Maze Runner - Paraíso Secreto

1

Mais um novo dia estava prestes a começar. Era o 4º, desde que tudo havia acabado. Thomas ouviu ela dizer aquelas palavras, suas últimas palavras. O sono havia se transformado em algo que o aprisionava. Tinha consciência
de si, mas não tinha o poder de ação, pela exaustão que aquilo tudo o causara. Não conseguia acordar.
Queria apenas que aquilo se apagasse de sua memória.
Teresa gritou seu nome. Aquilo não era mais uma lembrança.
— THOMAS!
  TOM! Por favor, eu não...

Thomas acordou em um completo desespero. Sentia calafrios por todo corpo. Era a terceira noite seguida que ele tinha pesadelos. Era ela. A voz dela, que insistentemente chorava dentro da sua cabeça. Aquilo estava ficando insuportável. Thomas sentia cada parte do seu corpo em completa loucura. Desejava esquecer tudo aquilo, pelo menos por um segundo.
Por mais que Chuck, Newt e Teresa fossem seus melhores amigos, ele podia sentir que sua sanidade estava sendo consumida gradativamente a cada segundo que pensava neles. Sentia vontade de gritar até que aquilo o libertasse, e o deixasse viver em paz, mas apesar de tudo, se conteve. Precisava ao menos se mostrar conformado com tudo o que haviam passado.

Recostou-se numa pedra e ficou observando o balanço das árvores em contraste com o céu escuro e o barulho das ondas do mar, até finalmente conseguir voltar a dormir, dessa vez, em paz.

Após os primeiros raios de sol cruzarem o céu, Minho acordou Thomas.
— Ei, acorda cara de mértila! Temos muito o que fazer ainda.

Thomas sabia disso, e se levantou rapidamente para se preparar. A lembrança do pesadelo era inevitável, mas ele fez o possível para afastar aqueles pensamentos da sua cabeça. Se ocupar era a melhor alternativa.

O lugar era imenso, e eles haviam explorado apenas uma parte. O suficiente para que achassem água e comida.
Minho era o encarregado do grupo da construção, que já estavam começando a construir um assentamento.
Gally era o encarregado da equipe que coletava suprimentos e Thomas era o encarregado pela equipe da exploração do local.

— Posso ir? — Disse Brenda, jogando uma maçã para Thomas.

— Wow! Obrigado. Tem certeza que quer ir? Será cansativo.

— Já estou cansada de ficar com as "mocinhas" colhendo frutas enquanto as ouço falar sobre todos os assuntos aos quais não deveriam estar falando. Então, sim.

Thomas sorriu.
— Tudo bem então, pode ir conosco. Sairemos em 15 minutos. Hoje vamos terminar de explorar o sul.

— Encontro vocês lá!

*

O grupo deixou a praia, e caminhou em direção a densa floresta do local. Embora não houvesse nada além de pinheiros, vegetação rasteira, arbustos e galhos quebrados forrando o chão, mantinham-se vigilantes o tempo todo, atentos a qualquer coisa e fazendo o mínimo de barulho possível.
Thomas cada vez mais se impressionava com a beleza do local. Apesar das chamas solares terem ocorrido á algum tempo, para ele era inacreditável que pudesse existir um lugar tão cheio de vida como aquele. O lugar era paradisíaco, não pelo fato de que para eles qualquer lugar longe das tragédias do mundo fosse um paraíso, mas por que o lugar era um verdadeiro Éden. No litoral havia uma extensa praia, com águas cristalinas e grandes coqueiros. Ventava muito, e o clima era quente. Entretanto á apenas alguns metros dali havia uma floresta montanhosa, altíssimos pinheiros e um clima ameno e fresco. Se esse lugar for na terra, deve ser um dos únicos — pensou.