°Chapter 3

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As grandes portas brancas se abriram, revelando, assim, um grande e belo salão de festas, inundado de pessoas mascaradas.

Somente avistei 3 garotas sem máscaras; Julieane, Kharin e Marianna. Elas estavam com o mesmo olhar confuso, que eu estava no momento.

Cheguei perto delas e fiz uma reverência e elas o retribuíram.

-Porque somos as únicas á não usar uma máscara? -Juliene perguntou, sem nos encarar.

-Deve haver algum motivo ou até mesmo seja uma tradição, já que nós estamos em Leaderland, agora. -Kharin respondeu.

Um homem com roupas elegantes e sem máscara veio pedir que nos sentasemos em uma espécie de poltronas almofadas com veludo branco. E assim todas nós fizemos.

Em algum momento que eu não prestei atenção a música suave que tocava parou e podíamos ouvir e ver todas as pessoas presentes olharem para as grandes portas brancas.

-Será que são eles? -Marianna soou ansiosa.

~Tomara que eles nunca apareçam e assim poderíamos voltar para nossas casas~ Pensei comigo mesma.

Assim que abriram três homens com postura de reis, olhares penetrantes e rostos perfeitos, andaram até onde nós estávamos.

Eles pararam a poucos centímetros de onde estávamos sentadas e nos olharam, por um milésimo de segundos eu pude me encontrar com olhos cinzas como o céu chuvoso, porém brilhantes como um cometa, aqueles míseros segundos pareceram durar horas no meu mundo.

Logo eu saí do meu transe e pude observar eles indo embora, sem uma mísera palavra.

-Oque foi aquilo? -Marianna perguntou recuperando o fôlego.

-Você também sentiu? -Kharin perguntou.

-Uma falta de ar quando eles chegaram perto? Como se o mundo parasse e o foco fosse apenas os 3? -Marianna falou.

-Quase isso, só que meu foco foi apenas para o de olhos lilases.

Algum deles tinha olhos lilases? Foi tudo tão rápido e eu me foquei apenas no olhos cinzas.

-O meu mundo parou por milésimos e o único foco foi o de olhos Cor de mel. -Juliene se pronunciou pela primeira vez.

Olhos mel, lilases e cinzas?

-Arya? Você sentiu algo? -Kharin perguntou.

-Não... Apenas admirada pela postura e beleza deles -Minto, agora eu não queria falar sobre eles, parece que o efeito do olhar dele ainda estava sobre mim.

-Uau você realmente é de ferro, como todos dizem! -Juliene disse.

-Como assim? -Perguntei.

-Falam pelos quatro reinos, que você veste de uma armadura impenetrável de ferro soldada com o dever, a honra e elegância, mas por dentro dessa armadura está um poço de gentileza e amor, e os únicos que conseguem te despir dessa armadura são sua família, povo e seu antigo prometido, meu irmão -Marianna contou me a história.

-Essa é a mais pura verdade e não será fácil para ninguém me despir dessa armadura novamente -Me levantei e andei em direção á saída, com a maior elegância possível.

Assim que saí Demera estava sentada ao lado de outros rostos familiares... As outras damas! É claro.

-Demera, por favor me leve aos meu aposentos. Desejo um momento de descanso.

-Como quiser senhorita Arya.

Ela me guiou até meu quarto.

-Por favor, prepare um banho de água quente e essência de flores de jasmine. -Pedi enquanto tirava os sapatos.

Assim como eu pedi foi feito, Demera me ajudou a me despir e esperou que eu a mandasse embora.

-Por obséquio me deixe só, por essa noite.

Ela se curvou e saiu.

Entrei na banheira com água quente, assim que a água entrou e contato com a minha pele um calafrio percorreu minha espinha e logo em seguida a água quente me abraçou e a solidão também.

Não sei quanto tempo fiquei lá, mas quando finalmente parei de chorar e me acalmei meus dedos estavam enrugados e água já estava quase fria.

Me enrolei no roupão e coloquei uma das camisolas de minha mãe e um casaco de lã que ganhei de Jachkn, pelo menos as poucas roupas que eu trouxe ainda me lembravam do meu antigo lar... Da minha família.

-Como vocês estão? -Susurrei para mim mesma me encolhendo na cama.

Logo adormeci...

•••°•••°•••

Estava andando pelos belos jardins de Castle White, até que cheguei em um ponto que o jardim virava uma imensa floresta.

Vi um cervo albino a minha frente, ele parou como se tivesse me esperando e olhou-me, vagarosamente me aproximei com a mão esticada até alcançar seu rosto, ele fechou seus olhos e apoiou o rosto sobre minha mão, não pude evitar e dei um sorriso admirado. Ele olhou para mim com seus olhos lilases e saiu correndo sem olhar uma última vez para mim.

Logo me aprofundei na floresta, não via mais o jardim e as árvores e plantas pareciam todas iguais, no momento seguinte pude ver uma imagem branca a minha frente, o cervo, ele olhou para mim como se fosse a última imagem que veria, e logo descobri o porquê, um gigantesco lobo de pelagem negra o atacou com uma fúria maior que o necessário para apenas matar uma presa, a cor prateada dos pelos do cervo logo se transformou em um vermelho intenso e o olhar radiante que eu encarei a momentos atrás estava completamente morto...

O Lobo de pelos negros se virou para mim e começou a caminhar lentamente em minha direção, estática e sem reação fui me afastando aos poucos até tropeçar e cair, nesse momento pude sentir o desespero que um animal sente quando está prestes a ser devorado brutalmente, o lobo andou até mim e seu focinho ficou a centímetros do meu rosto, pude sentir o cheiro de sangue, fechei os olhos me preparando para sentir dor, mas ele não fez nada, então abri os olhos e pude admirar olhos cinzas brilhantes, logo depois de me encarar ele me atacou.

Acordei transpirando e com a respiração ofegante.

-Foi tudo somente um sonho -Falei passando a mão sobre minha testa.

Somente um sonho...

♢Arya♢Onde histórias criam vida. Descubra agora