O seu passado...

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No dia seguinte, Breezy chegou atrasada, dormiu em cima do livro e do caderno, amassando as folhas e deixando a tarefa pela metade, ainda derrubou leite com café na sua blusa predileta. Não era seu dia de sorte. Já havia desistido de terminar, a aula era no primeiro horário, mas estava atrasada e metade da aula já havia sido dada.

Chegando na porta da escola, deixou sua garrafinha de água, que saiu rolando para longe. Nervosa, ela se agachou para pegá-la e, se levantando, apressada, acabou trombando em um rapaz. Breezy não viu seu rosto, já que ele continuou a caminhar como se nada tivesse acontecido, mas ela teve que gritar um:

– Desculpe!

Ele nem a olhou. Ela deu de ombros e continuou a correr para a aula, mas antes de chegar no último degrau da escada, tropeçou e caiu. O barulho da queda fez eco no corredor vazio. Ela suspirou. Estava muito irritada, o bastante para começar a chorar de raiva. Ainda bem que estava sozinha...

Era o que pensava, antes de olhar para frente e para cima...

– Você está bem?

Ela estava ajoelhada no chão, catando suas coisas e chorando silenciosamente. Sua mão estava toda esfolada.

– Não... – Ela murmurou, fungando.

Breezy se sentou no chão, largando suas coisas onde estavam. Enxugou as lágrimas, suspirou e gemeu ao tentar esticar a mão, doía como se tivesse algo dentro dela. Foi ai que percebeu que havia caído em cima de um pequeno caco de vidro. E o cara continuava, de longe, a observá-la. Engoliu um nó em sua garganta.

– Quer ajuda?

Não. Não quero ajuda, ela pensou. Ele permanecia parado, parecendo evitar contato a todo custo. Bree não o olhou, por vergonha e por raiva.

– Se você fosse me ajudar, teria feito há muito tempo, não?

O cara deu um passo à frente e parou. Breezy o olhou, mas por causa da claridade, não pode ver o seu rosto direito.

– Você quer ou não ajuda?

Breezy suspirou, tentando ignorar as lágrimas em seus olhos. As enxugou novamente. O corte doía pra caramba e ele ali, parado, fazendo a pergunta mais óbvia do universo... Como se não fosse visível que ela precisasse de ajuda...

– Quero, por favor. – Falou, com voz trêmula de nervoso.

Ela mal piscou e ele já estava perto dela, lhe entregando a garrafa, o fichário e por fim, sua mochila, tudo de uma vez e num segundo. Suspirou ao olhar para ele...

– Obrigada.

Ele se afastou e sumiu tão rapidamente, que ela mal teve tempo de guardar mais detalhadamente seu rosto. Um vulto. Somente isso que ficou em sua memória. Ele desapareceu dali como sombra.

Ela, então, foi até a enfermaria, onde lavaram e limparam sua mão, mas precisava ir ao pronto socorro, o corte causado pelo caco de vidro precisava de pontos. Mas ela não podia sair da escola sem um acompanhante.

Enquanto esperava alguém para acompanhá-la, pensava no cara, para falar a verdade, não parou de pensar nele, apesar de não ter visto seu rosto direito. Apesar dos pesares, ela sentia uma imensa vontade de saber quem era. Mas isso estava longe de acontecer...

– Pronto! – A enfermeira apareceu, sorridente. – Aqui está ela. Você só precisa acompanha-la até lá. É rapidinho.

Breezy olhou em direção a porta. Olhou para o rapaz com calma, apreciando seu rosto, suas roupas, seu cabelo, seus olhos azuis brilhantes e intensos...

Saga Eternamente: Misteriosa Atração (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora