Capítulo 22

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Acordei no outro dia com minha cabeça dolorida. Não queria me levantar da cama, lembro-me que a última vez em que chorei tão desvairadamente foi no dia fatídico do meu quase casamento. Estou me sentindo tão humilhada. Fui assediada em meio a um jantar, com empresários bem-sucedidos. Vestindo-me elegantemente. A culpa não é a roupa. Nunca vai ser…

— São onze da manhã. Vamos acordar! - Lore comenta alegremente.

— Eu nunca mais vou sair desse quarto. - Digo.

— Alice adolescente pode sair e deixar a Alice adulta voltar? Por favor. - Graceja Lore. — Você não foi culpada. Aquele velho verruguento foi grotesco. Merecia levar um chute bem no meio das suas bolas.

— Você me acha uma vaca leiteira?

Lore observou meu decote e riu sem cessar.

— Céus, primeiro vaca é um animal herbívoro. E você... É uma romântica crônica e precisa se arrumar, Marcos está na sala.

— O que? Ele tem um compromisso importante hoje. - Falo surpresa.

— Acho que ele esqueceu esse compromisso importante para ficar do seu lado.

Meu coração começou se aquecer e por um momento esqueci a minha noite constrangedora.

— Não vou demorar.

Lore assentiu, saindo do meu quarto para me deixar mais à vontade.
Tomei um banho rápido. Vestindo uma roupa casual (Calça Jeans e uma Cacharel).

Na sala Marcos estava falando sobre o irmão mais velho. ELE TEM IRMÃO?

— Oi girassol. Como está se sentindo essa manhã?

— Tirando o fato que minha bunda virou motivo de piadas.

— Veja aqui…

Marcos me entregou o seu celular e me mostrou uma gravação. Era a filmagem da tentativa de assédio. A agravação mostra o momento que o Gregório tentou apalpar meus seios. E meu espanto com o ato.

— Como você? Marcos… Eu…

— Não precisa dizer nada, voltei para o hotel ontem a noite, exigindo as filmagens. Kethelyn me ajudou e ficou perplexa com o que viu. Depois mostramos a filmagem para o Jonas, amanhã terá uma palestra na empresa. Você pode processar o Gregório, até mesmo o próprio Jonas.

— Jamais faria tal coisa com Jonas. - Minha voz sobrepôs a dele. — Ele só estava tentando provocar você. Antes de me deixar sozinha com o velho verruguento, Jonas me aconselhou a procurá-lo.

— Foi sensato em mandá-la me procurar. Amanhã nosso chefe vai se posicionar, ele abomina qualquer assédio moral. Vai tomar uma atitude coibindo qualquer comportamento como do Gregório.

— Foi horrível, nunca me senti tão humilhada.

Marcos me encarou com pesar, acariciando o meu rosto.

— Foi um acidente, você não teve culpa.

— A minha bunda gorda ficou a disposição de qualquer olhar, todos ficaram rindo e se divertindo a minhas custas.

— Eu entendi, Alice, mas não muda o fato que você não teve culpa. Quero levá-la em um lugar, já se alimentou?

Neguei com a cabeça, pensando em qual lugar seria esse.

— Vou preparar o bacon.

— Bacon, logo pela manhã faz mal a saúde. - Disse Lore, trocando as capas das almofadas do sofá.

— É uma combinação deliciosa com um pão francês. - Rebato.

Marcos me acompanhou até a cozinha, me ajudando a arrumar a mesa. Um sinalizador piscou na minha cabeça, me fazendo lembrar de um fato ocorrido ontem a noite.

— Quando Jonas me apresentou para o Senhor chamado Gregório. Ele falou sobre uma mulher chamada Tati. Posso saber quem é ela? - Questiono com prudência.

Marcos ficou em silêncio, arrumou as xícaras na mesa, depois colocou o café para esquentar no fogão.

— Não precisa me contar se não quiser.

— Tatiane Lima, foi a minha noiva por quatro anos. Acho que você já sabe o que aconteceu. Ainda sou o assunto mais falado da empresa.

Engulo em seco.
Devo contar a ele que já sei sobre a noiva que não compareceu no casamento?
Decidi tomar outro caminho, esses assuntos sobre nosso passado é melhor evitar.

— Não quero falar sobre o seu passado, quero saber sobre o presente. A onde pretende me levar?

— Preciso comprar uma mesa nova e vou me encontrar com a minha mãe.

Meu corpo ficou inerte por alguns segundos, ele vai me apresentar a mãe?

— A sua mãe? Você não acha que é muito…

— Cedo? - Marcos interceptou.

Eu afirmei com a cabeça lentamente, ele suspirou fundo, dizendo em seguida: — Só vamos almoçar juntos, Alice. E pensei que seria legal ter uma companhia. Você é uma mulher bem-humorada.

— Entendo!

— A dias ela tem me convidado para um jantar em família. Ainda não tem estou pronto para um jantar com toda a minha família reunida. Então, propus um almoço hoje.

— Marcos, o que aconteceu? Brigou com algum familiar? - Pergunto.

— É uma longa história. Um dia, quem sabe, eu lhe conte.

Eu faço que sim e prefiro não insistir nesse assunto, por primeiro é melhor conhecer a mãe do homem que conquistou meu coração.

— Como é a sua mãe? Acha que ela vai gostar de mim?

— Você ama fazer perguntas. Mas, tudo bem! A minha mãe é uma artesã de mão cheia. Tem uma loja no centro de Curitiba.

Uau!
Artesãs são incríveis, sempre quis ter esse dom tão lindo.

— É claro que ela vai gostar de você. Porque eu gosto de você.

Meu corpo treme com a revelação.

— Marcos, eu queria…

— Félix, NÃO!

“POW”

Eu e o Marcos corremos para a sala e… Essa não, a minha televisão estava no chão.

— Acho que nossos gatos só nos trazem prejuízos. - Alega Marcos.

— Gato maldito, agora vou ficar sem assistir minha novela das nove. - Esbraveja Lorena, tentando acertar as almofadas no gato que corre para se esconder embaixo da estante.













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