Acordo mais cedo do que o normal, olho pela janela e o sol ainda está terminando de nascer, tomo coragem para levantar da cama e vou para o banho, sem muita demora, saio do banho, coloquei uma calça preta e uma blusa que deixa minha barriga a mostra, depois de comer um pouco da salada de frutas que minha mãe fez ontem, resolvi sair para correr, deixei um bilhete na geladeira, falando que não demoraria para voltar.
Tranquei o portão e comecei a correr pelo morro, e só então o sentimento de estar em casa me invadiu novamente, algumas pessoas me cumprimentaram outras apenas viravam a cara ou sorriam com desdém. Meu pai não é amado por todos, assim como o resto da família, mas uma das coisas que me fazem sentir em casa novamente, é justamente o fato das pessoas que vivem no morro, nunca perderem a esperança de ter algo melhor, vi algumas pessoas indo trabalhar, crianças indo para a escola, meninas nas calçadas conversando, mesmo com tanta dificuldade, que a maioria passa, pois viver no morro não é um mar de rosas, os moradores daqui nunca tiram o sorriso do rosto, dá pra ver a esperança em seus olhos, alguns estampam a vontade de sair do morro, outros de apenas ter o que colocar na mesa para seus filhos comerem.
Acelero a minha corrida e subo até a parte mais alta do morro, alguns vapores estão treinando suas miras, segundo minha mãe, é assim desde que ela pisou aqui no primeiro dia, sentei em um dos bancos e fiquei observando eles, me lembrei de quando era adolescente ainda, Thiago foi quem convenceu meu pai a me deixar atirar, foi ele que também me ensinou a atirar, sempre vinhamos nesse lugar treinar a mira. Respiro fundo expulsando esses pensamentos, meu pai provavelmente mandaria alguém para me procurar se eu não voltasse para casa logo, então corri até em casa, abri a porta lentamente e dei de cara com o meu pai sentado no sofá, olhando para o nada.
— O que aconteceu? – Pergunto sentando ao seu lado.
— Estava esperando você chegar para tomarmos café juntos. – Meu pai fala e eu o abraço.
— Já falei que você é o melhor pai do mundo? – Pergunto e ele gargalha.
— É tão fácil te comprar com comida Sophi! – Meu pai fala.
— É comida pai, a carinha é de musa fitness, mas o estomago é de pedreiro! – Falo e ele começa a rir.
Andamos até a cozinha, e me assustei com o tanto de comida que tinha na mesa, tinha bolo de chocolate, suco, café, pudim, torrada, salada de frutas, empadão e mais uns salgados, encarei meu pai e ele começou a rir sem parar.
— Okay, você já pode falar o que eu fiz de errado e por que essa vai ser a minha última refeição? – Falo e meu pai ri mais ainda.
— Você não fez nada! – Meu pai fala.
— O senhor e a mãe estão se separando e essa é a forma de me contar? – Pergunto e ele gargalha.
— Vira essa boca para lá menina – Minha mãe fala chegando na cozinha.
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A Mulher Do Boss - Saga Destinos Livro 1 -
RomanceSinopse: história de Sophia Harvelle Novack. A filha mais nova de Bernardo e Lia, infelizmente não herdou a sorte dos pais para o amor, Sophia foi ameaçada diversas vezes durante sua vida, por inimigos que nem ela mesma sabia o nome, até que um d...