Um cara estranho...

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Ele estava com um grupo de rapazes, encostado com um pé na parede e com as mãos nos bolsos da calça jeans, distante fisicamente de Breezy, mas nitidamente visível aos olhos atentos e observadores dela. Estreitou os olhos, o observando detalhadamente, cada gesto, sorriso, movimento... Breezy sentiu seu corpo gelar, sua espinha se contorcer e seu coração pulsar tão rápido, que um calor inexplicável subiu por entre suas veias. O corredor começou a ficar mais cheio, mas ela ainda o olhava tão fixamente, que mal escutava Mabel e seus gritos loucos.

Aqueles arrepios estranhos e aquela fervura em suas veias a deixavam com uma sensação estranha. Sentia que já havia sentido isso outras vezes, as mesmas coisas, os mesmos sentimentos confusos... Mas nunca namorou em sua vida, nem se quer gostou de alguém e aquele cara, com certeza, era novato. Breezy engoliu em seco. Aquele cara era um estranho, mal sabia que ela estava o observando, guardando em sua mente cada detalhe de seu corpo, de seus movimentos, de seu jeito. Seu rosto, quando se virou para seu lado, a deixou arrepiada. 

Por que sentia que conhecia alguém que nunca havia visto na vida? Ele, porém, não a notou, não percebeu-a na multidão, e Breezy, ou pelo menos seu coração, insistia em querer saber quem ele era, sua curiosidade voltou a viver como uma flor renascendo no campo. Tudo ficou mais claro quando ele olhou em direção a ela. Entendeu que, além de curiosidade, sentia também uma forte e misteriosa atração por aquele estranho de olhos azuis.

O que a fez estagnar no meio do corredor da escola, séria e perdida, fora uma visão. O cara que ela vira era tão lindo e perfeito, que a fez sentir calafrios e algumas sensações estranhas, como se aquilo, aquela sensação, aquele sentimento, já tivesse acontecido... Não só uma vez, mas várias vezes.

De repente, ela se assusta com a voz da amiga:

–... Não é, Breezy? – Disse Mabel.

Ela estava tão distraída que se assustou com Mabel tocando-a de leve no ombro.

– O quê? – Disse Breezy.

Leo olhou para a direção em que apontavam os olhos verdes de Breezy.

– Ah... Aposto que não escutou nenhuma palavrinha... – Disse Leo, sorrindo.

Breezy tentou se recompor, mas não podia disfarçar nem esconder nada de seus amigos, que a conheciam dos pés a cabeça.

– Por quê? – Questionou Mabel, olhando para todos os lados, perdida.

Leo sorriu, olhando para Breezy, que não conseguia tirar os olhos daquele cara, e sussurrou:

– Olha só para quem ela ficou olhando esse tempo todo, Mabel.

Leo apontou para aquele cara e Mabel o olhou, depois olhou para Breezy e franziu a testa, entrando em seu campo de visão.

– Ei! - Mabel gritou.

– Mabel! – Bree protestou.

– Pare já com isso, mocinha!

Breezy a olhou como se ela estivesse a privando de dirigir sem exergar.

– O quê? Por quê? – Perguntou Breezy, inocentemente.

Mabel bufou, nervosa e eufórica. Pegou a cabeça de Breezy entre suas mãos, forçando-a a olhar diretamente para ela.

Saga Eternamente: Misteriosa Atração (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora