Capitulo 9

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    Na manhã seguinte, meus tios e tias voltaram para os hotéis onde estavam hospedados, passei parte da tarde arrumando minha mala de volta para irmos para casa.

***

As semanas passaram tranquilamente, revezei com meus irmãos os plantões da boca e conversei com Bryan sobre a Alina, e pude entender um pouco do que ele está sentindo em relação a morte dela.
Meu irmão e a Alina se conheceram quando ela veio morar no morro com o Fabricio e desde a primeira vez que Bryan viu Alina, ele se encantou, ao contrário do normal, Bryan decidiu conhecer Alina, antes de ter segundas intenções com ela, Bryan e Alina ficaram muito próximos, e então, depois de ganhar a confiança e a amizade de Alina, eles finalmente começaram a ficar.
Mas Alina queria conhecer o mundo, queria ser livre e Bryan não se encaixava mais nesses planos, por isso, eles decidiram que era melhor se afastarem, já que acabariam se magoando ainda mais quando ela decidisse partir em busca do seu próprio destino. Duas semanas depois disso, Alina foi assassinada.
A perde de uma pessoa que você gosta muito, gera um vazio, que nem você mesmo sabe explicar o porquê de estar sentindo aquilo, mas ali, naquele vazio, é exatamente onde a pessoa ficava, onde as lembranças com ela ficam, é doloroso, porém, necessário.
Depois de entender o que Bryan está sentindo, arrastei ele, Thomas e Kauan, para planejar a festa de 20 anos de casamento dos nossos pais, nesse momento, estamos no salão de festas.
— Sophia, onde eu mando colocar a decoração? – Bryan pergunta carregando várias caixas.
— Fala com a Eliza! – Falo e aponto para a decoradora, enquanto tento pendurar a faixa de comemoração.
— Sophia, onde eu ponho a bebida? – Kauan pergunta chegando com as bebidas, reviro os olhos.
— Na minha boca, mais tarde! – Thomas fala e eu gargalho.
— Na cozinha! – Falo óbvia.
Horas se passaram, minha mãe estava vindo do spa e meu pai já está pronto, e arrumado, Tio Zé está fazendo o nó da gravata dele, enquanto esperamos minha mãe.
A cerimônia foi organizada em três partes, a primeira, em que o mestre de cerimônia faria o discurso dele, em seguida meus pais irão renovar seus votos e para encerrar, eu e meus irmãos iremos falar algumas palavras.
— Eduardo isso aí não é de comer, seu animal! – Lorena grita com o marido, furiosa.
— É comida mulher! – Tio Zé fala sentado em cima do balcão das plantas.
— Eduardo, se eu for até você, não vai ser a planta que vai te matar! – Lorena fala e o tio Zé sai de perto das plantas.
— A decoração é branca tia, sem assassinatos! – Bryan fala e ri.
Todos os convidados já haviam chegado e meu pai estava pronto para a pequena cerimonia que aconteceria, eu estava do lado da tia Annie, no altar. Meus irmãos e o tio Léo e o tio Zé, ficaram do outro lado, representando os padrinhos da cerimônia. Diogo está na primeira fila, ele comenta algo com o Gabriel que faz o mesmo rir e segundos depois seus olhos voltam aos meus e descem por todo o meu corpo. A sensação de que o vestido preto que estou usando é colado demais, volta a dominar meus pensamentos, mas, como foi minha mãe que escolheu argumentando que, se ela iria estar linda, sua filha também estaria, tiro esses pensamentos da minha mente.
Meu pai recebeu a minha mãe com lagrimas nos olhos e um beijo em sua testa. Ela sorriu e sussurrou algo para ele.
Meus pais, nunca tiveram muitas coisas em comum, mesmo assim, depois de tudo o que passaram, conseguiram criar quatro crianças, manter o casamento, lidar com todas as dificuldades possíveis, tudo isso, porque se amam, e porque esse amor, não enfraqueceu, pelo contrário, foi alimentado todos os dias por isso, vinte anos depois, eles ainda se olham como dois jovens cheios de amor e paixão.
Depois do discurso do mestre de cerimônia, foi a vez do meu pai fazer seus votos.
— Bom, ao contrário de Vinte anos atrás, dessa vez eu escrevi os votos, até porque, se eu não escrevesse isso se tornaria um velório e não uma comemoração e não pensem que a assassina seria a Lia porque a Sophia faria isso sem pensar duas vezes! Brincadeiras à parte, hoje, assim como a Vinte anos eu estou diante da mulher que eu sempre soube que amaria a cada batida que o coração dela desce e até mesmo quando ele parar e o meu parar junto, ainda irei amar. Foram Vinte anos amor! Vinte anos nos quais a gente foi imensamente feliz e eu sei que isso jamais seria possível com outra pessoa, por que, se não fosse você, eu não teria me tornado o homem que eu sou, devo a maior parte da minha vida a você, apenas pelo fato de você ainda estar ao meu lado, mesmo depois de tantas brigas, de tantos medos, de tantas coisas que achamos que não iriamos sobreviver, de tantas coisas que eu, achei que não iria sobreviver. Quando eu olho para os seus olhos eu ainda vejo a mulher que eu conheci a Vinte anos, aquela que mimava o Thomas como ninguém, mas que também sabia ser forte quando necessário, mesmo que depois acabasse chorando no banho, ainda vejo a mulher por quem eu me apaixonei, ainda vejo a marrenta que dominou meu coração quando eu achava que ao menos tinha um! E hoje, eu falo para todo mundo, que eu me casei com a única mulher que, me desafiou ao ponto de me fazer chorar ao pensar que iria te perder para sempre! Me casei com a única, medica desse mundo, que curou meu coração e que me faz ser o homem mais feliz do mundo todos os dias! Eu te amo! – Meu pai fala e seco as lagrimas que estavam escorrendo pelo meu rosto.
Em seguida, o microfone foi entregue para a minha mãe.
— Bom, antes de mais nada, agora vocês sabem que ele tem sentimentos! Meu amor, sobrevivemos a vinte anos de casamento e a quatro filhos, e conseguimos com que eles sobrevivessem a nós, isso definitivamente, é melhor do que imaginamos! Quando eu me casei com você, eu sabia que não seria nada fácil, sabia que muitas vezes, em meio as juras de amor, juraria também, tatuar a minha mão no seu lindo rosto, mas por sorte e pelo fato de que, você corre muito rápido, eu nunca fiz isso. Fazem vinte anos e não poderia imaginar uma forma mais incrível de viver o amor, que não fosse essa. Foram vinte anos de alegrias, choros, risos, mas, principalmente, foram vinte anos onde o amor esteve presente em casa momento e é justamente por ele estar tão presente, desde que nos conhecemos, que estamos aqui hoje! Bernardo Novack, quando eu te conheci eu jamais poderia imaginar que fossemos capaz de viver tudo o que vivemos, com você eu aprendi que, o amor vem na hora que ele quer e não na hora que desejamos e o meu, veio na hora que eu menos esperava. Aprendi com você que nem sempre o amor vem para trazer calma, às vezes, ele vem para trazer ainda mais turbulência, mas, que mesmo em meio a escuridão, onde tudo parece não fazer sentido, ele é luz. Você é a minha luz, meu porto seguro, meu ombro para chorar e, você sempre vai ser, o homem que jamais deixarei de amar. Te amo! – Minha mãe fala e meus pais se abraçam, em seguida, o mestre de cerimônia chama Kauan.

A Mulher Do Boss - Saga Destinos Livro 1 -Onde histórias criam vida. Descubra agora