"A esperança é a única coisa mais forte que o medo"
Presidente Snow em Jogos Vorazes
- Não esqueça do sal - Rafael observava a menina do outro lado da tela.
Estavam a vinte minutos conversando enquanto Clarissa preparava um omelete para jantar.
A chuva caia sobre a cidade sem piedade alguma. O barulho dos pingos batendo no telhado, hora se intensificava, hora diminuía. Fazia algum tempo também, que Samuel estava desaparecido entre os cômodos do casarão.
- Prontinho - Duval cantarolou, passando a massa amarelada da frigideira para um prato de louça.
- Então nos falamos novamente amanhã? - Rafael sugeriu.
- Amanhã.
Depois de finalizar a chamada e deixar o celular sobre um dos armários, a menina caminhou até o balcão de mármore da cozinha e puxou um dos bancos para se sentar e comer. O tilintar do garfo batendo no prato a distraiu, e quando Clarissa ergueu os olhos novamente, o espírito estava sentado à sua frente.
- Samuel, não faça mais isso - pediu chateada.
- Então segunda-feira você voltará para casa?
- Sim, eu preciso voltar à trabalhar - ela disse, levando um pedaço do omelete até a boca.
- Vocês costumam cozinhar juntos? - ele perguntou.
- Rafael e eu? As vezes.
- Vocês... namoram ou algo desse gênero?
- Samuel o que há com você? - ela riu.
Eles se entreolharam. O rapaz se levantou e foi até a pia, ficando de costas. Sua calça jeans preta já estava surrada e levemente encardida diante da observação da garçonete. Esta, não entendia direito o que estava acontecendo. O espírito se virou e visualizou a menina de pé a dois passos de distância de seu rosto.
Agora ele precisava apenas se empenhar o quanto lhe fosse cabível para conseguir tocá-la.
- Samuel, o que - ela foi interrompida quando sentiu o dedo do rapaz encostar a sua bochecha.
Clarissa tremia como gelatina. Estava frente a frente com o rapaz mais lindo que tivera a oportunidade de encontrar em dezoito anos. E então ele se aproximou juntando os seus lábios nos dela e pressionou-os durante alguns instantes, até que voltasse a ser apenas um espírito e ela, a menina que herdara a casa da mãe biológica.
- Clary eu... eu sinto algo muito forte por você. Muito forte. Talvez o fato de você ter me ajudado em meio a toda essa confusão, com a minha vida e com a sua, tenha me influenciado nessa conclusão, mas...
- Mas...?
- Mas eu também sei que você vai embora assim que a noite cair amanhã e eu vou continuar sendo... sendo isso - suas palavras saíram com pesar. Samuel meneou e disparou em direção a porta do chalé, e a atravessou direto, deixando Clarissa sozinha naquele imenso casarão.
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As Luzes do Casarão
RomanceDurante o expediente na cafeteria onde trabalha, Clary recebe a visita de um advogado e descobre que os seus pais, são na verdade, pais adotivos, e que a sua mãe biológica a deixou uma casa após falecer. A jovem decide passar um fim de semana no lo...