have our own lies, even if it is for our own good. André Miguel Valente Silva, jogador do Futebol Clube do Porto. Ema Aguiar dos Santos, jornalista de desporto. Entre eles, muitos segredos, muitas me...