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Fiquei olhando os dois levantarem do sofá, afobados.

– Biel…não é o que você ta pensando…

O Kadu falou com nervosismo.

– Claro que não.

Eu respondi seco, indo para o meu quarto.

Peguei a minha mochila e comecei a colocar algumas roupas e pertences, com raiva e nojo da cena que eu tinha presenciado na sala. Eu sabia que no fundo eu não tinha direito algum de me sentir assim , mas eu me sentia. Eu nem conseguia pensar com clareza, a única coisa que eu queria era sair dali o mais rápido possível.

– O que você ta fazendo, Biel?

Ele me perguntou, parado na soleira da porta. Olhei com um olhar fulminante e respondi seco:

– Eu vou embora.

– Embora??? Do que você está falando? Por que??

– Porque? Porque eu não preciso chegar em casa e dar de cara com você e um outro semi nus abraçados no sofá. Se você ta trazendo caras pra cá, não tem mais lugar pra mim aqui.

Eu disse, indo até o armário pegar algumas coisas.

– Não, você entendeu tudo errado. Não rolou nada. A gente chegou ensopado por causa do temporal que caiu e eu pus as roupas na secadora. Na espera a gente acabou dormindo. Foi só. Ele já até foi embora.

– Ah tá, Kadu. Você quer que eu acredite que não rolou nada nesse meio tempo? Nem um beijo, nem uns amassos?

– Não rolou, Biel. Eu to falando a verdade. Eu não ia quebrar nosso acordo. Eu sei que não foi nada feito formalmente, mas a gente nunca trouxe outras pessoas pra cá pra não causar desconforto, não é? Eu não iria mentir pra você.

Eu joguei as coisas em cima da cama e olhei bem pra ele.

– Não é de hoje que você ta mentindo pra mim. Vai ser melhor pra nós dois…isso já ta fugindo do controle.

Peguei a mochila e tentei passar por ele, mas ele se colocou na frente.

– Não! Por favor, não vai. O que ta acontecendo? Porque você ta reagindo assim?

Eu olhei pra ele, com raiva.

– Eu só não quero mais presenciar esse tipo de cena. Você pode ficar com quem você quiser, sou eu que to invadindo a sua privacidade. Sai da minha frente!

Eu disse empurrando-o

– Espera! Você não pode ir embora assim. Caralho…a gente é amigo, sempre foi parceiro um do outro. Já te disse, não rolou nada! Você nunca ligou pros caras que eu fiquei e agora ta assim… Espera!

– Me solta, Kadu!

– Não vou soltar. Você não vai embora! Por que você ta agindo assim? Ta com ciúmes, por acaso?!

– To! Satisfeito?

Ele me segurou e eu me desvencilhei. Ele tentou novamente me segurar e a gente começou a se debater, enquanto um tentava segurar e outro tentava se soltar e eu o empurrei contra a parede.

– Chega!

Eu gritei, olhando nos olhos dele.

Ele me olhou nos olhos e num impulso me beijou. Na minha cabeça eu queria ter empurrado ele, mas o que aconteceu foi justamente o contrário. Prensei-o com mais força contra a parede, beijando ele com violência. Minha boca se moldava a dele, enquanto as línguas se enroscavam e se sugavam mutuamente. Eu descarregava toda a minha raiva naquele beijo, que era intenso e avassalador.

Que porra é essa?! Eu não sou viado Mas.. (Concluido)  Onde histórias criam vida. Descubra agora