Capítulo 5

754 57 16
                                    

Ema

São agora 14:15h e decido sair de casa pois não quero chegar atrasada. Eu quero mesmo conseguir este emprego. Desde que soube que queria ser jornalista de desporto sempre tive o sonho de trabalhar para o Porto Canal. É como dizem: escolhe uma profissão que ames e não terás de trabalhar um dia da tua vida. E é isso que eu quero fazer. Entro no carro e conduzo até ao Estádio do Dragão onde me encontro com um senhor, por sinal bastante simpático, que me faz a proposta de contrato, chamado Rui.

-Acho que encontrámos a pessoa com o perfil ideal. És portista, muito boa jornalista e lutaste muito para aqui chegar. Parabéns, o lugar é teu- diz felicitando-me.

-Obrigada, muito obrigada por esta oportunidade. Prometo que vou tentar não o desiludir. Obrigada.

-Não tens de agradecer, apenas tens que mostrar que realmente mereces aqui estar. Bem vinda à família Ema- diz o senhor Rui- Começas a trabalhar na segunda-feira.

Depois de todos os pormenores acertados, saio do escritório onde antes me encontrava e vou até à garagem do estádio entrando no meu carro. Começo a conduzir e de repente um carro passa à minha frente, vindo de sentido proibido e quase que bate no meu carro.

-Ó parvalhão, vê por onde andas que não estás  a conduzir no meio do monte.- grito mas o condutor que me ignora e acelera ainda mais. Ok. Calma, Ema, que isto tem tudo para ser um dia bom, não o vais estragar por um estúpido que deve ter tirado a carta de condução pela Internet. 

Passadas algumas horas começo a arranjar-me para o aniversário do Óliver. Tenho de estar minimamente arranjada porque é uma festa com vários jogadores e tenho de parecer que me esforcei, nem que seja só um bocado. Só espero que não esteja de mais.

Quando já estou pronta vou até casa do Óliver e toco à campaínha vindo o Jota abrir a porta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Quando já estou pronta vou até casa do Óliver e toco à campaínha vindo o Jota abrir a porta.

-Ema, certo?- pergunta dando-me dois beijinhos.

-Sim. Preferes que te chame Diogo ou Jota?- tomo a iniciativa de perguntar.

-Pode ser Diogo. O Óliver falou muito bem de ti. E tu és muito bonita- diz parecendo envergonhado.

-Oh, não exageres. Vamos ter com o Óliver?- pergunto atrapalhada. Sim, eu sou o tipo de pessoa que não sabe lidar com elogios.

-Vamos. Ele já estava a pensar que não vinhas- diz rindo e vamos até à cozinha, onde se encontra o espanhol.

-Ema. Uau, estás uma brasa- diz com entoação de diva e eu apenas me rio.

-Não estás nada atrás Olli.

-Ó Jota, quem é que está melhor?- pergunta o espanhol ao português rindo.

-Eu sei que tu és o aniversariante, mas a Ema dá-te 10 a 0- diz fazendo-me corar.

-Esta festa está um bocado parada, o que é isto?- pergunto desta vez.

-Estão todos lá fora- diz o meu melhor amigo dando-me a mão e puxando-me lá para fora- Vamos.

-Vamos animar isto pessoal- grita o Diogo e põe uma das minhas músicas preferidas a dar. Quando Know no better começa a soar pelo jardim, o português vem até mim e ao Óliver e puxa-me para dançar.

-Sim, Jota. Podes dançar com ela- grita Óliver, o que me faz rir e virar a cabeça de repente para o lado parando o meu olhar na última pessoa que queria ver neste mundo. O André Silva, em carne e osso, aos beijos, quer dizer, se aquilo são só beijos vou a Lisboa e já venho, com uma rapariga e todas as memórias  me vêem à cabeça.

Alguns anos atrás

A meio do 10 ° ano

Estou neste momento com o André em casa dele e não está mais ninguém. Temos que acabar o trabalho de pares sobre a segunda guerra mundial e ele ainda não parou de me fazer rir e de olhar para mim. Sim, tenho que admitir que desde o dia em que me sentei ao lado dele pela primeira vez que sinto algo por ele. Não é apenas uma atração física, apesar de ele ser extremamente atraente, é mais do que isso. Quando estou com ele sinto-me bem, sinto-me verdadeiramente feliz.

-Podes parar de olhar para mim e prestar atenção por uma vez que seja às porcarias que o Hitler fez?

-Desculpa, mas o Hitler não faz muito o meu género. Aquele bigodinho, não sei não. Já tu, fazes totalmente o meu género, Ema- diz fazendo-me corar violentamente.

-É melhor continuarmos com o trabalho- tento desviar o assunto.

-Quer dizer, eu declaro-me a ti e tu dás-me para trás. Eu gosto de ti, Ema. Desde o dia que não foste pontual a português que eu gosto de ti- diz aproximando-se de mim e pondo a mão na minha bochecha.

-André...Eu não sei o que dizer- susurro sentindo a sua respiração.

-Não digas nada- diz o moreno e beija-me calma e apaixonadamente, dando assim início ao nosso primeiro de muitos beijos.

Atualidade

Mal os meus olhos se cruzam com os olhos do moreno viro-me para o Diogo começando a dançar a música que estava a dar.

-Está tudo bem, Ema?

-Sim. Está tudo ótimo.

Lies- André Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora