[Concluído]
Após finalmente destruírem o CRUEL, enfrentarem todas as provas, variáveis e perdas, os imunes e os clareanos sobreviventes estão á salvo. Mas tudo isso está longe de ser um paraíso, pelo menos para Thomas. As lembranças são cruéis, até...
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Por um breve e apavorante momento Thomas achou que a raiva fosse dominá-lo por completo. Era como uma bomba relógio prestes a explodir. Tentou esconder a raiva que havia se desencadeado dentro de si, e se obrigou a impor calma à voz, agir normalmente. Foi isso que o manteve são durante todo o tempo que permaneceu na festa.
— Thomas! — Sonya o chamou — quer se juntar a nós? — num tom suficientemente malicioso.
Thomas sequer se deu o trabalho de respondê-la. Estava concentrado em um milhão de coisas mais importantes do que aquilo. Ele pode perceber que exatamente no momento em que Sonya pronunciou seu nome, Newt empurrou violentamente a garota para trás e começou a olhar freneticamente por todos os lados, vasculhando a platéia, certamente á sua procura. Mas antes que Newt conseguisse vê-lo, Thomas desapareceu entre as pessoas e saiu correndo dali.
Teresa tentou segui-lo, mas Thomas correu em direção á floresta, propositalmente para que ninguém o achasse naquela escuridão. Thomas não queria ter fugido daquela maneira, mas sabia que se continuasse mais um minuto ali, desmoronaria na frente de todos e teria um acesso de fúria em qualquer um que o dirigisse a palavra, principalmente se essa pessoa fosse Newt.
NEWT.
Não conseguia pensar nesse nome sem que uma pontada lhe atravessasse o coração. Sua mente fervilhava tudo o que aconteceu nos últimos tempos. Lembrou-se da clareira, da primeira vez que falou com Newt, de quando o perdeu e de quando o teve de volta. Por um momento Thomas quis amaldiçoar tudo aquilo. Num ímpeto, desejou que aquilo nunca tivesse acontecido. Thomas gritou. Gritou sem se importar se o ouviriam de longe. Gritou por não saber o que fazer, por medo, por insegurança e por amor. Aquela foi a única maneira que encontrou de esvaziar o que estava dentro de si.
Thomas encostou-se em uma árvore enquanto chorava amargamente. Não chorava por causa de um simples beijo. Chorava pelo medo da possibilidade de ter perdido Newt para sempre. E se Newt não aguentasse toda aquela pressão? Se não estivesse preparado? Thomas sabia que as coisas com Newt não estavam bem, e que todas essas possibilidades poderiam acontecer.
*
Depois de ouvir o nome de Thomas soar, Newt retomou a consciência. Bastante o suficiente para perceber que acabara de arruinar qualquer laço que havia com Thomas, ou quase isso. Sentiu uma onda de desespero percorrer todo seu ser. Nada além de tentar achar Thomas no meio das pessoas passou pela cabeça de Newt.
Não o achou.
— DROGA! — Newt gritou, tão alto quanto qualquer outro som da casa. Todos se calaram imediatamente.
Tudo girava ao seu redor. Nada mais importava, não tinha mais nada a perder. Newt não se importou nem um pouco em sair da festa aos prantos, ignorando qualquer tipo de pergunta ou tentativa de pará-lo.
